Pesquisar este blog

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Do distrbutivismo e da atividade econômica organizada

1) Se o trabalho é meio à santidade, então uma atividade econômica organizada leva à santidade sistemática.

2) Se o patrão patrocina o trabalho de seus subordinados, conduzindo-os na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus - coisa que leva à excelência na prestação do serviço -, então a economia subordinada torna-se economia coordenada, pois o empregado servirá ao seu patrão não porque ele manda, mas porque o ama, tal como o Rei que rege seu povo.

3) É justamente porque o fim das coisas é a vida eterna que a produção de riquezas de modo a atender as necessidades da população é uma forma de trabalho que merece ser santificado. E isso é distributivismo.

4) Para um fim bom, o meio deve ser conforme o Todo que vem de Deus; para um fim mau, fundado no amor o dinheiro, o meio, por mais virtuoso que seja, jamais será bom. Na verdade, acabará edificando liberdade para o nada, a base do relativismo moral.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 2017.

Notas sobre ética católica em ambiente de economia subordinada, patrocinada

1) Se o patrão deve ser como o Cristo de sua empresa, então ele deve guiar seus empregados naquilo que é próprio da ética católica: servir aos semelhantes com humanidade e gentileza - e suportar o seu próximo, ainda que seja um cliente chato, pentelho, exigente.

2) Ao iluminar os caminhos de seus empregados, ele os ensina o sabor que é próprio de lidar com os ofícios do comércio - e nesse ponto ele se torna líder. E por ser líder ele distribui o saber a seus empregados, de modo a que um dia se tornem empreendedores como ele, uma vez que é próprio do líder ser luz do mundo e sal na terra dos negócios.

3) E quando os empregados servem fielmente ao seu líder, eles são remunerados com salário, que tem tanto natureza alimentar como também servem de meio para se ofertar àquilo que é próprio a ser consagrado no altar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 2017.

Das funções do sal e da luz

1) Eis as funções do sal:

A) Realçar o sabor dos alimentos;

B) Conservar os alimentos, de modo a que não apodreçam;

C) Purificação da alma;

D) Ponderação (de modo a que a sabedoria humana não se afaste da sabedoria divina por meio do amor de si, que pretende se bastar por si mesmo).

2) Eis a função da luz: iluminar os caminhos, de modo a ver claramente o que as trevas nos escondem. Assim, a gente evita pedras de tropeços e abismos.

3) O saber decorre do sal; experimentamos de tudo e ficamos com o que é conveniente e sensato. E é justamente porque temos experiência que podemos guiar as pessoas de modo a que saibam se guiar na luz, na conformidade com o Todo que vem de Deus. E não é à toa que o sábio é um iluminado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 2017.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Notas sobre um dito medieval examinado sob o ponto-de-vista da ética católica e sob o ponto-de-vista da ética protestante

1) Na Idade Média havia este dito popular: quem tem talento manual encontra ouro em qualquer lugar.

2.1) Se o obreiro seguir o ensinamento de São Josemaría Escrivá, ele poderá ir servir a Cristo em terras distantes através do seu trabalho.

2.2) E ao fazer coisas magníficas, o trabalho excelente será remunerado de maneira magnificente, liberal. E isso é distributivismo, pois as pessoas estão vendo no artífice o Cristo enquanto sucessor de São José em seu trabalho de carpinteiro, servindo aos necessitados de seus serviços.

3) Se o bem mais amado for o ouro e não a Deus, e se esse ouro for visto como um sinal de salvação predestinada, então ele poderá edificar a verdade que quiser com o seu trabalho - e isso será altamente contraproducente e destrutivo, pois estará edificando liberdade para o nada.

4) É por meio do relativismo moral que a fé verdadeira acaba sendo abandonada, a tal ponto de o bem que ela produz, que faz o país ser tomado como se fosse um lar em Cristo, ficar ausente. E dentro desse vácuo, o Estado é tomado como se fosse religião - e tudo ficará no Estado, a ponto de nada estar fora dele ou contra Ele.

