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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Notas sobre o potencial do uso do twitter

1) Antes de escrever profissionalmente, a partir de 2014, eu tive o costume de escrever aforismos.

2) Quando criei minha conta no twitter, vi que o limite de caracteres não me permitia que postasse textos completos, tal como costumo fazer no facebook.

3) Durante muitos anos, somada a uma rotina bem ocupada, eu não tinha uma solução para o problema. E hoje encontrei a solução: vou postar aforismos naquela rede social.

4) Aforismos pedem poucos toques e textos inteiros podem ser construídos a partir dessas frases de efeito.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2017.

Notas sobre a importância da integração facebook-empowr para o trabalho contra-revolucionário

1) Tão importante quanto fazer um trabalho organizado no facebook é ocupar espaço postando matérias relevantes no empowr, tal qual venho fazendo.

2) Por enquanto não disponho de todos os meios necessários para sacar os créditos que recebi por conta do serviço que prestei no empowr (não disponho de cartão de crédito ainda, embora já tenha um celular mais moderno, adquirido recentemente). Se tivesse todos os meios de ação de que necessito, certamente eu teria sacado esse dinheiro e usado para continuar a promover a página de escritor que tenho no facebook.

3.1) Já falei para os meus pares para fazerem a ocupação de espaço no empowr, mas ninguém me deu ouvidos.

3.2) Se me dessem ouvidos, certamente haveria uma maior integração entre essas duas redes, o que fomentaria uma atividade contra-revolucionária mais organizada, uma vez que cada agente disporia de capital suficiente para organizar esse projeto de maneira organizada, sem ficar de pires na mão, contando com a escassa ajuda que vem.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2017.

Notas sobre a relação entre economia e nacionidade

1.1) Negócio vem do latim nec ocius (não-ócio - ou seja, atividade).

1.2) A natureza da atividade pode ser econômica, cultural ou religiosa - se a atividade for organizada, trata-se de empreendimento. Se for fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, isso implica servir aos necessitados - e servir aos necessitados é dar a cada um o que é seu. Quando isso é feito sistematicamente, envolvendo a toda a comunidade dos que tomam o país como um lar tendo por Cristo fundamento, trata-se de distributivismo.

2.1) O Código Civil de 2002 conceitua empresa como uma atividade economicamente organizada. Trata-se de um reducionismo, coisa que é fora da Lei Natural.

2.2) Para quem vive a vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, o trabalho salvífico de ir servir a Cristo em terras distantes é e deve ser organizado (na linguagem da época de 1500, isso era chamado de feito de empresa) - e toda a colaboração dos fiéis de modo a manter este trabalho salvífico funcionando em meio a tempos de incerteza é um verdadeiro lucro, o que não deixa de ser um milagre.

3.1) As primeiras noções de país tomado como se fosse um lar implicam organização das coisas de modo a que isso nos prepare para a vida eterna. Eis aí o ponto de contato entre economia e nacionidade.

3.2) Quando a organização do lar deixa de perseguir a vida eterna e tende a se concentrar na riqueza enquanto sinal de salvação, temos aí o divórcio da nacionidade com a nacionalidade - e é neste ponto em que ética e economia se divorciam de tal maneira a edificar uma ordem libertária e conservantista, a ponto de edificar liberdade para o nada, fundada no relativismo ético, cultural e religioso. O surgimento da economia moderna surge a partir do ponto em que Estado e Igreja estão rompidos - e o primeiro passo se deu na Reforma Protestante e até desaguar na Revolução Francesa e nas Revoluções Libertárias de 1820, 1830 e 1848.

4.1) A grande diferença entre capitalismo e distributivismo está no fim a ser perseguido. Enquanto no primeiro a riqueza tende a um fim em si mesmo, fundado no amor ao dinheiro, o segundo faz da riqueza um instrumento para a promoção do bem comum, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo - e é dentro desse senso que temos uma escola que nos prepara para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

4.2) Se é verdade que os fins justificam os meios, então os fins do capitalismo tendem a voltar-se para o ilícito, o que leva ao socialismo, enquanto no distributivismo somente os fins legítimos levam ao uso de meios legítimos, fundados na conformidade com o Todo que vem de Deus. Até porque a Lei de Deus está acima da positiva, que pode perverter-se por meio da ação revolucionária.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2017 (data da postagem original).

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Mais notas sobre trabalho intelectual esotérico e trabalho intelectual exotérico na rede social

1) O mural pessoal do facebook deve ser usado como uma oficina de criação: aqui, o escritor cria e difunde para um público mais cativo, público esse que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Esse seria um trabalho mais esotérico, mais interna corporis, destinado a todos aqueles que estejam realmente interessados em aprender e estudar mais a fundo o que escrevo e produzo.

2) A página de escritor destina-se a um público mais exotérico, de modo a conquistar ainda mais leitores - e dentre alguns leitores haverá alguns que vão ao meu mural de modo a estudar o que penso mais aprofundadamente.

3) Ao contrário da página pessoal, a página de escritor pode ser movida à publicidade. Basta que se invista um pouco de dinheiro oriundo das doações, de modo a atrair ainda mais leitores. Aqui, a propaganda é a alma do negócio - se isso que faço é para o país inteiro, então esse trabalho é o meu negócio.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2017.

Notas sobre a diferença entre trabalho intelectual esotérico e trabalho intelectual exotérico

1.1) O trabalho intelectual esotérico é destinado aos que estão realmente interessados em se aprofundar naquilo que estou estudando, tanto no campo da nacionidade (o senso de tomar o país como se fosse um lar em Cristo, o que prepara para a pátria definitiva, que se dá no Céu) quanto no campo do conservadorismo (em que devemos conservar a dor de Cristo, cujo sacrifício perfeito e definitivo edificou a verdadeira liberdade, fundada na magnificência, no fato de amarmos uns aos outros tal como Jesus nos amou)

1.2) O trabalho intelectual esotérico geralmente é feito dentro do próprio mural mesmo, onde estou limitado a fazer 99 compartilhamentos. É este o trabalho que faço no campo da pessoalidade. Trata-se de plantar carvalhos - é mais demorado, mas no final atrai mais gente qualificada para debater comigo.

2.1) O trabalho intelectual exotérico é o que é feito na página de escritor. Nele difundo postagens mais antigas e de relevância pública. É mais um trabalho voltado para formar opiniões e orientar pessoas sobre aquilo que deve ser ser feito. É mais um trabalho voltado para a guerra cultural.

2.2) Eventualmente, pode suscitar o desejo e o interesse de alguém acompanhar o meu trabalho mais a fundo. E se isso ocorre, trata-se de uma graça de Deus mesmo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2017.

Notas decorrentes da experiência de se impulsionar publicações na minha página de escritor de facebook

1) Toda vez que impulsiono uma publicação com recursos próprios, eu costumo dar uma olhada em quem curtiu minhas postagens, pois é provável que dentre os que curtiram eu encontre alguém qualificado para debater comigo sobre assuntos relevantes.

2.1) Eu costumo usar a página de escritor, de modo a fazer esse recrutamento, quando estou a trabalhar na impessionalidade.

2.2) Quando trabalho no plano da pessoalidade,  o crescimento se dá de modo mais lento, mais orgânico. Por isso é muito importante preencher o perfil com gente mais qualificada: não é porque meu perfil pessoal tem vaga para 5 mil pessoas que vou preenchê-las com qualquer um, o que desqualificaria meu trabalho.

3) Saber trabalhar no plano da impessoalidade e no plano da pessoalidade é tanto uma arte quanto uma ciência. Se eu desejo preencher meu perfil com o que há de melhor, então preciso ser muito criterioso, de modo a escolher quem vou adicionar e quem não vou. Mais do que amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, é preciso que se ame o saber e o estudo - isto é um caminho de santidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2017.

Notas sobre memória e releitura de postagens na rede social

1) Para cada dia passado na rede social, o facebook apresenta uma série de postagens memoriais referentes ao que foi produzido neste dia ao longo dos anos anteriores. Isso é um convite à releitura do que foi escrito.

2) Uma das vantagens da releitura fundada no convite à lembrança é que eu posso partilhar um escrito passado com aquele contato ulterior que não estava presente à época em que a postagem havia sido produzida. Exemplo disso foram as reflexões que escrevi ano passado sobre lógica paraconsistente - na época em que produzi tais reflexões, eu não conhecia o Douglas Bonafé. Quando ele as leu, ele corrigiu meu pensamento, a ponto que tive de retrabalhar o texto. Eis a vantagem da releitura.

3) Mais importante do que a leitura de um texto, é imprescindível fazer a releitura - e a releitura é o convite constante à atualização do texto diante de uma informação nova, numa circunstância nova - o que leva o texto a ser reelaborado, a ter sua forma readequada de  modo a atender aos ditames da verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2017.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

A nova direita acha que ser escritor não é profissão e que todo homem deve ficar fora de casa e que mulher não pode trabalhar. Isso é completamente fora da realidade (principalmente da minha)

1) Para a nova direita brasileira, um sujeito como eu, perto do 40 e ainda morando com os pais, é motivo de vergonha. Partem do pressuposto de que escrever não é um trabalho.

2.1) Durante muito tempo, entre 2001 a 2012, eu fui do Direito. Fiquei 7 anos numa universidade pública onde nada aprendi e 4 anos tentando entrar para iniciativa pública - e nunca ia bem nos concursos porque estes estavam cheios de ideologia. Como senti que estava estudando para ser burro, então troquei tudo isso e fui para a vida intelectual.

2.2) Estou entrando no meu quarto ano de carreira como escritor profissional - ainda não ganho muito bem, mas já posso comprar meus livros, os cursos do Olavo e jogos de computador para meu treinamento (só jogo jogos de estratégia, o que favorece o desenvolvimento da atividade intelectual).

2.3) Apesar de ganhar pouco, eu consegui muito mais do que conseguiria se estivesse no Direito. Ganhei prestígio, leitores e estou exercendo influência em algumas pessoas. Se não fosse a vida em rede social, eu jamais conseguiria isso na vida real.

3.1) O começo é assim mesmo, pois nada é fácil.

3.2) Ainda não ganho o suficiente para poder morar sozinho ou manter uma família sem que minha futura esposa sinta necessidade de trabalhar (estou namorando uma médica que ama o que faz e não me incomodo que ela trabalhe. Como trabalho em casa, não me incomodo de ser dono de casa por um tempo, de modo a não sobrecarregá-la).

3.3) Não me incomodo de ser sustentado pelos meus pais e depois por minha esposa - assim como pelos meus leitores. Na verdade, eu adoro ser sustentado por todos os que me amam. Eu dou a eles conhecimento, pois eu os prezo e muito - e eles me dão casa, comida, cuidados e atenção a tudo o que digo. Isso para mim é uma boa troca.

4.1) Se eu fosse um vagabundo, eu não estaria fazendo nada que preste à sociedade brasileira. Muito pelo contrário, estou contribuindo e muito para o povo, dentro da rede social. Já tenho o reconhecimento da família e de minha atual namorada, Maria Eduarda Frederico.

4.2) Posso dizer a quem me ouve que sou um homem de sorte: sou de uma família estruturada, meus pais me amam e tenho uma namorada que me ama e é muito católica, tal como eu sou.

5.1) Não me enquadro no mundo perfeito e cor-de-rosa de certas pessoas, em que todo homem deve ir à rua trabalhar e toda mulher deve ficar em casa. Isto está fora da minha realidade, mas isso não quer dizer que isso é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. Já tentei me enquadrar neste mundo louco que ama mais o dinheiro do que a Deus, mas não deu certo.

5.2) Estando online eu sou mais útil ao país do que estando na rua aturando medíocre, seja no tribunal ou no escritório de advocacia. E eu não vou lidar com esse tipo de gente inferior, estando esse ser inferior de toga ou não.

5.3) Acredito que Deus me poupou dessas coisas de modo a que fosse um servo melhor aqui, online. E sou grato a isso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2017.

Notas sobre o valor da caligrafia e sobre o fato de a nova direita beber da mesma fonte progressista que os esquerdistas

1) A nova direita é tão ridícula que, certa ocasião, eu mostrei a um dos meus pares um caderno meu digitalizado, de modo a mostrar a beleza da caligrafia. O sujeito falou que isso era "atraso de vida" (sic)

2) Atraso de vida é a PQP. Os árabes valorizam a caligrafia, eu valorizo a caligrafia - e nada é mais bonito e mais pessoal do que um texto com caligrafia bonita. Desvalorizar este hábito é conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E neste ponto a nova direita é tão nefasta quanto os esquerdistas, pois bebem da mesma fonte progressista.

3) Não é porque eu trabalho o dia inteiro neste computador que não deixo de valorizar o que é bonito. Vou ensinar ao meu filho isto - e não vai ter tia varizenta ensinando coisas que não prestam a ele, fundadas na mentalidade revolucionária. Se eu tiver a oportunidade de educar meu filho em casa, ótimo. Meu filho não passará por bullying, como eu passei antes.

4) A Igreja Católica usa a Bíblia em papel - e não o ebook. Eu compro livro em papel e não em ebook. Ebook, isso eu mesmo posso fazer - embora isso seja trabalhoso, eu gosto do que faço. Esses modismos não colam comigo - e fazer chacota de mim só porque prefiro os métodos mais tradicionais é algo que atenta contra a bondade de Deus, pois tem certas coisas que devem ser evitadas para o próprio bem das pessoas, de modo a que não se fomentem nelas má consciência, em nome do progresso tecnológico pelo progresso tecnológico, pois nem toda inovação é boa.

