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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A ideologia de gênero é filha da androgenia

1) Se na economia de massa os homens são substituíveis uns pelos outros, então pouco importa se o sujeito da espécie humana é do sexo masculino ou do sexo feminino.

2) A androgenia está intimamente ligada à massificação do homem, em que a fungibilidade foi consagrada ao nível do status quo, fundada numa liberdade fora da verdade que se dá em Cristo. Como o verdadeiro liberalismo implica viver na liberdade de Cristo, então buscar a liberdade fora dessa liberdade é buscar a ruína, a prisão - e isso é uma verdadeira ilusão.

3) Se pouco importa o sexo do homem massificado, então escolher o sexo com o fato de que isso é uma construção social é um pulo. A ideologia de gênero está intimamente ligada com a androgenia, coisa que marcou a cultura de massas nos anos 70 e 80.

O individualismo metodológico fundado no fato de que todos têm a sua verdade é falso

1) Uma das razões pelas quais a economia clássica não prosperou na Alemanha está no fato de que a utilidade das coisas está intimamente relacionada ao atendimento das necessidades humanas, levando-se em conta o custo e a oportunidade para se obtê-las. Esta observação derivava da observação direta da realidade, pois tudo isso decorre da própria experiência de se atuar na atividade mercantil. A Alemanha foi sede do Sacro Império-Romano Germânico e muitos de seus territórios foram parte da Liga Hanseática ou da Liga de Schmalkalde.

2) A economia mercantilista é por essência uma economia pragmática, fundada em resultados práticos. E esse pragmatismo é crucial de modo a atender necessidades humanas em larga escala. A experiência política dos romanos apontava isso - e aliança da política romana com a economia pragmática levou ao ressurgimento da ordem neopagã.

3) Enriquecida no individualismo metodológico, fundado em bases iluministas, neokantianas, não foi muito difícil para os industriosos e metódicos alemães erguerem uma economia próspera em muito pouco tempo, após a primeira unificação, em 1871.

4) A natureza pragmática e metodológica própria dos alemães teve seu eco na cultura do Estado tomado como se fosse religião, já que para Hegel o Estado é o ponto mais alto das realizações humanas. E o que é a exaltação do humanismo senão o pacto com o diabo, tal como vemos no Fausto, de Goethe?

5) Se o libertarismo leva a uma liberdade voltada para o nada, então os grandes erros da escola austríaca estão intimamente ligados aos vícios inerentes da cultura alemã da qual é originária. Se a doutrina de Kant é base para a mentalidade revolucionária, então o individualismo metodológico feito em bases kantianas é também viciado, senão herético.

6) O verdadeiro individualismo metodológico pede que se tome o país como se fosse um lar, e que se crie uma profissão com base nas circunstâncias em que os indivíduos se encontram - pois o individuo é ele mesmo e suas circunstâncias, como diria Ortega y Gasset. E a função empresarial está intimamente ligada às circunstâncias em que os indivíduos se encontram - ela não é pura, divorciada da realidade, pois o homem não é uma folha de papel.

7) Para se tomar o país como se fosse um lar, é preciso se estar em conformidade com o Todo que vem de Deus - e isso pede bases católicas e não bases libertárias, que buscam uma liberdade sem Cristo.

8) Se o pensamento austríaco for modificado em bases culturais diferentes daquelas da qual é originário, ele perderá seu caráter herético. Pois a sua heresia está na base kantiana e nos vícios inerentes da cultura alemã, da qual é originária.

Como a fungibilidade leva à concentração de poder

1) Quando você tem três fazendas, você precisa estar atento a uma grande quantidade de informações, de modo a que você possa tomar a melhor decisão possível, para o bem de cada uma delas. Por conta das circunstâncias, já que cada bem se encontra em lugares diferentes, tomar uma decisão sensata e correta pode ser difícil e ela tende a ser equivocada, pois há muitas variantes e muitas coisas a se levar em conta. Esse microgerenciamento inviabiliza a produção de riquezas - por isso que o centralismo não funciona, pois ele não leva em conta as circunstâncias locais, já que não tem ninguém que esteja próximo para cuidar daquilo que é preciso. Por isso também não foi possível um sistema similar ao comunismo na Idade Média.

