Pesquisar este blog

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Notas sobre economia enquanto um problema de coordenação

1) A relação entre oferta e demanda é uma relação coordenada. A é produtor, B é o intermediário e C é o consumidor final. A só poderá conhecer a demanda se B conhecer o que C demanda. B pede a A; A produz, B vende e C fica satisfeito. Como a demanda de C era eventual, então houve faturamento em função da incerteza (lucro).

2) Algumas demandas são sazonais - coisa que se dá por força de algum festejo específico, como o carnaval. Para essas coisas, a produção pode ser planejada e se antecipar à demanda.

3) Num mundo marcado por incertezas, quanto mais você conhecer as pessoas, de modo a saber o que elas estão precisando, melhor. Se você não puder fazer aquilo que é pedido diretamente, você precisará de alguém que ame e rejeite as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento e que seja capaz de fazer coisas que a população demande de modo a que você possa servir a seus semelhantes, enquanto intermediário. Dessa forma, o intermediário faz do produtor um colaborador,  uma espécie de sócio. Quanto mais produtores associados a um intermediário comum, maior a cooperação - e a rentabilidade tende a ser maior, pois sócios geralmente recebem partes iguais, pois estão unidos por valores, já que tudo é preparatório para a vida eterna e o trabalho é o meio de santificação. Com isso, há um processo de capitalização moral - e a riqueza é conseqüência desse trabalho, pois é um prêmio, pois quem serviu a seu semelhante merece ser bem recompensado

4) Quando bem aplicado, o cooperativismo se torna uma espécie de distributivismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de setembro de 2016.

Meditação sobre a lei da preferência temporal

1) Uma das razões pelas quais a maioria prefere bens presentes a bens futuros esteja no fato de vivermos numa sociedade materialista. E numa sociedade materialista e hedonista, o imediato é sinônimo de necessário.

2) Mas essas coisas demandam tempo para serem produzidas. Por isso, quem for organizado e se antecipar a demanda acaba colhendo os benefícios decorrentes das circunstâncias.

3.1) Por isso mesmo, a taxa de juros numa sociedade materialista e que rege suas relações pautadas na impessoalidade tende a ser maior numa sociedade onde as pessoas confiam uma nas outras e que tendem a fazer coisas como uma preparação para a vida eterna.

3.2) A taxa de juros tende a ser maior por causa do elevado risco de rescisão contratual - isso sem falar numa tendência a judicialização dos contratos, em que o Estado decidirá terminativamente a questão ainda que a lei esteja dissociada da Lei Natural, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4) A questão é: vale à pena o risco? A resposta é um claro não. Se alguém responder sim, é porque este ama mais o dinheiro do que a Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de setembro de 2016.

domingo, 4 de setembro de 2016

Deletar insensatos é como podar um bonsai

1) Vou seguir um sábio conselho: vou deletar os insensatos.

2) Em geral, os insensatos discordam do que eu penso de maneira peremptória, sem estudar o que estudei e sem ler o que eu li. Se meu professor, Olavo de Carvalho, deixou uma obra vasta, da qual poucos a conhecem inteiramente, eu estou numa situação pior: tenho muitos artigos escritos e ninguém conhece a doutrina a fundo. E pela graça de Deus - após muito pregar - eu um dia terei essas pessoas, tal como ele tem.

3.1) Em geral, os insensatos tratam conservadorismo e conservantismo como sinônimos, quando na verdade são duas coisas diferentes.

3.2) Do mesmo modo, o liberal do libertário. Por isso, condenam o liberal-conservador, quando na verdade o que deve ser condenado é o libertário-conservantista. Afinal, nunca deram atenção para o conselho do professor Olavo de Carvalho quanto à necessidade de dominar as nuances da linguagem. Por isso, ficam a regurgitar odioso doutrinarismo.

4) Em geral, tratam o Sua Santidade, o Papa Francisco, como tratariam a empregadinha deles: como um qualquer.

5) Mesmo se dizendo "católicos", defendem até a morte esse odioso modelo econômico fundado na ética protestante e dizem que o modelo econômico fundado na sã doutrina, o distributivismo, é fascismo. Isso sem falar da tentativa de seqüestrar as idéias da Escola de Salamanca, feita de tal maneira a edificar liberdade para o nada.

6) Mandam para aquele lugar quem pensa de maneira diferente deles, mesmo que esse pensamento diferente esteja bem fundamentado em estudo sério, sensato.

7) Enfim, defenestrar essa turma é o que deve ser feito. Só não posso defenestrar o patrulhamento ideológico por que passo dentro de casa. Quem pensa que minha vida é mole não imagina como é difícil minha vida fora da internet.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de setembro de 2016.

sábado, 3 de setembro de 2016

Tomar o fato social como se fosse coisa pode ser abusivo

mistake - erro.

1) Em língua inglesa, entende-se por verdade tomar o fato social como se fosse coisa.

2) Ocorre erro quando há um abuso desse fato; coisas convenientes e dissociadas da verdade são tomadas como se fossem coisa - e por força disso fazem a descrição de uma falsa realidade, tomando por coisa um objeto fabricado de tal modo a retratar uma falsa realidade, coisa própria de um ídolo.