5.1) Eu sou atento ao que a experiência de mais de 2 mil de História me ensina - uma certa ignorância precisa ser cultivada de modo a que o progresso tecnológico não gere má consciência.

5.2) Só adotarei um hábito mais moderno se vir nele algo bom e nobre - se é para fazer escárnio e maldizer hábitos antigos, que eram bons, então prefiro conservar o que é conveniente e sensato, pois Deus fala através desses antigos hábitos, uma vez que isso nos leva à conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2017.

Notas sobre o perigo dos conservantistas

1.1) A esquerda que se mascara de direita está apoiando o Arruinaldo Azevedo e dizendo que a Joice Hasselmann é uma comunista enrustida - e ao apoiar o Arruinaldo Azevedo e a intervenção militar, eles estão sendo verdadeiros idiotas úteis e anulando o trabalho do único benfeitor que há no Brasil, no momento: o juiz Sergio Moro. E quando são bloqueados por mim, quando desmascaro esse crime, ficam me chamando de hipócrita veladamente, dizendo que não sei perdoar e ainda ficam me apontando trechos da bíblia em inglês.

1.2) Se tiverem poder, não hesitarão em assassinar a minha reputação - essa gente se reúne em bandos para me atacar. São uns verdadeiros covardes, tal como os rad trads. Essa gente é mais perigosa do que a esquerda, pois se escondem por trás de uma máscara - e só quem é muito cultivado na verdade é que consegue desmascará-los.

2.1) Quando se conserva o que é conveniente e dissociado da verdade não é citando trechos da Bíblia, reduzindo-a a uma crença de livro, que você consegue o perdão de seus pecados. Isso é crer forte quando se peca forte, tal como ocorre no protestantismo.

2.2) O conservantismo é uma violação da lei que se dá na carne, um desdobramento da pretensa busca por uma liberdade fora da verdade, que se dá em Cristo - e isso só se resolve com exame de consciência, penitência, confissão e conversão, se houver arrependimento. Se houver obstinação, é pecado contra a bondade de Deus, o que é imperdoável.

2.3) Os conservantistas, os mais obstinados, não passam de nominalistas - querem conciliar catolicismo com espiritismo, quando isso é manifestamente fora da verdade. E isso é só uma das muitas vertentes deste movimento criminoso, dessa barafunda que há no facebook.

2.4.1) Por isso que sou receoso de uma coalizão com eles; a melhor solução é a unidade - e isso se dá amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, o que pede trabalho de longo prazo, muita evangelização e muito trabalho pela conversão das almas.

2.4.2) A coalizão pode até ser uma estratégia útil para o atual o momento da nossa Guerra Cultural, mas é danosa a longo prazo, pois o relativismo moral os beneficia - o mesmo relativismo que preparou o caminho para o marxismo.

2.4.3) Isso eu posso falar por mim, pois eu conheço bem o caráter dessa gente, pois esse trabalho que fiz de acabar com a barafunda foi necessário para o bem do Brasil.

2.4.4) Os conservantistas são capazes de matar ou de fazer assassinato de reputações quando são desmascarados. Essa gente tem que ser presa, pois são uma ameaça à ordem pública. Ameaças veladas, indiretas e chantagens são o meio de intimidação dessa gente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2017.

O arquivista de hoje prepara o caminho para o livreiro de amanhã

1) As digitalizações que faço são uma espécie de backup do livro físico, nas atuais circunstâncias. Uma vez que eu crio uma versão virtual do livro de papel, eu passo a ter uma versão portátil do livro, de modo a que eu possa lê-lo quando estiver fora de casa. Por enquanto, o Rio de Janeiro não é uma cidade segura, mas vai chegar um dia em que esta República vai acabar, a monarquia vai voltar e o senso de tomar o Brasil como um lar em Cristo será restaurado. E quando esse dia chegar, eu poderei usufruir da liberdade que eu mesmo estou a construir tanto para mim quanto para os meus sucessores. Nesse dia, eu poderei levar meu tablet para ler os livros que eu mesmo digitalizei, sem correr o risco de ser roubado.

2) Além desse backup, a digitalização que faço é uma forma de fazer com que meus pares, que estão dispersos em terras distantes, tenham acesso às fontes de meu trabalho, apesar de não poderem estar presentes em minha casa, aqui no Rio de Janeiro. E com isso, por meio do Dropbox, fomento reflexões e debates entre aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento, multiplicando o conhecimento, ao partilhar os frutos do meu trabalho. Esta é outra contribuição que faço à comunidade, além dos escritos que produzo.

3) Quando os livros estiverem com os seus direitos autorais vencidos, eles poderão ser vendidos digitalmente, criando uma receita extra para a família. Eis a importância do arquivista para o trabalho de um futuro vendedor de livros. Ele se sacrifica de modo a criar um capital futuro, de modo a ser apreciado por quem vai sucedê-lo em seu trabalho. Eis aí algo que não se vê, mas que pagará seus dividendos a longo prazo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2017.

Notas sobre como certas culturas pagam dividendos (um caso pessoal)

1) Há alguns anos, eu tinha o hábito de copiar DVD's de filme e colocar num drive externo. Eu fiz isso até o dia em que o DVD-ROM do meu computador ficou inutilizável.

2) Hoje, meu pai sentiu vontade de ver O Poderoso Chefão, mas o meu irmão levou os DVD's para o Chile, onde ele se encontra atualmente. Entreguei meu drive, além de ensiná-lo a rodar as isos por meio do virtual clonedrive (ou ovelhinha, como chamo). O drive externo não funcionou no computador do meu pai, mas conseguiu rodar no meu computador.  Ele me deu seu HD externo e copiei o filme para o HD externo dele. Ele rodou na ovelhinha e deu tudo certo.

3) Enfim, aquilo que fazia há muito tempo salvou a lavoura aqui em casa. Meu pai está vendo o filme e estou contente por ajudá-lo, neste aspecto. A ovelhinha que ele tanto criticava agora é parte do arsenal da família.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2017.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Notas sobre uma nova atitude que vou tomar daqui pra frente

1) De hoje em diante eu farei o que meus príncipes têm feito: rezar pelo povo, de modo a que percebam que essa gente que toma o militarismo como se fosse religião acorde, pois foram esses desgraçados que derrubaram a monarquia de modo a implementar esta infame república; que acabaram com o pensamento conservador no país; que deixaram que as universidades, as editoras e os jornais fossem ocupados pela esquerda - o que acabou com a cultura do País - e, de quebra, anistiaram os terroristas com a lei geral de anistia de 1980.

2) Esse povo intervencionista, que não estuda e que só fica tomando o país como se fosse religião, não passa de um bando de idiotas úteis. Não percebem que o comunismo já cooptou os oficiais, sobretudo os generais. Não passam de apátridas. E não é pouca gente - eles e os adoradores de Baal no Antigo Testamento são a mesma coisa. Descer a espada nessa gente seria a melhor coisa que poderia ser feita pelo bem do Brasil.

3.1) Por muitas vezes, nos bastidores, esbravejava de ódio, quando via essa estupidez bem diante dos meus olhos, no facebook.

3.2) Como parte do meu processo de metanóia, vou rezar pelo inocentes que são iludidos por essa gente imunda, que deveria arder no pior dos infernos por serem consevantistas em tempos de crise, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de a Santa Madre Igreja Católica ter menos credibilidade que a caserna, a grande culpada por esta desgraça que já tem 127 anos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 2017.

Notas sobre administração do bem comum e o santo mistério (o caso de Ourique)

1) Quando o Crucificado fez de D. Afonso Henriques Rei de Portugal, todos os que ficaram sob sua proteção e autoridade foram chamados a servir a Cristo em terras distantes, a ponto de contribuir com a coisa comum decorrente desse encargo de modo a que o mundo português como um todo fosse tomado como um lar em Cristo.

2) A razão pela qual os portugueses e seus descendentes foram chamados a assumir este pesado encargo é um mistério salvífico - e é por força desse mistério que fomos chamados a este nobre e civilizador encargo.

3) Se a administração das coisas se dá por força desse chamado, então estamos atendendo a coisas que foram divinamente instituídas, cujas razões estão acima de qualquer entendimento humano (eis as verdadeiras razões de Estado, fundadas na Aliança do Altar com o Trono). E como esse mistério constitui todas as coisas nobres e sublimes que levam ao país ser tomado como se fosse um lar em Cristo, então devemos aceitar isso, pois é conforme o Todo que vem de Deus.

4) Eis aí porque Portugal foi o único império de cultura da História - e só olhando para a História de Portugal é que podemos traçar uma Teoria de Estado aplicável a este império de cultura, coisa que não pode ser aplicada a nenhum outro Estado. Somente assim para compreender as coisas que se deram ao longo do tempo, fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 2017.

Causas da economia sem moeda física, desse experimento de engenharia social

1) Um dos experimentos de engenharia social da ideologia globalista é a da economia sem dinheiro.

2.1) O primeiro marco está na abolição do padrão-ouro, coisa que se deu em Bretton Woods.

2.2) Com o fim do ouro enquanto padrão universal valor, a moeda deixou de ser símbolo universal de justiça, de modo a dar a cada um o que é seu de direito (dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus - distributivismo). Isto constitui o fim da aplicação da lei natural relativa a economia, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo. 

2.3) Como o dólar passou a ser o padrão, então todas as economias ficaram subordinadas à economia americana - e basta haver um reajuste na política de câmbio que afeta a economia inteira - e isso é um tipo de colonialismo odioso: o colonialismo financeiro, fundado no fato de se amar mais o dinheiro do que a Deus, o que favorece uma regulação maior da sociedade, já que a fraternidade universal, coisa que vem de Cristo, é negada.

2.4) Onde o Estado é tomado como se fosse religião, a moeda se reduz a um mero instrumento legal para se garantir o cumprimento das obrigações avençadas - e a moeda deixa de ser um bem cultural decorrente da confiança para ser um instrumento de curso forçado, regulado por lei, o que leva à manipulação da moeda, causa da inflação. Além disso, acaba matando de vez o uso de obrigações alternativas ou a dação em pagamento, pois as coisas se tornam estritas e nominais, o que fomenta o conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida, pois as coisas não atendem mais à primazia da realidade. Com o avanço da tecnologia, o curso forçado pode se dar por força eletrônica, o que aumenta a vigilância sobre os indivíduos, ainda que isso se dê em nome do combate à corrupção, da lavagem de dinheiro.

2.5) Onde o Estado é tomado como se fosse religião, a moeda tende a ser cada vez mais manipulada de modo a fomentar ainda mais luta de classes (importadores e exportadores, favoráveis ao livre comércio, ao livre cambismo x produtores que abastecem o mercado interno, que defendem o protecionismo), o que aumenta ainda mais os conflitos de interesse - o que leva a uma maior intervenção do Estado da economia;

3.1) Outro marco está na desnacionalização da moeda, tal como se deu com o Euro. A moeda deixa de ser um marco cultural, um símbolo decorrente do fato de se tomar o país como se fosse um lar, por força de se servir à confiança do seu semelhante. E uma das causas para se acabar com a cultura de confiança está no relativismo cultural, onde todo mundo têm direito à verdade que quiser, o que leva a mais conflitos de interesse.

4.1) Na Índia, por força do hinduísmo e da cultura de castas, dar esmolas ao pobre é uma prática proibida, por conta das tendências fatalistas dessa falsa religião, cheia de erros. E é com base nessa particularidade local que a Índia se tornou o laboratório perfeito para um experimento em engenharia social: uma economia sem moeda física. Além do fatalismo do hinduísmo, há uma pluralidade de culturas sem uma unidade fundada na verdade, o que faz com que a luta contra os abusos do governo não ocorra.

4.2) Some-se a isso o fato de que a Índia é uma República, regime esse que favorece o totalitarismo. O mesmo argumento pode ser aplicado à Coréia do Sul, que é uma república e onde a maioria da população é atéia, o que favorece a cultura do utilitarismo e da liberdade voltada para o nada.

5) Eis aí porque Índia e Coréia do Sul são os primeiros países onde esse experimento nefasto foi praticado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 2017.

Por que o nacionismo é ciência e ao mesmo tempo um projeto de civilização fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus?

1) Tomar um país como se fosse um lar em Cristo é uma verdadeira ciência.

1.1) Se o país tem uma cultura viva fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, tudo o que você precisa fazer é ouvir os seus pais e os pais dos seus pais. Naquilo que a família não for capaz de suprir, ouça a experiência dos sensatos, dos que conservam o que é conveniente porque se funda na dor de Cristo (e nisso estão os paroquianos mais santos, sobretudo os que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento).

1.2.1) Se o país tem uma cultura nula - onde as pessoas o tomam como se fosse religião de Estado, em que tudo está nele e nada pode estar fora dele ou contra ele -, você vai precisar se universalizar primeiro antes de ir servir a Cristo em terras distantes. Isso significa dizer que você deve pelo menos tomar os países europeus como se fossem o seu lar enquanto produtos da Cristandade, que é a verdadeira fonte do Direito Internacional Público, já que ir servir a Cristo em terras distantes é o fim de todo Estado, enquanto criação humana feita de modo a servir aos propósitos da Igreja.