2) Quando se tem três fazendas para se gerenciar, você deve preparar seus filhos de modo a que possam assumir o comando de cada uma delas e que possam prosperar com as suas próprias forças, pois a verdadeira riqueza vem da vocação, fundada no fato de servir a todos os que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Além de prepará-los para a sucessão, você ensina a eles a como cuidarem bem do que será um dia deles. Isso é distributivisimo fundado na generosidade e na própria autoridade de ser pai, coisa que é conforme o Todo que vem de Deus. E a função de pai é ser líder, pois é preciso preparar os filhos para a vida em liberdade, em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Agora, quando se preza mais o dinheiro do que a vocação agrícola, você delega qualquer tipo de pessoa que tenha um MBA em administração de empresas de modo a que a fazenda possa lhe trazer mais dinheiro - e a teleogia da delegação libertária está centrada nisto: no amor ao dinheiro, que é tomado como se fosse um deus, a razão de ser de todas as coisas- e ao se delegar a fazenda a especialistas técnicos em produção de riqueza, eis que surge a economia de escala e a otimização dos custos. A infungibilidade fundada nas circunstâncias dos lugares se converte em dinheiro, em algo fungível - e a fazenda só valerá pelo que produz e não porque foi algo conquistado e batalhado pelos ancestrais que legaram esse bem a você. E o homem com isso vai perdendo os seus laços com a terra em que nasceu, pois o difícil trabalho de tomá-la como se fosse um lar foi perdido, por conta da ganância.

4) Para se converter bens infungíveis em bens fungíveis, você precisa de técnica e planejamento. E tudo é pensado e racionalizado em termos simples e repetitivos, tal como ocorre numa fábrica. Todo esse conhecimento, em vez de gerar sabedoria, só emburrece, aliena - e as pessoas tendem a viver as suas vidas na avareza, na vaidade, na pose, na ostentação, na cobiça, na soberba e na ganância.

5) O agronegócio, que substitui a economia agrícola familiar, é a fazenda administrada sob o prisma de uma fábrica. Pela oferta e demanda a comida produzida vira objeto de especulação - e o que é fora do padrão considerado bom é rejeitado e descartado. E isso foi condenado tanto por Bento XVI quanto pelo papa Francisco, pois é liberdade voltada para o nada, pois visa a se ter mais dinheiro e não para se enobrecer através do trabalho, da vocação, coisa que necessita da infungibilidade e da natureza diversa das circunstâncias de modo a que se possa prosperar.

6.1) Alimento em abundância, gerado pelo agronegócio, é crucial para se alimentar os exércitos de homens massificados das grandes cidades, de modo a que não haja uma revolução, por conta da carestia. Pois um dos grandes problemas ao longo da história da civilização é manter uma população numerosa tranqüila e satisfeita, tendo tudo o que precisa de modo a atender as suas necessidades massificadas, sejam elas concretas ou imaginárias, já que cada um tem a sua verdade. Não é à toa que o capitalismo adota métodos pragmáticos próprios dos romanos, pois se trata de uma economia de ordem pública, que visa a atender às necessidade do Estado Totalitário, onde o presidente é tomado como se fosse um Deus e o país é tomado como se fosse religião. E isso é algo tão nefasto quanto o comunismo, pois o amor ao dinheiro nega aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus. Trata-se de um comunismo às avessas em sua versão mais light, mais próspera.

6.2) Do ponto de vista do poder, a economia fundada na fungibilidade faz concentrar as coisas em poucas mãos, pois é mais fácil administrar algo padronizado do que coisas diferentes por conta de suas diferentes circunstâncias e que precisam de cuidados específicos. Quanto mais você acumula riqueza derivada de algo simples e repetitivo, mais poder você tem - e menos você precisa pensar em microgerenciamento, o que forçaria a delegar poder a terceiros, a distribuir e repartir as coisas.

7) O poder totalitário só é possível porque o eixo da economia deixou de ser a terra, pois cada lugar da Terra tem a sua circunstância e o seu clima. Como o dinheiro é fungível, ele pode circular. E quanto mais você o tem, mais poder você terá. E aí começam os abusos, por conta da assimetria do poder.

Notas sobre o meu método filosófico

1) Quando eu leio um livro, eu leio linha por linha - eu vou bem devagar, sem pressa. Vou meditando de modo a compreender cada linha que li.

2) Embora eu não tenha lido nenhum livro de maneira completa, em compensação eu produzi mais de 1500 artigos sobre assuntos de altíssima complexidade. Simplesmente fui pegando uma idéia aqui, outra ali e uma outra acolá - e aí fui juntando as peças. A única metodologia de leitura que tenho é a da engenharia reversa - desmonto as coisas só pra saber como funciona e só depois vou combinando uma coisa com a outra, de modo a criar algo, sem inventar algo do zero.

3) Pelo que pude perceber, o que o Olavo fala sobre o método filosófico é mais fácil do que aquilo que vinha imaginando. Afinal, já o faço de fato, dentro das minhas possibilidades.

Dos perigos do MP único

1) No Brasil, só existe um MP, seja ele estadual ou federal.

2) Isso se explica porque os Estados não possuem autonomia verdadeira de modo a editar leis de modo a melhor reger a realidade local, pois a federação foi pensada desde cima, sem subsidiariedade.

