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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Notas sobre a relação entre economia e nacionidade

1.1) Negócio vem do latim nec ocius (não-ócio - ou seja, atividade).

1.2) A natureza da atividade pode ser econômica, cultural ou religiosa - se a atividade for organizada, trata-se de empreendimento. Se for fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, isso implica servir aos necessitados - e servir aos necessitados é dar a cada um o que é seu. Quando isso é feito sistematicamente, envolvendo a toda a comunidade dos que tomam o país como um lar tendo por Cristo fundamento, trata-se de distributivismo.

2.1) O Código Civil de 2002 conceitua empresa como uma atividade economicamente organizada. Trata-se de um reducionismo, coisa que é fora da Lei Natural.

2.2) Para quem vive a vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, o trabalho salvífico de ir servir a Cristo em terras distantes é e deve ser organizado (na linguagem da época de 1500, isso era chamado de feito de empresa) - e toda a colaboração dos fiéis de modo a manter este trabalho salvífico funcionando em meio a tempos de incerteza é um verdadeiro lucro, o que não deixa de ser um milagre.

3.1) As primeiras noções de país tomado como se fosse um lar implicam organização das coisas de modo a que isso nos prepare para a vida eterna. Eis aí o ponto de contato entre economia e nacionidade.

3.2) Quando a organização do lar deixa de perseguir a vida eterna e tende a se concentrar na riqueza enquanto sinal de salvação, temos aí o divórcio da nacionidade com a nacionalidade - e é neste ponto em que ética e economia se divorciam de tal maneira a edificar uma ordem libertária e conservantista, a ponto de edificar liberdade para o nada, fundada no relativismo ético, cultural e religioso. O surgimento da economia moderna surge a partir do ponto em que Estado e Igreja estão rompidos - e o primeiro passo se deu na Reforma Protestante e até desaguar na Revolução Francesa e nas Revoluções Libertárias de 1820, 1830 e 1848.

4.1) A grande diferença entre capitalismo e distributivismo está no fim a ser perseguido. Enquanto no primeiro a riqueza tende a um fim em si mesmo, fundado no amor ao dinheiro, o segundo faz da riqueza um instrumento para a promoção do bem comum, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo - e é dentro desse senso que temos uma escola que nos prepara para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

4.2) Se é verdade que os fins justificam os meios, então os fins do capitalismo tendem a voltar-se para o ilícito, o que leva ao socialismo, enquanto no distributivismo somente os fins legítimos levam ao uso de meios legítimos, fundados na conformidade com o Todo que vem de Deus. Até porque a Lei de Deus está acima da positiva, que pode perverter-se por meio da ação revolucionária.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2017 (data da postagem original).

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