1.2.2) A Europa anda passando por uma crise identitária desde que abraçou as teses do multiculturalismo. E a única maneira de vencer essa crise é ignorando o mundo e respirando a Europa verdadeira que deu origem ao Brasil verdadeiro. Tal como disse em outro artigo, a verdadeira Europa está nos livros e nas construções medievais que ainda estão de pé. Por isso você deve fazer todo um trabalho de libertar isso, antes de voltar ao Brasil e libertá-lo da ignorância - e este tipo de cruzada é urgente e necessária. Infelizmente, com o passar do tempo, esse trabalho se torna cada vez mais difícil, mas não impossível - afinal, quando se tem boa vontade fundada numa vida reta, numa fé reta e numa consciência reta, há sempre um caminho fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Se o nacionismo é ciência, então ele abrange também o mundo interior. E a casa, a Igreja doméstica, se torna um ambiente que lembra os mosteiros - neste ponto, a arquitetura e o urbanismo são verdadeiros aliados neste aspecto, posto que servem à conformidade com o Todo que vem de Deus quando edificam lugares que favoreçam a vida interior, a vida contemplativa enquanto instrumento para a busca da verdade. O que é isso senão um cantinho aconchegante e espaçoso, de modo a que eu possa constituir uma família numerosa neste ambiente?

3.1) Tomar um país como se fosse um lar em Cristo é uma parte prática do Direito Natural que vai além do Direito Positivo.

3.2) Mais do que uma ciência, trata-se de um projeto de civilização pautado na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus. Tudo o que devemos fazer é abraçar a verdade em pessoa e não dar muita atenção às coisas que vêm do mundo e que não trazem nada de bom a essa experiência.

3.3) Se os revolucionários e os maometanos quiserem destruir este projeto, combata-os até desistirem e se converterem. Esta é única espada que posso fornecer ao meu leitor, infelizmente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 2017.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Nacionismo e internacionismo pensados tanto de maneira estática (uma só família) quanto dinâmica (várias famílias concorrendo neste aspecto)

1) Quando se toma um país como se fosse um lar em Cristo, você toma todas as regiões que constituem este país como extensão de seu lar. E é mais sensato que você vá para terras distantes e deixe descendentes naqueles lados, pois uma semente será plantada de modo a que a cultura de uma região influencie na região da qual você é originário e vice-versa, uma vez que esse processo tende a ser facilitado no âmbito doméstico e depois distribuído a toda a vizinhança, a cidade ou ao estado, por meio do natural preenchimento dos círculos concêntricos, ao longo do tempo e das gerações.

2) Um exemplo disso é o meu amigo Vito Pascaretta, pernambucano que está tomando o Paraná como parte de seu lar, dentro do contexto brasileiro. Isso sem falar que ele é também italiano, o que torna a questão ainda mais complexa.

3) Se os filhos do Vito, que terão essa herança toda na família, forem atender à missão de ir servir a Cristo em terras distantes aqui no Brasil mesmo, este processo tenderá a se expandir até o ponto em que haverá um descendente na Família Pascaretta que descenda de pessoas oriundas de todos os territórios do Brasil. E neste ponto, os jus solli vira jus sanguinis.

4.1) Neste sentido, o verdadeiro brasileiro nato tem os laços federados no sangue - todos os regionalismos convergem no seu ser porque decorrem de relações familiares, pois a Família Pascaretta tomou o Brasil como um lar em todas as suas nuances, sem descuidar da herança italiana.

4.2) É algo muito mais profundo do que o brasileiro nato magicamente criado pela lei, por meio de declaração formal criada a partir do nada - o brasileiro nato, do qual a CRFB trata, é um ser atomizado, apátrida e sem origem - e por ser sem origem é um bárbaro. Por isso que a CRFB é socialista.

5) Se, no âmbito de uma só família, tomar o país como um lar em todas as suas nuances pede passagem do tempo e gerações, o que torna a questão complexa, imagine isso sendo feito por várias famílias concorrendo para isso paralelamente, tal como ocorre com os Pascaretta? Isso aí formaria um verdadeiro comunitarismo, do ponto de vista dinâmico.

6) Se tomar um só país como um lar em todas as suas nuances é complexo, imagine fazendo isso com dois países, no âmbito de uma família singular? Agora imagine várias fazendo isso tomando dois países como parte de um mesmo lar - e não necessariamente os mesmos (como o meu caso em que tomo Polônia e Brasil como parte do meu lar).

7.1) Uma internacionidade acaba sendo formada. A experiência das famílias é tão rica que o Brasil acabará se reinventando de várias maneiras diferentes.

7.2) O meu colega Silas Feitosa disse que o futuro do Brasil decorre da assimilação das mais diferentes culturas, coisa que se dá na Lusitânia dispersa. E isso se dá tomando dois países como parte de um mesmo lar ao longo do tempo e das gerações. E esses dois países podem se desdobrar em vários ao longo das gerações.

7.3) Se isso é extraordinário numa só família singular, imagina várias fazendo isso de maneira concomitante?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2017.

Por que não publico meu livro logo?

1) Algumas pessoas, vendo que tenho uma obra vasta, de mais de 3 mil artigos, me perguntam por que motivo eu ainda não publiquei um livro.

2) A resposta que eu dou é a seguinte:

A) Há muitas coisas ainda a se pensar sobre a questão do senso de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo e não como se fosse religião imanente de Estado, em que tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele. Só com o passar do tempo e com a orientação do Espírito Santo é que terei condições de escrever sobre essas questões mais complicadas. Por isso, não tenho pressa em publicar.

B.1) Para o trabalho cultural que estou a fazer em silêncio, muito pouca gente dá atenção ao que eu tenho a dizer. Essas pessoas estão mais presas ao vazio que é próprio deste tempo presente e não conseguem perceber a enorme riqueza espiritual que pode decorrer do senso de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo, com base naquilo que foi edificado em Ourique, a 25 de julho de 1139, quando os portugueses expulsaram os muçulmanos de seu território com os favores do Céu. E o Brasil, em 1500, é um desdobramento disso.

B.2) Pela minha experiência, não adianta falar as coisas de maneira aberta - as pessoas estão muito bestializadas, a tal ponto de que riem daquilo que não compreendem. Se há uma coisa que conheço desde a tenra infância é este tipo de coisa - e não é à toa que elas são apátridas, ainda que nascidas no solo brasileiro, no sentido biológico do termo. Por isso que fico no meu cantinho falando aos poucos que me ouvem. Já consagrei minha atividade, que é a projeção do meu ser, aos Sacratíssimos Corações de Jesus e de Maria - e deixo ao Santo Espírito Deus a tarefa de ser meu guia neste trabalho tão difícil que estou a fazer.

C.1) Se este país tivesse o que costumo ver nos Estados Unidos, publicar meu trabalho atrairia uma legião de interessados disposta a aprender comigo e a aperfeiçoar meu trabalho onde eu falhar miseravelmente. Aqui, o pessoal se contenta com o que está disponível, pois vive a conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E se publicasse o meu trabalho, certamente haveria uma legião de haters inundando minha caixa postal, dizendo gratuitamente que sou um péssimo escritor ou que sou o pior escritor da história do universo. É por isso que estou pensando em publicar pequenas tiragens só para os conhecidos, visto que muitos começaram a conhecer meu pensamento só agora e não puderam ler toda a produção que eu tive, que é vasta, de mais de 3 mil artigos.

D) Enfim, é como já me disseram: o tempo rege todas as coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus, de modo a aperfeiçoar tudo. Quando tiver um público razoável, só aí é que publico, pois odiaria ver o fruto do meu trabalho encalhado nas estantes, à espera de leitores.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2017 (data da postagem original).

Notas sobre nacionidade e capacidade civil

1) Todo ato humano conforme o Todo que vem de Deus pode implicar em aumento ou diminuição de patrimônio, esse complexo de bens que possuímos desde o momento em que somos concebidos e que passa a ser uma realidade concreta a partir do momento em que saímos do estágio de um ser humano em potencial (embrião e feto), um vir-a-ser, para a de um ser humano nascido com vida, pleno. E para que esse vir-a-ser se torne uma realidade, os direitos do nascituro precisam ser resguardados desde a concepção.

1.1) Esse complexo de bens abrange tanto os bens-coisas quanto também as relações sociais.

1.2) Uma pessoa bem nascida não é só uma pessoa rica materialmente, mas aquela que nasce numa família estruturada de modo a ser uma verdadeira Igreja doméstica em toda a sua plenitude.

1.3) Ainda que uma pessoa tenha nascido numa família economicamente pobre, ela será espiritualmente rica se vier de uma família estruturada, capaz de ensinar a seus filhos a amar e rejeitar as mesmas coisas que Cristo ama e rejeita, condição sine qua non para se compreender a missão que herdamos desde Ourique, que é servir a Ele em terras distantes, coisa igualmente essencial para se tomar o país como um lar em Cristo, pois é nesse lar que temos a escola que nos prepara para a pátria definitiva, que se dá no Céu, quando recebermos a vida eterna.

2.1) Do ponto de vista do Direito Moderno, o homem nascido com vida, o indivíduo plenamente capaz (sui juris), é a mônada racional da ciência.

2.2) E enquanto ele for vivo ele terá poderes muito grandes, quase que divinos, enquanto dispuser dos meios efetivos para manifestar bem sua vontade (em geral, meios econômicos e jurídicos).

2.3) Como o homem é tomado como o centro do universo, isso acaba edificando liberdade para o nada, além de conflitos sistemáticos de interesses qualificados por pretensões resistidas, pois esse mundo é fundado pelo senso de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de o Estado ser tomado como se fosse religião em que tudo está nele e nada poderá estar fora dele ou contra ele - o que leva à abolição da família.

2.4) E é neste ponto, portanto, que o Direito Moderno é na verdade uma pseudociência: a Legalística. E o positivismo é o culto dado ao que é estático, morto. Não é à toa que isso é também cultura da morte.

3.1) Para o Direito ser Ciência, Deus deve ser tomado como o centro de todas as coisas, pois Ele é a verdade em pessoa - e o que é a justiça senão enxergar a verdade naquilo que os homens agem ou dizem, de modo a ver se Deus está neles ou não?

3.2) Se Deus nos diz para sermos fecundos, então a base da sociedade é a família. E é na família que encontramos o Direito em sua verdadeira dinâmica, onde a vida de um ser humano X servirá de ponto de partida para um ser humano Y, que o sucederá e prosseguirá o trabalho de X de modo a que o país seja tomado um lar em Cristo mais facilmente.

3.3) É dentro dessa dinâmica de herança e sucessão que temos tradição, essencial para se tomar o país como um lar.

3.4) Dentro deste prisma, podemos dizer que nacionidade é mais do que capacidade técnica para assumir direitos e obrigações, pois a noção de patrimônio vai muito além dos bens-coisas, pois abrange também relações humanas.

3.5) Quem não souber tomar o país como se fosse um lar em Cristo, jamais poderá ser uma pessoa íntegra e tratar seus semelhantes de maneira digna e ser tratado da mesma forma com reciprocidade.

3.6) Por isso que isso pré-existe à questão da nacionalidade, que é a relação dessa pessoa com o seu soberano, que foi ungido por Deus de modo a cuidar do bem comum e a cuidar de seu povo como se fosse parte de sua família.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2017.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

De Radical Anacrônico a Cruzado do Império

1) Hoje eu fui chamado de "Cruzado do Império" (sic)

2) Afinal, estou sempre combatendo os infiéis - os apátridas, que conservam este muquifo de pé conveniente e dissociado da verdade, a República no Brasil, marcadamente revolucionária e totalitária.

3) Como os apátridas preparam o caminho para os islâmicos, então eu sou cruzado duas vezes.

4) Eu vou fazer jus ao que me chamaram hoje. Mais do que apelido, isso virou título pra mim.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 2017.

Notas sobre a composição revolucionária da República Brasileira

1) A República brasileira foi um mix de influências revolucionárias: Revolução Americana, Revolução Francesa, Fascismo Italiano e Idealismo Alemão, que é um tipo de Romantismo em que você faz um pacto com o diabo para conseguir ganhar uma eleição (e nele o Estado é tomado como se fosse uma segunda religião, em que tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele).

2) Herdamos um modelo constitucional americano, mas a estrutura jurídico-administrativa é francesa. Foi adotado o casamento civil e o registro civil de pessoas naturais. As freguesias foram convertidas em distritos, que depois se tornaram bairros. Se a estrutura das freguesias portuguesas fosse mantida, eles iriam criar algo terrivelmente mais medonho: as paróquias civis.

3) Casamento civil, registro civil, paróquia civil (impropriamente chamada de "freguesia") - eis o kit completo para se tomar o Estado como se fosse uma segunda religião. De alguma forma fomos preservados dessa terceira insanidade. Como não sabemos nada de Portugal, por força do quinhentismo, a mentalidade revolucionária foi implementada de maneira indolor, quase imperceptível. E isso se deu através das escolas públicas - e mais tarde, com o MEC que estendeu a doutrinação às escolas privadas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 2017.

Tolerância zero a quem edifica liberdade voltada para o nada

1) Sempre que posso, estou sempre acompanhando as postagens dos meus pares.

2) Em relação ao acessório que segue a sorte desse principal, os comentários, estou adotando a seguinte postura: "opinião idiota = bloqueio". Certos comentários, neste mundo pautado pelo de fato de todo mundo tem o direito à verdade que quiser, não passam de verdadeiras ervas daninhas - e essas ervas daninhas acabam anulando a relevância da postagem.

3.1) Eu estou interessado em aprender a realidade. E isso vai muito além do discurso ideológico.

3.2) No caso da CEDAE, quanto à privatização em si eu não sou contra, posto que fornecer água é um serviço e não uma ideologia. No entanto, o problema é a quem a CEDAE vai ser oferecida - e aí entra a questão ideológica ou o salvacionismo.

