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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Se tomarmos os pontos de continuidade e ruptura, a Idade Média existe até hoje

1) O mundo antigo decorre do advento da escrita. É desde a escrita que se estabelece um legado civilizatório.

2) Uma das vertentes do mundo antigo é o mundo clássico (mundo greco-romano). Da queda de Roma, no ano 476 da Era Cristã, uma nova civilização eclodiu: a civilização européia e cristã. Este é o marco da verdadeira Europa, enquanto lar da cristandade.

3) Essa civilização conviveu por muitos anos com a civilização bizantina, que era uma remanescente da civilização clássica. Isso durou até 1453, quando Constantinopla foi tomada pelos muçulmanos, marcando o fim do mundo clássico. Se os bárbaros assimilaram o legado de Roma e se tornaram nações, que passaram a ser tomadas como se fosse um lar em Cristo, então elas também assimilaram o legado da Civilização Bizantina, dando origem ao renascimento dos estudos clássicos na Europa. O problema desse renascimento foi o renascimento do paganismo e é desse paganismo, que edifica liberdade para o nada, que vieram novas heresias.

4) É desta luta da civilização cristã medieval com o neopaganismo que surgirá a Idade Moderna. E o marco da ruptura com o medievo foi Kant, na filosofia. E sua filosofia foi uma dos marcos do Iluminismo, que acabou dando marco à Revolução Francesa, que foi neste ponto em que o neopaganismo acabou se tornando uma anticivilização a ponto de destruir ainda mais o legado da civilização cristã medieval por meio da ideologia, do totalitarismo e do globalismo.

5) Estamos num ponto onde essa anticivilização está em decadência justamente quando afirma aquilo que é mais caro: o fato de que todo mundo tem direito à liberdade que quiser, o que é fora da verdade. Tal como na Roma antiga, a anticivilização edificada no neopaganismo acabou edificando um mundo ecúmeno. E se esse mundo for preenchido novamente com Cristianismo, uma nova Idade Média surgirá.

6) A Idade Média não terminou em 1453 - ela conviveu com o neopaganismo e viu surgir uma anticivilização que foi corroendo a sua razão de ser por meio do relativismo moral, religioso e cultural, preparando o caminho para uma invasão islâmica, que destruiu o legado clássico do Império Bizantino. Se ela derrotar esse neopaganismo e o islamismo, será vitória do Reino de Cristo sobre a Terra e esse Reino não terá fim.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de fevereiro de 2017.

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