3) Se a verdadeira fé leva à verdadeira ciência, coisa que é produzida a partir do estudos dos ícones, então a falsa fé leva a uma falsa ciência que descreverá, mesmo corretamente, objetos que nos apontam para o falso, que são os ídolos.

4) Esse abuso é mais grave do que erro natural, não provocado. E esse abuso é alimentado através de falsificações genuínas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2016.

A lei da oferta e da demanda não é uma lei

1) A maior prova de que a "lei" da oferta e da demanda não é uma lei está neste argumento: ninguém será punido, sob a alegação de que não a conhece. Mesmo que a pessoa perca dinheiro, por fazer uma leitura errada do que ocorre no mercado, ela não vai se sentir penalizada - na verdade, só tenderá a ganhar mais experiência de modo a que faça uma leitura melhor. Os únicos que se sentirão punidos são aqueles que mais prezam o dinheiro do que a Deus, o que leva a uma certa neurose, a um fechamento da alma à verdade - é o que acontece comigo, quando boto o dinheiro à frente das coisas mais importantes.

2) Além disso, mesmo que a pessoa tenda a pagar mais caro ou mais barato, por conta de um produto estar em falta ou em abundância no mercado, esse ajuste não é automático: as pessoas precisam perceber isso e fazer os ajustes necessários, de modo que mantenham seus ganhos e sustentar o seu padrão de vida. E pode haver o senso de se conservar as coisas do jeito como se encontram, dissociadas da "verdade" econômica, e mesmo assim não haver prejuízo, pois tudo isso necessariamente pede escolha humana. Dentro deste ponto, a prática de conservantismo não é pecado capital - ele só passa a ser "pecado" se o dinheiro é mais amado do que o Deus vivo.

3) Não é à toa que é um falso dogma, dado que é uma verdade de fé decorrente do "deus" do dinheiro, que é o contrário daquilo que decorre do Deus verdadeiro. Além disso, como Jesus advertiu, não podemos ter dois senhores - e a lei da oferta e da demanda é um indício de que a pessoa está em conformidade com o Todo que vem desse falso senhor; se o dinheiro é mais amado do que as pessoas e mais amado do que a eventualidade, então a economia é impessoal, dissociada da realidade das relações sociais.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2016 (data da postagem original).

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Estudar criticamente as coisas nos leva a conhecer o que não se vê, as nuances das coisas

1) O conservadorismo está na moda. Mas ninguém vai estudar criticamente as coisas, de modo a perceber as nuances que separam o conservadorismo do conservantismo.

2) O liberalismo está na moda. Mas ninguém vai estudar criticamente as coisas, de modo a perceber as nuances que separam o liberalismo do libertarismo.

3) A moda só alimenta a vaidade. A tal ponto que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade.

4) Por isso que não dou importância a esses palpiteiros de facebook que ficam a pregar doutrinarismo. Afinal, o estudo da realidade, fundada na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus, pede o estudo dessas nuances, pois se trata de um estudo cauteloso, coisa que exige que o Espírito Santo seja o meu guia de modo a apreciar retamente todas as coisas. Se a pessoa não fizer exame de consciência antes e depois de cada escrito, ela só falará asneira.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de setembro de 2016.

O anatocismo se funda na abstração e isso é fora da realidad

1) Embora o anatocismo seja perfeitamente lógico, do ponto formal, ele não respeita o princípio da eventualidade, da incerteza das relações sociais - e o que torna as relações sociais incertas são as circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis, já que viver é um eterno risco. Logo, a lei da oferta e da demanda não é automática, dado que as relações sociais não são impessoais, pois os homens não são escravos do dinheiro e muito menos do Estado tomado como se fosse religião.

2) Pensar as coisas dessa forma leva a economia formal a ser tomada como uma espécie de abstração - e o que é abstrato é impessoal. E o que é impessoal leva ao conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida, o que favorece a uma maior intervenção estatal na economia, a tal ponto onde tudo estará no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele. Logo, o que é abstrato tende a ser planejado.

3.1) A Escola Austríaca faz suas análises com base na abstração.

3.2) Embora seja logicamente possível, ela não é realista, uma vez que a oferta e a demanda se regulam por força da eventualidade, observando as circunstâncias tanto do produtor quanto do consumidor.

3.3) Além disso, as relações do mercado são relações entre pessoas, são relações sociais - e a base da vida em sociedade, dessas relações sociais, é amizade, fundada no fato de se amar e rejeitar as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento.

4.1) Onde o dinheiro tem mais valor do que esses laços, a vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus fica impossível, senão uma loucura.

4.2) Por isso mesmo, a escola austríaca só é correta numa ordem errada, onde se conserva o que é conveniente e dissociado da verdade. E é por força disso que se edifica liberdade para o nada, onde o dinheiro financia tudo, criando um verdadeiro relativismo moral.

5.1) Onde a lógica foge da verdade, ela certamente acabará edificando liberdade com propósitos vazios, pois nega a fraternidade universal, coisa que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus, assim como a verdade que há por trás das ações humanas  E por conta disso, a economia passa a ser a uma engenharia social fundada em sabedoria humana dissociada da divina.

5.2) Por força disso, por conta dessa influência kantiana, que foi um pensador anticristão, a escola austríaca é herética. E neste ponto, o pensamento do Angueth está correto.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de setembro de 2016.