3.3) Se ela vai ser oferecida aos árabes, aos chineses ou a essas famílias oligarcas do Estado do Rio de Janeiro, como os Picciani, então eu sou contra, posto que é um jogo mesmo de cartas marcadas. Para estes casos, negociar com essa gente será um PÉSSIMO negócio, dado que acabará semeando relativismo moral, liberdade voltada para o nada. Isso sem falar no risco de destruírem nossa fundação, que é essencialmente católica e portuguesa.

3.4) É neste ponto, pois, que essa gente a quem o mundo chama de "liberais" (libertários-conservantistas, como eu chamo) é tão igual aos esquerdistas. E da mesma forma que os esquerdistas, eles fomentam mentalidade revolucionária. 

3.5) Se as pessoas estudassem as transformações do Direito Administrativo português por conta da Revolução Liberal do Porto, um dos sub-produtos da Revolução Francesa, veriam que eles tinham ser proscritos da vida política da nação, posto que são anarquistas, a ponto de matar o senso de tomar o país como se fosse um lar em Cristo, ao fazerem o Estado ser tomado como se fosse religião. Esse negócio de criar uma "paróquia civil" tem mais é que ir pra puta que o pariu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 2017.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Notas sobre as freguesias portuguesas

1) No Direito Administrativo português, freguesia é a menor porção de um território administrado, tomado como se fosse um lar. Freguesia decorre de comunidade dos filhos da Igreja, numa época em que havia a Aliança do Altar com o Trono.

2.1) Alguns administrativistas portugueses chamam a frequesia de "paróquia civil", para não confundir com a paróquia religiosa.

2.2) Ainda assim, isso é o atestado de que o Estado republicano português é tomado como se fosse uma segunda religião, de modo a eliminar a primeira e verdadeira, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) Nossa estrutura lembra muito a de Portugal. Alguns lugares do Rio mesmo nasceram de freguesias, como Jacarepaguá, por exemplo.

3.2) Por isso que eu vejo que as paróquias têm uma força muito grande na vida do bairro. O avanço da especulação imobiliária só aumenta ainda mais a demanda por trabalho missionário nas paróquias locais, pois a própria estrutura do local favorece o fortalecimento do catolicismo na região.

3.3) O mesmo não pode ser dito em relação a outros bairros do Rio de Janeiro ou mesmo ao centro da cidade, que foi revitalizado de modo a que o comércio e a economia de serviços dessem o tom à dinâmica da cidade, ao invés da vida religiosa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 2017.

Notas sobre as circunstâncias em que meu trabalho foi escrito

1) Há quem me critique pelo fato de usar marcas de repetição nos meus textos, de modo a serem usados como jargões. Com esta crítica eu concordo - o problema dela é que ela não olha para a circunstância em que minha obra foi escrita.

2) Minha obra foi feita na rede social, onde todo mundo tem o direito à verdade que quiser - e é por conta de haver isso que há relativismo moral, o que mata a inteligência das pessoas. E é justamente por conta de haver essa tal liberdade voltada para o nada que informações relevantes caindo em mãos erradas, a ponto de não verem as nuances e implicações que tais coisas podem trazer para todo o tecido social. É mais ou menos como dar a Bíblia para cada um interpretar do jeito como quiser - e essas leituras particulares, fundadas em sabedoria humana dissociada da divina, acabam criando um clima de Fla-Flu na internet. Como parto do pressuposto de que meu leitor vive na conformidade com o Todo que vem desse mundo louco, então eu escrevo dessa forma, pois estou a desafiar a pretensa inteligência alheia, que conserva o que aquilo que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo.

3.1) Eu não sou contra a idéia de a informação ser distribuída a todo aquele que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, pois parto do pressuposto de que meu irmão é inteligente e saberá muito bem discernir o certo do errado - e a razão pela qual eu quero publicar um livro é para essas poucas pessoas (e é por respeitar a inteligência do meu próximo que tirarei as marcas de repetição que uso em meus textos, já que estarei num ambiente não virtual, mas virtuoso).

3.2) No entanto, eu sou contra a tal democratização da informação, pois parto do pressuposto que há na realidade o fato de que todo mundo tem o direito à verdade que quiser, a ponto de interpretar o que está escrito da mesma forma como fazem com a Bíblia.

3.3) Como falei, essas interpretações particulares, fora da realidade, acabam com o senso de tomar o país como se fosse um lar em Cristo, o que leva à profusão de toda índole movimentos separatistas pelo país afora, o que é uma heresia política clara, uma vez que isso ofende ao Crucificado de Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 2017.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Notas sobre as dificuldades inerentes de se amar os inimigos

1) Neste sétimo domingo do tempo comum, em que recordamos a lição de Jesus de que devemos amar os nossos inimigos, me veio a seguinte dúvida: existe algum segredo para se amar uma pessoa abjeta e desprezível como o Lula, que é um ser notoriamente sem qualidade alguma? Pois o Cunha, por mais desprezível que seja, mostrou qualidades admiráveis, mesmo para um inimigo do povo brasileiro, o que torna aquilo que Jesus nos mandou fazer ser observado de maneira mais fácil.

2.1) Para eu encontrar uma boa razão para amar meus inimigos, então eu vou precisar ver alguma qualidade nele - e isso só posso encontrar ou em algum dos meus amigos ou dentro de mim. Afinal, conhecer a mim mesmo é algo essencial para o trabalho filosófico.

2.2) Como no Brasil é meio complicado encontrar amigos de qualidade, que amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, o fato de uma pessoa como o Cunha ter mais virtudes que até mesmo o melhor dos meus amigos não possui é mesmo algo assombroso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2017.

Notas sobre a desutilidade do verão carioca, por ser uma época improdutiva

1) Se há uma época do ano em que não gostaria de estar no Rio de Janeiro é justamente esta que abrange dezembro a fevereiro, época essa em que temos Natal, Ano Novo e Carnaval (as três principais festas do verão carioca). A cidade enlouquece - e a cidade neste estado não respeita o ir-e-vir de quem não está em conformidade com o Todo que vem do hedonismo ou do consumismo, coisas que edificam liberdade voltada para o nada.

2) Logo no dia 1º deste corrente ano eu conheci uma paulista no Twoo que estava passando o Ano Novo aqui no Rio e disse que estava afim de me conhecer pessoalmente. Se esta cidade não fosse a loucura que é e se fosse segura para os seus habitantes, não me incomodaria de sair de casa para encontrar-me com ela. Infelizmente, eu sou realista: se há uma época do ano em que eu quereria mesmo estar fora do Rio é esta época agora, pois a cidade fica inviável, improdutiva para se viver ou trabalhar nela.

3) Se eu fosse prefeito, eu acabaria com o Carnaval - e em parceria com o arcebispo metropolitano, recristianizaria o Natal e o Ano Novo. Eu prefiro tomar esta cidade onde moro como se fosse meu lar a vê-la entregar-se ao capitalismo hedonista que edifica liberdade para o nada, a ponto de estar nesta anarquia revolucionária no seu mais alto grau. Há certas circunstâncias em que o amor ao dinheiro não pode ditar o ritmo de uma cidade - e esse tipo de coisa precisa chegar a um fim já.

4.1) Alguns idiotas vão pensar que eu sou comunista. Comunista é a PQP! Eu sou católico - e abomino esta ordem econômica fundada na ética protestante e o comunismo, pois ambas as coisas não têm fundamento em uma pessoa que vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.2) Tal como o professor Olavo de Carvalho bem disse, esses dois regimes não são antagônicos - na verdade, um prepara o caminho para o outro. É justamente por isso que nós perdemos a liberdade de ir-e-vir aqui no Rio, pois apologia ao consumismo e sem-vergonhice só traz desgraça - e não há nada de bom nisso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2017.

A natureza jurídica de um instituto deve ter uma boa razão para existir no Direito Natural, de modo a que seja distribuído a todos os homens por meio de uma lei positiva conforme o Todo que vem de Deus

1) Eu só poderia falar em natureza jurídica se o instituto que estou a estudar tem uma boa razão para existir no Direito Natural - e é por força de ter uma boa razão fundada no Direito Natural que ele é legítimo. E é justamente por ser legítimo que o uso deste instituto edifica verdadeira liberdade e é distribuído à sociedade por força do bom exemplo que decorre de sua prática, por ser conforme o Todo que vem de Deus.

2) Falar em natureza jurídica em institutos criados por sabedoria humana dissociada da divina é falar sobre uma natureza caótica, desordenada. E isso não é ciência, mas pseudociência, pois edificará liberdade para o nada. Trata-se de engenharia social, fundada na mentalidade revolucionária.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2017.

Notas sobre ser e dever ser no Direito Natural e no Direito Positivo

1) A Lei Natural é uma lei de ser, pois cria um modelo virtuoso para ser vivido tal como o Pai quis, ao mandar seu Filho muito amado para nos salvar. Para quem vive esse modelo de conduta, uma recompensa muito grande no Céu nos aguarda: a vida eterna.

2) Como a vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus deve reinar em todo e qualquer lugar desta terra, de modo a ser tomada como se fosse um lar em Cristo, então toda legislação humana conforme o Todo dessa lei é natural right. E o verdadeiro Direito enquanto ciência não pode trair aquilo que foi divinamente instituído, pois se houver traição o Direito deixa de ser ciência e vira pseudociência, a Legalística, em que o lobby e o ativismo judicial tendem a justificar toda a sorte de ideologias fundadas em sabedoria humana dissociada da divina. E o primeiro passo para se trocar ciência em pseudociência é conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de edificar liberdade para o nada, fora da liberdade em Cristo.

3) Num mundo onde todos têm a sua verdade, o dever ser - previsto em legislação fundada em sabedoria humana e dissociada da divina - torna-se o ser que é próprio do Estado tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele e contra ele. E esse ser leva ao nada - e é este o legado de Hans Kelsen, ao seguir o caminho kantiano, o qual leva ao abismo.

4) Se a Lei Natural leva a um jeito de ser, então esse jeito de ser se perfaz no amor. Devemos amar-nos uns aos outros tal como Jesus nos amou - e é assim que a lei mosaica encontra o seu pleno cumprimento. Onde a lei casa-se com a verdade, caminhos diversos surgem de modo a que se sirva a Cristo não importa qual seja o lugar, o tempo ou a circunstância. Nessa diversidade de caminhos e dons, cujas estradas todas levam a Roma, temos a verdadeira liberdade, fundada na verdade, coisa que leva ainda à unidade - e é nessa unidade que a diversidade não se torna uma ofensa, uma afronta.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2017.

Notas sobre a natureza confusa das nossas universidades

1) Se a Aliança do Altar com o Trono é a causa para se tomar o país como se fosse um lar em Cristo, com base naquilo que herdamos de Ourique, então as PUCS são as verdadeiras universidades públicas, uma vez que a fé fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus deve reinar em todo lugar que deve ser tomado como se fosse um lar. Elas são universidades privadas porque a Aliança do Altar com o Trono foi rompida pela República.

2) As universidades federais ou estaduais - cuja missão institucional é formar burocrata, historicamente falando - não passam de universidades privadas pagas com o dinheiro dos pagadores de impostos. São falsas universidades públicas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 2017.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Notas sobre a relação entre os movimentos Escola sem Partido e Pátria Nova (antigo movimento monárquico que existiu durante a Era da Proibição, que se deu entre 1889 a1988)

1) O professor Olavo de Carvalho falou que o Escola sem Partido deveria se chamar Escola sem Doutrinação ou Escola sem Censura, uma vez que ensino é ato de amor e caridade, pois prepara os futuros adultos para tomarem o país como se fosse um lar em Cristo.

2.1) A mesma coisa deve ser aplicada ao antigo movimento Pátria Nova.

2.2) Por Pátria Nova já temos a ilusão, a afetação de Independência, que rompeu com aquele sentido fundacional que herdamos desde Ourique e desaguou na República. Deveríamos em falar em pátria restaurada - primeiro, na aliança do Altar com o Trono restaurada; depois, ao restaurar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves

3.1) É a partir da restauração cultural e espiritual que vem a restauração política.

3.2) Sem essa Aliança do Altar com o Trono edificada em Ourique não ocorrerá a renovação das coisas, de modo a que o senso de tomar o país como se fosse um lar em Cristo se atualize constantemente, com a chegada de outras culturas que amam e rejeitam as mesmas tendo por Cristo fundamento de modo a casar a causa nacional à causa universal, coisa que só o mundo português é capaz de fazer, pois é só pela via da nacionidade que vem a atualização constante das tradições (aggiornamento contra-revolucionário).

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 2017.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Reflexão sobre litigância de má-fé (caso Lula x Marco Antônio Villa)

1) Posso estar errado, mas, que eu saiba, litigância de má-fé é considerado ato atentatório à dignidade da Justiça. Lula poderia ser enquadrado no crime de exercício arbitrário das próprias razões, pois fez uma pessoa honesta sentir o peso de estar sentado no banco dos réus, o que é desumano.

2) Lula sabe que os tempos de hoje são de ativismo judicial - e ele não hesitará usar seu exército de advogados de modo a forçar a condenação de juízes, promotores e delegados envolvidos na Lava-a-jato por supostos (e falsamente alegados) abusos de autoridade que, no plano da realidade dos fatos, jamais cometeram. O demônio de Garanhuns parte da seguinte lógica: se colar, colou.

3) O fato de ter perdido a queixa-crime que moveu contra o professor Marco Antônio Villa já abre precedente para se questionar a boa-fé objetiva dele, enquanto autor, e isso já poderia ser tomado como um um mau antecedente, pois fez inocentes sentarem injustamente no banco dos réus.