5) O multiculturalismo depende do Estado tomado como se fosse religião para fomentar políticas públicas e da cultura da liberdade para o nada para que isso seja legitimado. E neste ponto o islamismo se aproveita e destrói o que ainda sobrou de cristianismo em nossa civilização.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 2017.

Notas sobre o metacapitalismo

1) Quando se ama mais o dinheiro do que a Deus, esse tipo de costume que edifica liberdade para o nada se torna o law of the land, o qual é perfeitamente regulado pelo Estado.

2) Num contexto em que o Estado é tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele, a melhor forma de conseguir hegemonia econômica é por meio da hegemonia política - e uma das formas de se conseguir hegemonia é por meio da subversão cultural, pensada por Gramsci. Por isso, o que ama mais o dinheiro do que a Deus vai querer estar acima do law of the land, uma vez que já está disseminado na sociedade a falsa idéia de que a lei está acima do costume.

3) Da combinação de ética protestante, positivismo, libertarismo, totalitarismo e globalismo temos o metacapitalismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 2017.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Da política enquanto vocação

 1) Acredito que o labor político não deveria ser tipicamente um emprego, mas um status adquirido por mérito.

2) As pessoas voluntárias a tal atividade deveriam ser pessoas que tiveram êxito em sua vida pessoal e profissional, com mérito especial a quem teve grande sucesso na iniciativa privada. Assim poderia ser uma atividade não remunerada, tendo em vista que os voluntários já possuiriam respectivo patrimônio construído com formidável êxito profissional, estando interessados puramente em aplicar seus métodos bem-sucedidos, já testados e consagrados na gestão do dinheiro público e na atividade legislativa.

3) Isto é uma sugestão prática para redução da incompetência política e corrupção.

Victor Pinheiro 


Por que o senso de tomar o país como se fosse um lar em Cristo leva a uma teoria geral e, conseqüentemente, a uma ciência?

1) Tomar o país como um lar em Cristo pode ser uma teoria porque o simples fato de se fazer isso em cada país é universal, pois é fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus. E, apesar de ser universal, cada país tem suas circunstâncias, sejam elas geográficas, climáticas ou mesmo culturais.

2) Quando você toma ao menos dois países como um mesmo lar em Cristo, você está intermediando a troca de experiências que ocorrem num país A de modo a que não se repitam em B (no caso, experiências políticas fundadas na mentalidade revolucionária). Ao mesmo tempo, você estará levando do país A experiências que podem ser aplicadas em B, se forem positivas (como por exemplo, plantar uma nova espécie de árvore frutífera nativa em A no país B - claro, se feita a devida aclimatação e se preparar o solo para o cultivo dessa espécie, então a experiência é perfeitamente possível).

3.1) No caso de experiências culturais, a troca deve ser pautada na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.2) Citemos o exemplo dos poloneses, que têm o hábito consumirem pão ázimo não consagrado em tempos de Natal - eles costumam partilhar esse pão em comunidade, seja em âmbito familiar ou paroquial. Esse costume é nobre - e se fosse capaz de produzir pão ázimo da forma como os poloneses fazem, eu iria reproduzir este costume em minha família, em época natalina.

3.3) Se meus amigos e meus vizinhos forem testemunhas dessa prática e sentirem necessidade de reproduzir esse costume em suas famílias, então terei clientes dispostos a comprar a minha produção de pão ázimo de Natal. Se esse costume atingir a vizinhança, melhor ainda - até o ponto de atingir uma cidade inteira. E aí o costume acaba se consagrando.

3.4) O que diferencia distributivismo de capitalismo está no fato de que os costumes estão fundados na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus, pois é da verdade que se vem a verdadeira liberdade, a qual decorreu do sacrifício de Jesus na Cruz. Os costumes fundados na ordem econômica fundada no amor ao dinheiro edificam liberdade para o nada, pois fomentam relativismo moral. E é por haver relativismo moral que ninguém saberá mais o que é certo e o que é errado, a tal ponto que toda tirania estará moralmente justificada, o que é fora da lei natural.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de fevereiro de 2017 (data da postagem original).