3) MP único é a marca do centralismo. E outra marca do centralismo é que os membros do MP são substituíveis uns pelos outros - enfim, são homens marcados pela mancha da fungibilidade. Membros sem idéias, escravos da lei positiva, verdadeiros autômatos que só sabem repetir a lei, tal qual ela está no código penal, sem se importar se ela está ou não em conformidade com o Todo que vem de Deus.

4) Onde houver a marca da fungibilidade, não haverá a marca do indivíduo, da responsabilidade, própria da autoridade. Enfim, não haverá jurista, no sentido verdadeiro do termo.

5) MP único, fungibilidade, federação falsa, país tomado como religião de Estado da República, enfim os membros da instituição confundirão a fiscalização das leis com patrulhamento ideológico.

Da fungibilidade tomada como se fosse religião

1) Economia de massa pede uma ordem fundada na fungibilidade, em que as coisas possam ser substituídas por outras do mesmo gênero, quantidade e qualidade.

2) Uma economia de massa pede a fungibilidade dos homens da mesma forma como se fabricam as coisas. E isso é coisifcar o homem. E a educação acaba virando fabricação de homens qualificados - e isso entra em conflito com a ordem fundada na família, que forma indivíduos.

3) Um indivíduo é uno e indivisível - portanto, infungível. Enfim, personalíssimo, algo que foi criado e amado por Deus.

Comentários de Róger Badalum:

Eis aí um ponto interessante - a economia de massa acaba sendo aquela alimentada pelo Estado (Capitalismo de Estado), coisa que alimenta não só a indústria, mas o próprio Estado. A grande questão é como lidarmos com um mundo onde todos os países ricos praticam o capitalismo de Estado, com ênfase nos produtos de maior valor agregado e subsidiando o setor agrário. Esses são muros da vergonha que precisam ser destruídos!

Bretton Woods ainda é algo que precisa ser melhor explicado, se é que existe alguma explicação.

Como o pragmatismo econômico leva uma nação ser tomada como se fosse religião

1) É muito fácil ser pragmático e pensar em termos de custos - se você quer que alguém qualificado faça algum trabalho específico nos EUA, geralmente você seleciona uma pessoa qualquer que esteja preparada na língua inglesa e que já tenha experiência de vida na realidade daquele lugar. Isso pode ser prático e vantajoso para a praxe empresarial, enquanto economia organizada, tal como ocorre no dia-a-dia das fábricas, mas não é nada humano, pois a relação foi coisificada, por se fundar meramente no dinheiro tomado como se fosse um deus - e isso não é conforme o Todo que vem do Deus verdadeiro, que criou o Céu e a Terra.

2) Se seleção e otimização são sinônimos, isso significa pegar um cara já pronto - o homem qualificado, perfeito e acabado, se torna objeto e valendo tanto quanto ouro. A fabricação desse homem, desse ouro feito de carne e osso, implica que haja no país um governo que se compromete a investir na população de modo a que todos saibam inglês, de modo a que possam exercer trabalhos qualificados no exterior. E isso é o cúmulo da impessoalidade - pois uma pessoa será vista como se fosse uma peça nessa engrenagem, que pode ser trocada por outra, quando o empresário achar isso conveniente. E isso é negar a humanidade dela.

3) Se eu contrato alguém, eu contrato aquela pessoa porque acredito que ela tenha um bom caráter e que viva em conformidade com o Todo que vem de Deus - e confiança é algo personalíssimo, e isso é infungível. E não existe contratação sem confiança - se eu confio naquela pessoa, então eu devo prepará-la, de modo a que a ela possa desempenhar bem as suas funções nos Estados Unidos ou onde quer que seja necessário. E como são questões permanentes, isso implica morar lá de maneira permanente - e isso implica tomar aquele país como se fosse o meu lar também até o momento em que haja outro serviço para mim, uma outra missão a ser feita. E construir uma carreira implica servir de modo a inspirar a confiança do meu chefe - e isso se chama vocação administrativa, vocação própria de se viver a vida servindo a meus semelhantes, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4) A economia de livre contrato pressupõe uma economia de confiança - e confiança pede investimento. A economia de massa, fundada no pragmatismo, pede currículos - pede robozinhos prontos para atender ordens e que produzam o máximo possível, pelo menor custo possível. É uma economia fundada na aliança de burocratas com a oligarquia empresarial.

5) Eu não confio em governos que regem seu povo de modo a atender as grandes corporações que estejam dispostas a edificar uma nova ordem mundial, fundada numa liberdade fora da conformidade como Todo que se dá no Cristo Crucificado. Essas ordens tendem a interferir na vida das famílias a ponto de aboli-las - basta só uma penada que tudo acontece. É o cúmulo da tragédia.