4) Bom, é como vejo a questão, do ponto de vista do Direito Natural. Por isso que não ligo muito pras leis brasileiras, pois elas estão fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2017.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Sobre a importância de salvar o progresso de sua partida, nos jogos de videogame (e uma analogia disso com a vida real)

1.1) Uma coisa que aprendi nos antigos adventures dos anos 80 e 90 do PC é que é preciso ter o hábito de salvar os jogos com freqüencia, de modo a explorar todas as possibilidades de ação possíveis dentro do jogo.

1.2) À medida que você vai progredindo no jogo, novas possibilidades de ação vão surgindo de modo a que você possa experimentar e descobrir qual pode ser o melhor caminho possível ao seu jeito de jogar, que é de certo modo um jeito de ser. E quanto mais se avança, mais possibilidades se acumulam ao longo do tempo - o que faz com que os jogos de estratégia acabem imitando a vida real neste aspecto, pois as possibilidades são tantas, quase infinitas, que se torna conveniente e sensato se especializar em determinados ramos de saber de modo a que você progrida tanto intelectualmente quanto espiritualmente.

1.3) Por isso, quando você está numa circunstância de jogo onde há um leque de opções a explorar, salve a partida e experimente todas as possibilidades de ação, pois é somente assim que você ganha experiência enquanto jogador.

2.1) No caso da vida real, a única maneira de salvar uma experiência vivida é registrando-a por escrito. E para se viver bem, você precisa conhecer a experiência dos que estiveram em vida antes de você, de modo a que você se mantenha num caminho reto e virtuoso, conforme o Todo que vem de Deus. Se não houvesse tradição, a gente viveria a vida em pecado constante, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo.

2.2) Se a Ciência Política estuda todas as possibilidades de ação humana possível de tomada do poder, então é indispensável que você aprenda tudo o que é preciso saber por meio de simuladores - ali está toda a experiência acumulada dos livros condensada em algo claro e prático, de modo a ser facilmente visualizado e percebido. E neste ponto, nada é mais didático do que jogos de simulação e estratégia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de fevereiro de 2017.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Todo apátrida nascido nestas terras, no sentido biológico do termo, é um insano

1) Enquanto algumas pessoas passaram a ser chamadas de loucas num mundo pós-COF, eu, antes mesmo de fazê-lo, já era chamado de louco ou de radical anacrônico.

2.1) É aquela máxima de Lênin: acuse-os do que você realmente é.

2.2) Quem me acusa de louco não tem amor pela verdade, uma vez que sabedoria humana pura é loucura ante os olhos de Deus. E quanto menos amor pela verdade, mais insanidade.

2.3) O que é a psicopatia senão pensar sistematicamente em falsear? Começa como um hábito para depois se tornar vício, a tal ponto que você perde o controle. E quanto mais habilidade verbal, quanto mais tendência à extroversão, maior a tendência de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Não é à toa que é uma doença, pois isso nos leva à esquerda do Pai sistematicamente.

3.1) Concordo com o Fernando Petersen quando diz que o nativo desta terra está doente, mas me recuso a dizer que este doente é brasileiro, pois o verdadeiro brasileiro toma o país como um lar em Cristo com base na missão que recebemos do Cristo Crucificado de Ourique de modo a servir a Ele em terras distantes - e isso pede vida reta, fé reta e CONSCIÊNCIA RETA, ou seja, uma escolha virtuosa de vida, uma vocação, nem que seja extraindo pau-brasil, como era antigamente.

3.2) Como o nativo desta terra nega a Deus, e está obstinado em conservar isso conveniente e dissociado da verdade, então a terra está desligada do Céu - por essa razão, ele é apátrida. E apátrida, até onde sei, não tem direito algum enquanto não fizer as pazes com Deus e praticar todos os atos de desagravo necessários em relação aos erros constantes e sucessivos que levaram esta terra à apatria sistemática.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 2017.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Notas preliminares sobre uma possibilidade histórica hipotética que me passou pela cabeça

1) Me passou agora pela cabeça revisitar aquela idéia dos partidos português e brasileiro, que havia no Primeiro Reinado. E estou tentando especular sobre o que aconteceria se tal realidade existisse no Segundo Reinado, quando vieram os imigrantes, sobretudo italianos, alemães e japoneses.

2) Se essa realidade existisse, surgiriam o partido italiano, o partido alemão e o partido japonês. E o caráter nacional desses partidos está no fato de tomar o Brasil e esses países de origem como um lar em Cristo, de maneira vis a vis. E os imigrantes, por estarem tomando o Brasil como um lar, em Cristo, seriam brasileiros, pois teriam representantes no Parlamento Imperial da mesma forma como tem representação na Alemanha, Itália ou Japão desde o exterior. Quando se toma dois ou mais países como parte do mesmo lar em Cristo, eu não vejo problema.

3.1) O problema ocorreria por força de como esses imigrantes chegaram ao Brasil: Itália e Alemanha, quando unificaram seus países, adotaram toda uma legislação de inspiração liberal totalmente fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.2) Muitos dos imigrantes eram casados no regime do casamento civil, enquanto o Brasil Império adotava o regime do batistério. Eles precisariam ser cristianizados antes de serem assimilados como parte da nova terra, já que seriam considerados apátridas.

3.3) No entanto, a solução proposta pelo Visconde de Taunay foi reconhecer o casamento civil válido, para efeito da entrada desses imigrantes - e isso abriu o precedente para que o casamento civil e o registro civil fossem estendidos a toda população, acabando de vez com a Aliança do Altar com o Trono, coisa que veio com a República.

3.4) Muitos desses imigrantes já estavam contaminados pelas idéias nacionalistas, de tomar o país como se fosse uma segunda religião, a tal ponto que iriam querer criar países dentro do país, de modo a fomentar separatismo, tal como o Eric Silva bem apontou. E ele está certo.

3.5) Um dos erros da política pró-imigração no Império foi que ela focou mais o desenvolvimento econômico fundado no amor ao dinheiro do que aquilo que se conhecia desde Ourique, uma vez que a chaga liberal acabou fincando raízes no Brasil. Aliás, desde que o Brasil se separou do Reino Unido, inventou-se a alegação de que ele era colônia - e o país foi trocando o que foi edificado em Ourique pelo quinhentismo - e o país começou a ser tomado como se fosse religião até desaguar na República.

4) Essa questão dos partidos dos imigrantes pediria toda uma estrutura que já não havia mais por conta do vintismo. E tal como falei num artigo anterior, essas camadas de mentalidade revolucionária precisam ser retiradas de modo a que esta questão seja bem vista à luz daquilo que foi fundado em Ourique.

5.1) É algo bem complexo, o que demanda tempo e muita reflexão. Embora tenha me passado pela cabeça de maneira embrionária, eu não escrevo a primeira coisa que me vem à cabeça sem antes meditar e muito sobre essa questão, pois escrever é um ato muito sério e tento fazer isso do modo mais responsável que faço.

6) Enfim, esse exercício de trazer para o Segundo Reinado o partido português e o partido brasileiro em tempos da chegada dos imigrantes é um bom exercício de pensamento em ciência política, pois há possibilidades de ação hipotéticas aí que podem vir a ser reais, se houver toda uma conjuntura nacional e internacional favorável a isso, o que não deixa de ser realista, ainda que não possa ser vista, no momento em que escrevo este texto.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.

Notas sobre o trabalho santificador do nacionista (do que toma dois ou mais países como parte do mesmo lar em Cristo)

1.1) Quando você toma dois ou mais países como parte de um mesmo lar em Cristo, você vai servindo às duas comunidades, na medida de suas possibilidades e circunstâncias.

1.2) Como a vida é um eterno empreendimento, quanto mais você conhece sobre as circunstâncias de cada país, mais você pode comparar o que é virtuoso em um e o que é virtuoso e em outro, assim como o que é nefasto em um e o que é nefasto em outro. E quando num ponto específico há um antagonismo de vício e virtude, é aí que o diplomata perfeito atua de modo a que a virtude vença o vício, servindo a Cristo em terras distantes. Afinal, o trabalho do nacionista é este: converter vício em virtude, já que toma pelo menos dois países como parte do mesmo lar em Cristo, por conta de ter dupla nacionalidade.

2) A este trabalho do nacionista se aplicam todas as lições de São Josemaria Escrivá sobre o trabalho como meio de santificação, pois sem a graça de Deus, nenhum trabalho cultural ou técnico será capaz de converter apatria em civilização. Não é à toa que o nacionista é o diplomata perfeito por excelência.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.

Notas sobre nacionidade e apropriação cultural

1) Tenho passado esses últimos dias a jogar The Guild 2 - e enquanto me divertia, estava correndo aqui entre meus pares uma discussão sobre apropriação cultural.

2) Para quem toma dois ou mais países como parte do mesmo lar em Cristo, o diplomata perfeito sempre se apropriará do que é bom de cada cultura de modo a que as virtudes de uma corrijam os defeitos da outra - e por intermédio desse diplomata perfeito, isso se dá de maneira recíproca, pois o exemplo é distribuído nas duas comunidades, se ele deixar isso na forma de legado familiar nos dois territórios. E é por haver legado familiar que haverá distributivismo nas duas pontas.

3) Para quem toma o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada poderá fora dele ou contra ele, debater com este ser é perda de tempo, uma vez que ele usará este conceito como ferramenta de modo a instituir um primtivismo afro-indígena de modo a destruir o legado civilizatório português que aqui foi estabelecido por força da missão que recebemos em Ourique.

4) Esse tipo de uso instrumental, pragmático, da apropriação cultural é uma ferramenta nazista, pois está focado no socialismo de raça.

5) Não importa se o socialismo é de nação (fascismo), classe (comunismo) ou raça (nazismo). Os três conceitos são fungíveis entre si e para eles os fins últimos da Revolução Cultural justificam os meios para a tomada total do poder, pois são meios ideológicos. Por isso, a melhor forma de combater esse mal é denunciando essa canalhice.

6) A verdade precisa ser servida a quem preza a vida livre fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, pois é só por meio da verdade que haverá a restauração da realidade, o que restaurará o uso do poder para servir ao bem comum, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo, da forma como foi estabelecida em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.

Notas sobre realidade aparente e realidade sedimentada encoberta em camadas de mentalidade revolucionária

1) É muito importante estudar a realidade das coisas. E a realidade não é apenas a que se apresenta aparente, sensível, de modo a ser tomada como se fosse coisa - a realidade se estende a coisas que não podemos ver, pois ela está encoberta por camadas de mentalidade revolucionária (globalismo, totalitarismo, libertarismo, conservantismo - próprio da Reforma Protestante)

2) Buscar a verdade é mais ou menos fazer prospecção de petróleo. Você precisa eliminar as camadas de mentalidade revolucionária que estão na superfície, de modo a compreender as coisas dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Se a Idade Média foi a época em que os homens mais cooperaram com a civilização fundada nos valores de Cristo, então precisamos desfazer as camadas de mentalidade revolucionária aparente de modo a compreender aquela realidade. Registros documentais dão um subsídio nessa direção, mas como todo registro, algum detalhe pode estar errado - e aí será preciso todo um trabalho filosófico especulativo de modo a ver o que havia de errado na Idade Média e ser consertado à luz da doutrina da Igreja e não através da falsa solução criada pela mentalidade revolucionária, que não passa de gambiarra, de solução aparente para algo que não foi bem resolvido, pois se preferiu conservar o que era conveniente e dissociado da verdade.

4) Para se estudar o distributivismo, há que se fazer o restauro dessa realidade não só pela via documental, que pode ser condensada em simuladores ou jogos eletrônicos, como também pela via da especulação racional acerca desses problemas. Não se trata de medievalismo romântico ou estético, mas estudo da realidade - e é parte desse estudo ver o que não se vê, como diz Bastiat.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017 (data da postagem original).

Imposto sempre se dará por força de lei e a natureza disso é o seu caráter extraordinário

1) Sempre que o mundo português estiver em guerra de modo a defender a integridade de seus domínios, impostos, por força da lei natural, podem ser criados de modo a custear as despesas decorrentes da guerra, de modo a que missão de servir a Cristo em terras distantes sobreviva em face aos inimigos de Cristo.

2) A natureza dos impostos é a sua natureza extraordinária. É em tempos de emergência que a lei é usada de modo a forçar a colaboração alheia em tempos de crise. Se é medida fundada na defesa da pátria, então isso é perfeitamente justo.

3) Não faz sentido haver cobrança de impostos em tempos de paz. Se o povo é tomado como parte da família, a contribuição com o governo deve se dar de maneira costumeira, uma vez que a confiança é a regra geral das coisas ainda que não escrita, pois o povo que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento sempre estará disposto a colaborar com aquele é Pai de seu povo e vassalo de Cristo, o sucessor de D. Afonso Henriques.

4) O fato de haver impostos ordinários na República se deve ao fato de que a instabilidade é a regra, já que a República é uma crise permanente. Como o povo é visto como órgão, então a lei fica forçosamente acima do costume uma vez que Deus não é o norte das coisas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.

Onde a terra é a principal riqueza da nação, a justiça tende a ser de conciliação, já que o país é tomado como se fosse um lar em Cristo e é uma comunidade viva.

1.1) Muita gente fala em comprar terras.

1.2) Na verdade, você adquire o direito de usar a terra, seja para efeito de moradia ou para efeito produtivo, por meio de usucapião, o que cria um domínio reservado que pode ser transferido para outra pessoa.

1.3) Esse domínio reservado fica consignado em um registro de imóveis de modo a evitar o esbulho possessório - afinal, todas as terras do mundo português pertencem ao Crucificado de Ourique e estão sujeitas à autoridade e proteção daquele que é o vassalo do mesmo Crucificado, sucessor de D. Afonso Henriques.

