1) Toda pessoa jurídica, toda instituição, precisa de mãos humanas para poder funcionar. E não pode ser qualquer mão humana - você precisa de gente íntegra, que vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, para poder tocar a instituição, tal como os animadores que dão vida a um desenho, ainda que em termos institucionais.
2) Dentre as pessoas íntegras, que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, você escolhe os mais preparados, em termos de experiência. E como se mede a experiência do sujeito? Conhecendo a pessoa, seja de forma direta ou indireta, uma vez que o currículo é um mero pedaço de papel e a pessoa pode falar o que quiser nele, a ponto de servir liberdade para o nada ao faltar com a verdade. Por isso que a combinação de positivismo (no sentido de formalismo) e administração de recursos é perigosa, pois é mortífera, já que faz o Estado ser tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele.
3.1) Eu costumo dizer que este aspecto da gestão de recursos, dentro do âmbito institucional, é realista. Quando o libertário-conservantista fala que a culpa é do Estado, ele está culpando uma pessoa jurídica, um instrumento feito para atender a necessidades humanas, de maneira organizada. Isso é flatus vocis, como diz o professor Olavo - é o mesmo que dizer que quem matou uma pessoa foi uma arma e não o criminoso, que usou tal instrumento com fim pérfido, de modo a cometer um crime. Isso e o desarmamento são a mesma coisa - servem liberdade para o nada, a ponto de edificar tirania. É um pensamento metonímico.
4.1) Evitemos abstrações. Quanto mais abstrairmos, mais inutilidades diremos, pois são fora da realidade.
4.2) Gerir recursos em âmbito institucional pede que se observe a realidade concreta, presente ou futura. Isso pede imaginação e não abstração - e para se ter imaginação, você precisa ouvir a experiência de quem viveu essa realidade antes de você, seja no mesmo lugar ou em outros lugares. E isso é fonte segura, pois nada substitui o conhecimento decorrente da presença de alguém diante de uma certa realidade institucional, que pode se repetir em uma outra época, diante de uma nova geração de servidores públicos, que precisam estar preparados para isso.
4.3) Não é à toa que a tradição é o maior ativo que uma instituição deve ter - quanto mais tempo ela tiver de vida servindo à sociedade de modo a fazer com que o país seja tomado como se fosse um lar, melhor.
4.4) Por isso que não há instituição mais rica neste ponto do que a Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana - ela tem todo esse tempo de vida porque foi divinamente instituída. E a maior garantia dela é que o mal não prevalecerá sobre os valores em que ela foi criada.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 2 de fevereiro de 2017. (data da postagem original).
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