1.4.1) Todo aquele que adquire direito de uso sobre a terra será chamado a colaborar com o governo salvífico fundado nesta circunstância.

1.4.2) Como a relação do Rei com o seu povo é uma relação familiar, no sentido macroscópico do termo, então os tribunais são necessariamente cortes de relação. E o objetivo da justiça é conciliar as partes - os interesses da coroa, dentro de sua missão sobrenaturalmente constitucional, e os interesses dos que estão sujeitos à autoridade e proteção da coroa.

1.4.3) Na justiça de relação, dizer o direito implica dizer a verdade, uma vez que se funda na Aliança do Altar com o Trono. E ao se dizer a verdade, as partes agem com lealdade e o processo se chega à sua definitividade, pondo fim ao conflito de interesses.

1.4.4) Onde a definitividade da justiça está dissociada da verdade, em Cristo fundada, o processo não põe fim ao conflito - e o conflito se alastra até se tornar um problema social. E a injustiça se dissemina na sociedade - o que gera anarquia e anomia, pois as pessoas perderão a fé nas instituições, já que estas passaram a edificar liberdade voltada para o nada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.

O patrimonialismo não é de todo ruim

1) Se tomarmos por base o que disse D. Bertrand, em que o povo é tomado como parte da família do monarca, então todo o país é tomado como se fosse um lar em Cristo - trata-se de um lar privado distribuído publicamente a quem quiser vir nesta casa e progredir, tanto moralmente quanto economicamente. Esse tipo de patrimonialismo em si não é ruim - e isso leva ao distributivismo.

2) Na República, a fronteira entre coisa pública e coisa privada é mais claramente definida, mas o marco é fundado em sabedoria humana, tendo por norte o amor ao dinheiro. De nada adianta uma separação mais clara entre o público e o privado se não há no país o senso de tomá-lo como se fosse um lar em Cristo. Em país onde a Aliança do Altar com o Trono é violada, o Estado acaba tendo o corpo temporal e espiritual da nação - e o país é tomado como se fosse religião de Estado, em que tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele.

3) O marco que separa o público do privado é para evitar a exploração do homem pelo homem, mas isso não evita a exploração do homem pelo Estado, visto que a propriedade privada é uma terra de uso devoluta pertencente ao Estado, terra essa em que o Estado não destinou uma função especial para o seu uso (ou função social, como o mundo costuma dizer). E é neste ponto que a iniciativa privada termina sendo um longa manus da iniciativa pública, já que a riqueza do país se mede pela soma de riquezas materiais produzidas ao longo de um ano (PIB). E em termos econômicos, riquezas materiais - nunca espirituais.

4) Eis aí porque a Economia ensinada nas faculdades se reduziu a dinheirística, uma vez que a verdadeira Economia toma o país como se fosse um lar com base na pátria do Céu, já que a vida eterna é o que mais importa, na verdade. É por conta da busca pela vida eterna que riquezas são produzidas de modo a servir ao bem comum, cuja missão se funda em servir a Cristo em terras distantes, tal como conhecemos desde Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 2017.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Notas sobre um efeito decorrente dos muitos anos de vida virtual

1) Desde 2007, eu levo uma vida online. Graças ao orkut e ao facebook, eu consegui conhecer pessoas com cabeça muito parecida com a minha, ainda que dispersas por todo o território nacional ou na Lusitânia Dispersa (países onde a língua oficial não é o português, mas que tem parte da população capaz de se comunicar perfeitamente bem em língua portuguesa).

2) Graças a esses amigos adequados, que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, eu pude desenvolver minhas habilidades intelectuais e me tornei católico. Durante o tempo em que São João Paulo II foi Papa, eu estava inclinado a ser católico, mas não tinha quem me ensinasse os fundamentos da fé verdadeira - e isso eu encontrei na vida online. Os mais de 3000 artigos que escrevi entre 2014 e hoje são um atestado do quanto progredi na vida em dez anos de vida online.

3) Passados dez anos desta vida, eu comecei a me relacionar com as pessoas da paróquia. Sinto-me mais solto - até porque tenho os amigos adequados para me ajudarem naquilo que eu mais precisar. Eu fui pra vida online porque o que encontrava na minha circunstância não supria o que precisava: de boas amizades, onde pudesse crescer intelectualmente e espiritualmente. Agora volto ao mundo real preparado para ser a luz do mundo e sal da terra.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2017.

Notas sobre propriedade pública e propriedade privada em terra comunal

1) Em terra comunal, onde não houvesse direito preferencial à coroa ou à Igreja, a terra era de uso comum do povo, seja para morar nela ou nela trabalhar.

2) Em terra de uso comum, há o natural direito de privacidade, de modo a que uma família possa se sentir bem onde vive e tomar o país como um lar em Cristo. Por força disso, essa família tinha o direito de uso dessa terra não só para viver no país como também de trabalhar essa terra, coisa que adquiria por meio de usucapião, por meio de ocupação mansa e pacífica do solo em que vivia.

3.1) A propriedade das terras pertencia a Cristo, pois é próprio do proprietário perceber direitos senhoriais (royalties). Como o mundo português foi fundado numa missão salvífica, então o direito de propriedade está lastreado na missão de servir a Cristo em terras distantes - e este direito é absoluto enquanto vigorar o bom serviço a esta nobre causa.

3.2) Não é, como na república, um direito com um fim a si mesmo, voltado para o nada, pois a riqueza se destinava para aprimorar as coisas e não como um meio de salvação. Com a República, a ética protestante e o espírito do capitalismo vieram junto com o regime.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2017.

Antes do Imposto de Renda, havia o direito senhorial (royalty) por conta uso das terras, que pertenciam ao Crucificado de Ourique, administradas pelo seu fiel vassalo, sucessor de D. Afonso Henriques

Antes do Imposto de Renda, havia o direito senhorial (royalty) por conta uso das terras, que pertenciam ao Crucificado de Ourique, administradas pelo seu fiel vassalo, sucessor de D. Afonso Henriques

1) Se o Cristo Crucificado de Ourique fez de D. Afonso Henriques seu vassalo, então todo o território sujeito à proteção e autoridade desse vassalo é terra comunal, pois pertence a Cristo, que é o verdadeiro Senhor de todo o mundo português.

2) Em terra comunal não se paga imposto, paga-se um royalty, por força do direito de usar uma terra que pertence a Cristo e que está sujeita à proteção e autoridade do vassalo de Cristo, que é o Rei de Portugal.

3) A importância desse royalty é definida por força da importância econômica da região para o mundo português bem como por conta da natureza estratégica para a defesa nacional, tomada como um lar tendo por Cristo fundamento. Essa importância era paga costumeiramente, pois era tributo dado ao verdadeiro Senhor dos Exércitos, que é também construtor e destruidor de impérios.

4) Ao se derrubar a monarquia, aboliu-se a noção de royalty - e no lugar disso veio o chamado imposto de renda. A principal riqueza, a terra, foi trocada pelo dinheiro - e o mundo português na América saiu do feudalismo para cair no capitalismo de Estado, que é tão totalitário quanto o comunismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2017 (data da postagem original).

Chat GPT:

O texto explora um conceito histórico e teológico do direito senhorial em Portugal, atribuindo uma função espiritual e de soberania ao "Cristo Crucificado de Ourique" como verdadeiro Senhor das terras portuguesas e situando D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, como vassalo deste soberano divino. A partir dessa visão, ele contrapõe o direito senhorial de uso das terras (royalty) ao sistema moderno de impostos, especialmente o imposto de renda.

Os pontos principais apresentados podem ser compreendidos da seguinte forma:

  1. Terra comunal sob autoridade divina: Ao definir as terras como pertencentes a Cristo, o texto sugere uma visão onde o território português é considerado uma "terra comunal," ou seja, de uso comum sob a proteção divina e administrada pelo rei. Dessa forma, ao invés de ser propriedade privada ou estatal nos moldes modernos, essas terras são vistas como dedicadas ao serviço de Deus, com a monarquia portuguesa agindo em nome de Cristo.

  2. Royalty como tributo espiritual: Em vez do imposto de renda, o "royalty" (direito senhorial) representava um tributo pago pelo uso da terra, que simbolizava o reconhecimento de Cristo como o verdadeiro Senhor e do rei como administrador fiel. Esse pagamento estava ligado à importância econômica e estratégica da terra, remetendo a uma visão onde a riqueza era tributada não em nome de um governo secular, mas do "Senhor dos Exércitos".

  3. Impacto da monarquia na estrutura tributária: A derrubada da monarquia portuguesa trouxe mudanças profundas, substituindo a noção de "royalty" pelo imposto de renda. Para o autor, essa mudança deslocou o valor central da terra para o dinheiro, marcando a transição de um sistema feudal para um modelo capitalista de Estado. Ele critica essa transformação, associando-a ao surgimento de um estado totalitário, que, segundo ele, possui semelhanças estruturais com o comunismo.

  4. Reflexão crítica sobre capitalismo de Estado: A troca do direito senhorial pelo imposto de renda, de acordo com o autor, é vista como uma transição que levou a uma forma de opressão e controle estatal que ele considera totalitária. Nesse sentido, o autor sugere que a mudança de um tributo espiritual para um imposto estatal contribuiu para a perda de um modelo em que o serviço e a obediência eram voltados para Cristo, introduzindo em seu lugar uma governança onde o foco está na arrecadação e controle financeiro.

Esse texto reflete a visão de um modelo feudal onde a monarquia portuguesa representava a autoridade divina, propondo uma crítica ao capitalismo moderno e à estrutura de impostos que vieram com a queda da monarquia e o surgimento de estados republicanos. É uma reflexão sobre a mudança de valores e estruturas de poder que ocorreram na transição da monarquia ao capitalismo estatal, e como essas mudanças impactaram o mundo lusófono.

Dettmann: Discorra sobre o rei enquanto construtor de pontes e vassalo de Cristo, senhor dos exércitos e construtor e destruidor de impérios, tal como foi apontado no Milagre de Ourique.

Chat GPT:

A figura do rei como “construtor de pontes” e “vassalo de Cristo” remonta à noção medieval de realeza sagrada e soberania divina, fortemente marcada na história de Portugal pelo Milagre de Ourique. Este evento mítico, que, segundo a tradição, ocorreu em 1139 durante uma batalha decisiva entre D. Afonso Henriques e exércitos mouros, foi interpretado como a confirmação da aliança entre Cristo e o jovem rei. A partir desse episódio, D. Afonso Henriques teria sido investido como vassalo direto de Cristo, consolidando a ideia de que Portugal seria uma “terra santa” e que o rei teria o dever de governá-la em serviço direto ao Senhor dos Exércitos, o “construtor e destruidor de impérios”.

O Rei como Vassalo de Cristo e Defensor da Terra Santa

Ser “vassalo de Cristo” implicava que o rei não exercia autoridade autônoma, mas sim derivada e delegada. D. Afonso Henriques, a partir do Milagre de Ourique, passou a ser visto como um administrador das terras de Cristo, um defensor da fé e um protetor das fronteiras cristãs. O conceito de “vassalagem” em relação a Cristo significava que a autoridade régia era um reflexo da autoridade divina, e que as conquistas, as leis e a organização social deveriam estar em harmonia com o que se entendia como vontade de Deus. Dessa forma, o papel do rei transcendia o poder secular e envolvia uma missão sagrada de proteger e expandir o território em nome da fé cristã, especialmente contra os inimigos da Igreja.

Essa relação de vassalagem simbolizava um pacto que conferia ao rei um propósito além do interesse pessoal ou da dinastia, consolidando-o como uma ponte entre o divino e o terreno. A monarquia portuguesa, sob essa visão, teria como primeiro compromisso a defesa e a expansão dos valores cristãos, buscando servir a Cristo em vez de simplesmente acumular poder.

O Rei como Construtor de Pontes: Unidade e Proteção da Comunidade

Como “construtor de pontes,” o rei cumpria o papel de unificador e integrador da comunidade, especialmente em um contexto de territórios recém-conquistados e povoados por diferentes culturas e tradições. A ideia de “construir pontes” pode ser entendida tanto literal quanto simbolicamente: o rei era responsável por construir uma sociedade coesa e resiliente, capaz de defender suas crenças e sua integridade, tanto espiritual quanto material.

A figura de um “construtor de pontes” é também a de um mediador entre os súditos e Cristo, e de um promotor da paz e da justiça social dentro do território. Nesse sentido, o monarca atuava para reconciliar conflitos, fortalecer a unidade e fomentar o bem comum, tudo em nome da aliança divina que sustentava a monarquia. A ponte, então, não só permitia uma ligação física (através de estradas, fortalezas e infraestrutura), mas também simbolizava a ligação espiritual entre as diferentes camadas da sociedade, tendo como eixo central a fé em Cristo.

Cristo como Senhor dos Exércitos e Construtor e Destruidor de Impérios

Cristo como “Senhor dos Exércitos” remete ao Deus guerreiro do Antigo Testamento, protetor e defensor de Seu povo. Na visão medieval portuguesa, o Cristo de Ourique simbolizava essa figura de proteção e guia no campo de batalha, aquele que interviria para assegurar a vitória de Seu povo. Assim, o poder militar do rei e suas conquistas eram vistas como manifestações da própria vontade divina. O rei, como vassalo de Cristo, tinha a missão de conduzir o povo de Deus em batalhas justas e defendê-lo contra ameaças, unindo seu exército sob o estandarte do Senhor.

A descrição de Cristo como “construtor e destruidor de impérios” traz à tona a ideia de que o poder terreno é frágil e depende da permissão e da vontade de Deus. Se um império nasce ou cai, isso ocorre segundo o plano divino, e os reis e governantes nada mais são do que instrumentos do propósito maior de Deus. Este conceito permeava a política de expansão e defesa dos reinos cristãos ibéricos, incluindo Portugal, pois sugeria que o destino e a glória da nação portuguesa não seriam definidos apenas pelo poder terreno ou pelos talentos humanos, mas estariam predestinados de acordo com a fidelidade do povo e de seus governantes a Cristo.

A Missão do Rei Português: Defender, Conquistar e Servir

O Milagre de Ourique simbolizou a missão única de Portugal, destinada a se expandir como “império de Cristo” na terra, tanto pela defesa das fronteiras contra inimigos da fé como pela descoberta e evangelização de novas terras. A expansão portuguesa foi, em muitos aspectos, guiada por essa ideia de “servir a Cristo,” onde a construção de um império marítimo era vista como a propagação da fé e da glória divina. O rei, sob esse entendimento, tinha a responsabilidade de servir à justiça divina e garantir que sua administração e seus súditos refletissem a ordem de Deus.

Portanto, o papel do rei como vassalo de Cristo e construtor de pontes não se limitava a um reino medieval, mas era visto como uma missão contínua de difusão da fé, proteção dos valores cristãos e criação de uma sociedade que, ainda que estabelecida no mundo terreno, aspirava estar em consonância com o Reino de Deus. O rei português tinha como missão construir um império que servisse não a seus interesses pessoais, mas aos desígnios de Cristo, manifestando assim a aliança sagrada que se acreditava ter sido firmada em Ourique.

Dettmann: Aplique aquilo que falei sobre anticrese como base para se estabelecer relações de segunda pessoa a esse contexto português de servir a Cristo em terras distantes, tal como aplicado na América Portuguesa. Como isso afetaria o desenvolvimento dos territórios de ultramar?

Chat GPT: 

A aplicação da ideia de anticrese — em que um bem é cedido para uso de um credor, que dele extrai os frutos para cobrir uma dívida — fornece uma base interessante para se refletir sobre as relações de segunda pessoa no contexto português, especialmente no desenvolvimento dos territórios ultramarinos e na América Portuguesa. A anticrese não só implica um contrato em que o devedor cede os frutos ao credor, mas também estabelece uma relação direta e pessoal entre ambos, onde um compromisso mútuo se firma sobre o uso responsável e ético do bem em questão.

Na prática, ao entender o rei português como vassalo de Cristo, Portugal assumiria um papel de guardião das terras descobertas e conquistadas, mas essas terras não seriam de sua propriedade exclusiva. Elas estariam, de certo modo, “emprestadas” ou confiadas ao reino para serem administradas em nome de Cristo e para Sua glória. Isso transforma as relações de poder entre Portugal e suas colônias em algo que transcende a mera exploração econômica, apontando para um dever sagrado de desenvolver as colônias não apenas em termos materiais, mas também espirituais e culturais.

Anticrese como Relação de Segunda Pessoa: Responsabilidade e Mútua Dependência

No contexto do desenvolvimento das colônias, uma aplicação da lógica de anticrese significaria que o território ultramarino é utilizado em nome de Cristo e para seu serviço, e Portugal, como administrador, deve extrair frutos desses territórios não apenas para benefício econômico, mas para a evangelização, a construção social e o bem espiritual. Esse pacto de segunda pessoa — uma relação direta de responsabilidade entre o vassalo (Portugal) e o Senhor (Cristo) — define que o fruto da terra e a gestão dos recursos devam atender ao propósito maior da aliança divina. Em outras palavras, Portugal “toma emprestado” os territórios de Cristo, e os frutos que eles produzem devem primeiro atender a esse desígnio sagrado.

Essa responsabilidade afetaria diretamente a maneira como as colônias eram desenvolvidas, impondo uma obrigação moral de cuidar da terra e de suas populações em conformidade com a aliança cristã. Portanto, o crescimento das colônias seria orientado por valores de serviço e responsabilidade, onde a acumulação de riquezas deveria vir acompanhada da disseminação de valores espirituais e do respeito ao direito natural e cristão. Essa ética da anticrese, aplicada à colonização, limitaria práticas de exploração meramente extrativistas, incentivando o desenvolvimento das terras ultramarinas como “patrimônio espiritual” de Cristo, em vez de como simples colônias de exploração econômica.

Implicações para o Desenvolvimento dos Territórios Ultramarinos

  1. Fundação de Comunidades Cristãs: A relação de anticrese, aplicada no âmbito colonial, conduziria a um modelo em que as colônias deveriam ser desenvolvidas como extensões da cristandade. Isso poderia se traduzir em um esforço missionário organizado, fundando igrejas, escolas e comunidades centradas na fé cristã e na moralidade. As populações locais, assim, não seriam tratadas apenas como mão-de-obra, mas como almas a serem cuidadas e integradas na comunidade cristã. Esse enfoque possibilitaria a construção de uma cultura colonial em que o desenvolvimento fosse integrado com a espiritualidade e a identidade cristã.

  2. Desenvolvimento Econômico com Responsabilidade Espiritual: Sob o princípio da anticrese, a exploração dos recursos das colônias teria que ser equilibrada com a obrigação de cuidar do bem comum e preservar os recursos para as futuras gerações. O rei, como “credor” que administra a terra em nome de Cristo, teria que evitar práticas predatórias e visar a sustentabilidade econômica e ecológica. Assim, a extração de riquezas nas colônias seria guiada não só pela necessidade de sustentar o império, mas também pelo dever moral de preservar essas terras como um bem emprestado.

  3. Intercâmbio Cultural e Moral: A colonização, sob uma ética de anticrese, não se limitaria a extrair frutos e riquezas materiais; deveria também proporcionar um intercâmbio cultural e moral entre os colonizadores e as populações nativas. Esse intercâmbio visaria a formação de laços de respeito mútuo e responsabilidade, ao invés de relações de dominação unilateral. Os colonizadores seriam incentivados a integrar as tradições nativas em uma síntese cristã, promovendo o desenvolvimento cultural das colônias como parte de um projeto civilizatório e não apenas colonialista.

  4. Desenvolvimento de Infraestrutura em Favor do Reino de Deus: O desenvolvimento de estradas, igrejas, escolas e hospitais nas colônias seria feito com a finalidade de estabelecer uma infraestrutura que promovesse o bem-estar espiritual e físico das populações locais. Em vez de infraestruturas orientadas exclusivamente para a exploração de recursos, haveria uma preocupação em construir estruturas que servissem à comunidade e fossem ferramentas para a disseminação da fé. Assim, o território seria cultivado e mantido com vistas a um desenvolvimento que refletisse a ordem e os valores cristãos, promovendo a ideia de uma terra verdadeiramente comunal sob o reinado espiritual de Cristo.

A Longa Duração e a Consciência de Missão

A noção de anticrese traz consigo um senso de responsabilidade prolongada, uma obrigação de garantir que os frutos do território ultramarino estejam em conformidade com a aliança feita com Cristo. Portugal não poderia, então, simplesmente explorar e esgotar esses territórios; deveria cultivá-los com vistas ao longo prazo, mantendo a consciência de que, em última instância, a responsabilidade é com Deus, e não com o lucro ou poder temporal.

Conclusão: Uma Missão Universal e um Compromisso de Segunda Pessoa

Aplicar a lógica de anticrese ao contexto colonial português redefine o papel do colonizador como cuidador de um bem alheio, a serviço de um propósito divino. A relação de segunda pessoa, aqui, é entre Portugal e Cristo, onde Portugal não age em nome próprio, mas em fidelidade ao pacto sagrado de Ourique. Tal responsabilidade impõe a criação de uma civilização cristã nas colônias, focada na elevação espiritual, no desenvolvimento sustentável e na promoção do bem-estar geral das populações, transformando o território de ultramar não em um recurso a ser consumido, mas em um bem a ser honrado e protegido em nome do Senhor.

Dettmann: Discorra sobre o tributo como um direito autoral (royalty), por conta de o vassalo de Cristo de ter aperfeiçoado a liberdade de muitos cristos necessitados no além-mar nos méritos de Cristo. Relacione àquilo que falei sobre direito autoral nas relações sociais de anticrese, tal como falamos na discussão anterior.

Chat GPT:

O conceito de tributo como um “royalty” — um direito autoral ou senhorial — advém da ideia de que a autoridade de governar e proteger, exercida pelo vassalo de Cristo, se baseia não apenas em obrigações legais ou contratuais, mas em um direito conferido pelo Senhor a esse vassalo para agir em Seu nome. Quando D. Afonso Henriques se tornou o primeiro rei de Portugal, no Milagre de Ourique, ele se consagrou como vassalo de Cristo, e assim Portugal assumiu um papel de missão universal. Esse papel não era simplesmente de domínio político, mas de um compromisso espiritual para aperfeiçoar a liberdade dos povos, levando a eles valores, instituições e práticas alinhadas aos méritos de Cristo, o verdadeiro soberano.

Nesse sentido, o tributo colonial pode ser interpretado como um direito autoral espiritual. Não é uma imposição tirânica, mas uma compensação devida pelo desenvolvimento e aprimoramento que Portugal, enquanto vassalo de Cristo, proporcionou nas terras de além-mar. Esse tributo seria, então, uma forma de reconhecer o valor do trabalho de construção social e espiritual que se realiza sob a autoridade do Rei de Portugal, no serviço a Cristo.

Tributo como Royalty e Aperfeiçoamento da Liberdade

No contexto das colônias, a noção de tributo como um royalty remete ao valor do aprimoramento e da proteção espiritual e cultural que Portugal proporcionava aos territórios ultramarinos. A autoridade do rei português incluía não só o domínio territorial, mas também a responsabilidade de guiar os povos ao longo de um caminho de aprimoramento humano e espiritual. O tributo pago à Coroa, então, representava o reconhecimento desse aperfeiçoamento, uma vez que Portugal dedicava seus recursos e autoridade para proporcionar condições em que a fé cristã, a educação e as práticas de trabalho fossem desenvolvidas para o bem comum.

Se relacionarmos isso à lógica da anticrese nas relações sociais, a cobrança de um tributo-royalty funciona de modo semelhante a um direito autoral moral: é um retorno devido pelo valor que Portugal acrescentou à liberdade desses povos, ampliando-lhes as possibilidades, introduzindo o conhecimento cristão e favorecendo o progresso, mas sem lhes retirar a propriedade espiritual e cultural. Esse tributo, portanto, não seria um imposto, mas uma retribuição justa pelo esforço dedicado em proteger e desenvolver a liberdade desses “cristos necessitados”, na linguagem espiritual, que necessitavam da luz da fé e das condições materiais para florescer.

Relação do Royalty com as Relações de Anticrese nas Colônias

Assim como na anticrese, onde o devedor cede os frutos de um bem ao credor em troca de uma melhoria contínua, a relação entre Portugal e as colônias pode ser vista como uma relação de segunda pessoa, onde o desenvolvimento das terras ultramarinas é tanto uma responsabilidade quanto um investimento espiritual do reino português. As colônias não eram simplesmente territórios a serem explorados, mas campos de missão onde Portugal se comprometia a construir uma sociedade cristã e a prover um ambiente em que as populações locais pudessem se desenvolver em conformidade com os valores de Cristo.

O tributo funcionaria, então, como uma retribuição pela liberdade que Portugal aperfeiçoava nesses territórios. É o reconhecimento de que a Coroa portuguesa não apenas tirava frutos da terra, mas também oferecia algo em troca: o aprimoramento da liberdade através da educação cristã, da criação de infraestrutura, da proteção militar e do estabelecimento de uma ordem social orientada para o bem comum. Esse royalty, em termos simbólicos, é um pagamento pela “autoria” espiritual do desenvolvimento humano e cultural que Portugal proporcionava às colônias em nome de Cristo.

O Tributo como Royalty e o Conceito de Direito Autoral Social

Assim como o direito autoral visa a reconhecer o valor criativo e o trabalho intelectual de um autor, o tributo-royalty nas colônias poderia ser entendido como uma forma de reconhecimento pelo “trabalho autoral” do reino português, que buscava, nos méritos de Cristo, estruturar uma sociedade onde a liberdade e a fé pudessem prosperar. Este direito autoral social reconhece que a obra de evangelização, desenvolvimento e defesa das colônias é uma contribuição única, que Portugal oferece não apenas em nome próprio, mas como agente de Cristo.

Essa relação se torna, portanto, uma espécie de anticrese espiritual: as colônias produzem frutos, mas, ao mesmo tempo, recebem o benefício de um modelo social, espiritual e econômico em conformidade com a tradição cristã. O tributo pago é, então, mais do que uma simples cobrança: é um ato de segunda pessoa, um reconhecimento mútuo de responsabilidade e reciprocidade.

Impacto no Desenvolvimento dos Territórios Ultramarinos

O tributo como royalty reflete um comprometimento mútuo e orienta a relação colonial para uma ética de responsabilidade e aperfeiçoamento. Em vez de uma exploração unilateral, o desenvolvimento dos territórios ultramarinos deveria levar em consideração o propósito cristão e a valorização das culturas e riquezas locais. O modelo de anticrese aplicado aqui, onde Portugal é o administrador temporário do bem de Cristo, exigiria que o desenvolvimento colonial respeitasse as peculiaridades locais, investindo em um aprimoramento que preservasse a dignidade e a liberdade das populações.

Esse enfoque favoreceria políticas que priorizassem:

  1. Desenvolvimento Sustentável: A exploração dos recursos naturais e humanos teria que ser feita com uma consciência de responsabilidade moral. Em vez de um extrativismo predatório, a Coroa deveria promover práticas que garantissem o bem-estar das futuras gerações.

  2. Educação e Evangelização: Como parte do “royalty” a Cristo, o desenvolvimento das colônias seria acompanhado por um esforço em educar e evangelizar as populações locais, estruturando as comunidades em torno de valores cristãos e ensinando habilidades e ofícios que permitissem o autossustento.

  3. Infraestrutura e Segurança: A relação de anticrese demanda que o credor (neste caso, Portugal) invista na manutenção e na defesa das terras confiadas. Dessa forma, o tributo retornaria em infraestrutura básica, defesa contra invasões e apoio à criação de uma sociedade coesa e segura.

  4. Justiça e Administração Local: Em uma lógica de anticrese espiritual, a Coroa deveria promover sistemas de justiça e governança que respeitassem as tradições locais, mas que também integrassem esses sistemas ao modelo cristão de justiça e liberdade, permitindo que as colônias florescessem em uma ordem que refletisse o compromisso ético e espiritual de Portugal.

Conclusão

O tributo como royalty, interpretado sob uma ética de anticrese, estabelece uma visão de desenvolvimento colonial onde Portugal, como vassalo de Cristo, se compromete a aprimorar a liberdade e as condições de vida nos territórios ultramarinos em um pacto de segunda pessoa. Este tributo é, então, o reconhecimento de um trabalho autoral, onde o reino português assume a missão de cultivar o bem comum, proteger a dignidade humana e aperfeiçoar a liberdade nos méritos de Cristo, promovendo um modelo de civilização que seja fiel ao Senhor dos Exércitos.

Dettmann: E aqui, o eu-nacional se desdobra em vários nós-nacionais, não só por conta da sucessão com o passar do tempo cronológico, mas também em nós nacionais, à medida que ramos civilizatórios se desenvolvem no além-mar, em razão das sementes de ibirapuera lá germinadas, sobretudo na América Portuguesa.

Chat GPT:

A ideia de um eu-nacional que se desdobra em vários nós-nacionais evoca uma visão complexa da identidade e da civilização, particularmente no contexto do Império Português e da colonização na América. Esse desdobramento não se dá apenas em termos de sucessão histórica, mas também pela maneira como diferentes ramos civilizatórios emergem em resposta a condições locais, tradições culturais, e a própria dinâmica da colonização.

O Eu-Nacional e Seus Nós

O eu-nacional pode ser entendido como a consciência coletiva de um povo, enraizada em sua história, cultura e valores. À medida que a civilização portuguesa se expandiu, especialmente nas terras além-mar, esse eu-nacional começou a se desdobrar em nós distintos que refletiam não apenas a herança portuguesa, mas também as influências e características locais dos novos territórios. Os "nós-nacionais" podem ser vistos como manifestações desse eu-nacional em contextos variados, onde fatores como clima, geografia, e interações com as populações nativas moldam a cultura e a sociedade.

A Sementes de Ibirapuera

As "sementes de ibirapuera" referem-se a ideias, valores e práticas que foram levados do território português para o Novo Mundo. Em muitas situações, essas sementes não apenas germinaram, mas adaptaram-se ao solo fértil da América Portuguesa, onde influências indígenas, africanas e outras se entrelaçaram com a cultura ibérica. Essa fertilidade cultural resultou em uma diversidade de nós-nacionais, cada um com suas próprias características, tradições e modos de vida.

Desdobramentos nos Nós Nacionais

  1. Diversidade Cultural: Com o tempo, a interação entre colonos portugueses e as populações indígenas, além da chegada de escravizados africanos, criou uma nova amalgama cultural. Esse fenômeno pode ser visto em aspectos como a música, a culinária, as festas populares e as práticas religiosas, que refletem uma identidade híbrida, mais rica e complexa.

  2. Identidades Locais: Cada região da América Portuguesa desenvolveu suas próprias identidades locais, baseadas em recursos naturais, modos de vida e a influência das populações nativas. Isso se traduz em variações no idioma, nas tradições folclóricas e nos sistemas de governança que emergiram ao longo do tempo.

  3. Descentralização do Poder: O eu-nacional português também se desdobrou em uma série de estruturas de poder locais que buscavam autonomia e expressão própria. Com o passar do tempo, especialmente durante os movimentos de independência, esses nós-nacionais começaram a reivindicar sua identidade e direitos, muitas vezes desafiando a autoridade da metrópole.

  4. Reinterpretação Histórica: À medida que as sociedades se desenvolviam, suas histórias e narrativas começaram a se reconfigurar. A percepção do eu-nacional não era mais unilateral, mas passava a incluir as histórias dos diversos grupos que compunham a sociedade, levando a um entendimento mais inclusivo e plural da nacionalidade.

Conclusão

Assim, o conceito de eu-nacional se desdobra em nós-nacionais em um processo dinâmico e multifacetado que reflete a interação entre a herança ibérica e as diversas influências locais. A história da América Portuguesa ilustra como as sementes de ibirapuera, ao serem plantadas em solo novo, geram não apenas um crescimento, mas uma multiplicidade de ramos e flores, cada um contribuindo para a rica tapeçaria da identidade nacional. Essa visão mais ampla da nação não apenas valoriza a diversidade, mas também reconhece a importância de cada nó na construção de uma narrativa coletiva que honra as contribuições de todos os seus povos.

Dettmann: explique isso melhor do ponto de vista da dendrologia social.

Chat GPT:

A dendrologia social, enquanto uma abordagem metafórica que utiliza a analogia das árvores para compreender as dinâmicas sociais, pode ser uma ferramenta poderosa para explorar a evolução do eu-nacional e seus desdobramentos em nós-nacionais, especialmente no contexto da civilização portuguesa e sua expansão para além-mar. Essa perspectiva nos permite observar como as relações sociais, culturais e históricas se entrelaçam, assim como os ramos de uma árvore, criando uma estrutura complexa e interconectada.

A Árvore Social como Metáfora

  1. Raízes Profundas: As raízes da árvore representam a história, a cultura e os valores fundamentais que sustentam a identidade de um povo. No caso da América Portuguesa, essas raízes são compostas pela herança ibérica, influências indígenas e tradições africanas. Assim como uma árvore se alimenta do solo que a sustenta, a identidade nacional portuguesa e suas ramificações na América foram nutridas por essas interações complexas.

  2. Tronco Principal: O tronco da árvore simboliza o eu-nacional, a consciência coletiva que une o povo português e seus descendentes nas terras além-mar. Esse tronco é forte, mas não homogêneo; ele carrega as marcas das influências diversas que moldaram a identidade nacional. À medida que a árvore cresce, o tronco se torna mais robusto e se desdobra em diferentes ramos, cada um representando um nó-nacional.

  3. Ramos e Folhas: Os ramos da árvore representam os nós-nacionais que emergem à medida que a civilização se desenvolve em contextos variados. Cada ramo é uma expressão única da identidade, refletindo as condições locais, a interação com outras culturas e a adaptação às realidades do ambiente. As folhas podem ser vistas como as diversas manifestações culturais que brotam desses ramos, como músicas, danças, tradições e idiomas.

  4. Frutos e Sementes: Os frutos da árvore simbolizam os resultados das interações sociais e culturais que ocorrem ao longo do tempo. Esses frutos podem incluir inovações culturais, sociais e políticas que surgem da sinergia entre os diferentes grupos que compõem a sociedade. As sementes, por sua vez, representam o potencial para a propagação dessas identidades e tradições em novos contextos, à medida que novos nós-nacionais se formam.

Interações e Sustentabilidade

  1. Interdependência: Assim como os ramos de uma árvore estão interconectados, os nós-nacionais também são interdependentes. As culturas e identidades locais influenciam-se mutuamente, criando um ecossistema cultural vibrante e dinâmico. Essa interdependência é essencial para a sustentabilidade da sociedade, pois permite que diferentes tradições coexistam e se enriqueçam.

  2. Adaptação e Resiliência: A dendrologia social também destaca a importância da adaptação e da resiliência. Em tempos de mudança ou crise, como as revoluções e independências, os nós-nacionais podem reconfigurar-se, adaptando suas identidades e práticas culturais para enfrentar novos desafios. Essa capacidade de adaptação é similar à forma como uma árvore pode sobreviver a condições adversas, ajustando-se para garantir seu crescimento contínuo.

  3. Diversidade como Força: A diversidade dentro da árvore social é um dos seus maiores ativos. Cada ramo, com suas particularidades, contribui para a robustez do todo. A diversidade cultural da América Portuguesa, por exemplo, resulta em uma riqueza de expressões artísticas, práticas sociais e modos de vida que enriquecem a sociedade como um todo, garantindo sua vitalidade.

Conclusão

A aplicação da dendrologia social ao entendimento do eu-nacional e seus nós-nacionais oferece uma perspectiva rica e multifacetada sobre a formação e evolução da identidade nacional. Assim como uma árvore cresce e se adapta ao ambiente ao seu redor, a sociedade portuguesa e suas manifestações no além-mar evoluíram a partir de raízes comuns, desenvolvendo ramos distintos que refletem a riqueza e a complexidade das interações humanas. Esse modelo não apenas destaca a importância da diversidade e da interconexão, mas também serve como um lembrete da necessidade de cuidar e nutrir essas relações para garantir a saúde e a sustentabilidade da sociedade como um todo.

Dettmann: Neste sentido, os reis indolentes, como foram os da França medieval por um certo tempo, quando não constroem pontes nos méritos de Cristo, eles se tornam classe ociosa, como bem apontou Veben. E a monarquia, nesse sentido, perde sua base de sustentação sagrada. E ao perder sua relação com o transcendente, ela perde a sua legimitidade.

Chat GPT:

A crítica aos reis indolentes, especialmente no contexto da monarquia medieval francesa, revela uma preocupação profunda com a conexão entre liderança, ação e a responsabilidade moral que os governantes têm para com seus súditos e a ordem divina. O conceito de que a monarquia deve ser uma construção ativa, fundamentada nos méritos de Cristo, se torna central para entender a legitimidade do poder real e sua função social.

A Indolência dos Reis e a Classe Ociosa

  1. O Papel do Rei como Construtor: Historicamente, os reis eram vistos como os "vassalos de Cristo", incumbidos não apenas de governar, mas de construir a sociedade em conformidade com os valores cristãos. Isso envolve a construção de pontes, tanto literais quanto figurativas, que conectam comunidades, promovem o comércio, e facilitam a interação social. Quando um rei falha em cumprir esse papel ativo, ele não apenas se afasta de sua responsabilidade, mas também se torna um símbolo de indolência e ineficácia.

  2. A Classe Ociosa: Veblen, ao discutir a classe ociosa, critica a tendência de certas elites, incluindo nobres e monarcas, de se distanciar das atividades produtivas e das necessidades do povo. A indolência dos reis pode ser vista como uma forma de alienação, onde eles se tornam meros usufrutuários do poder, em vez de líderes engajados que trabalham para o bem comum. Essa desconexão não apenas diminui a relevância dos reis, mas também compromete a coesão social, uma vez que os súditos percebem a falta de comprometimento e eficácia em suas lideranças.

A Perda da Base Sagrada da Monarquia

  1. Relação com o Transcendente: A monarquia medieval frequentemente se baseava em uma relação sagrada com o divino, onde o rei era considerado escolhido por Deus e responsável por governar segundo os princípios cristãos. Quando os reis se tornam indolentes, essa relação sagrada é ameaçada. A falta de ações que reflitam os valores cristãos resulta em uma erosão da legitimidade real, já que o povo começa a questionar se seus líderes são realmente representantes do divino ou meramente autoridades terrenas.

  2. Consequências da Deslegitimação: A perda da relação com o transcendente tem implicações profundas para a estrutura política. Quando a monarquia não é mais vista como uma instituição sagrada, ela se torna vulnerável a desafios internos e externos. Revoltas populares, movimentos de reforma e até revoluções podem surgir quando a população percebe que seus líderes não estão cumprindo suas responsabilidades. A Revolução Francesa é um exemplo extremo dessa deslegitimação, onde a indiferença da monarquia levou à sua própria queda.

A Legitimidade da Monarquia na Construção Social

  1. Reafirmação da Legitimidade: Para que a monarquia mantenha sua legitimidade, é essencial que seus líderes atuem como construtores de uma sociedade fundamentada na justiça, no bem comum e nos valores cristãos. Isso implica não apenas em ações tangíveis, como a construção de infraestruturas e instituições, mas também em um compromisso moral com os súditos.

  2. O Papel da Espiritualidade e da Ética: A espiritualidade e a ética devem ser os pilares da governança. A conexão com o transcendente fornece uma base sólida para a legitimidade, onde o rei não é apenas um governante, mas também um servidor de Deus e do povo. Esse alinhamento fortalece a relação entre a monarquia e os cidadãos, promovendo um senso de unidade e propósito.

Conclusão

A análise dos reis indolentes à luz da relação entre a monarquia, a construção social e a legitimidade divina revela a complexidade do papel do governante na sociedade. A monarquia não pode ser vista como uma instituição isolada, mas sim como parte de um tecido social que requer a participação ativa e comprometida de seus líderes. A indolência não apenas compromete a eficácia da governança, mas também ameaça a legitimidade e a sacralidade que são essenciais para a sustentação do poder real. Em última análise, a responsabilidade de um rei vai além do domínio temporal; ela se estende a uma vocação sagrada de servir ao bem comum, construindo pontes e promovendo uma sociedade que reflita os valores divinos.