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quinta-feira, 23 de maio de 2019

Mais notas sobre a crematística - como a propaganda cria bens imaginários, a ponto de as pessoas preferirem placebo ao remédio

1.1) Estava meditando muito sobre o que Aristóteles falou a respeito de bens imaginários.

1.2) A publicidade feita de tal maneira a criar uma lealdade em relação à marca cria uma espécie de bem imaginário. É como se a pessoa preferisse tomar placebo a tomar remédio, pois certos produtos similares, por mais que sejam baratos ou de melhor qualidade que os chamados produtos clássicos, são logo rechaçados de antemão. A pessoa já os repudia mesmo que não os tenha experimentado. Isso faz com que o vendedor transfira para os compradores o repúdio ao que é oferecido à concorrência. Tudo isso se funda no amor de si até o desprezo de Deus.

1.3) Eis os efeitos da crematística, pois tudo isso decorre da cultura de que toda classe de produto é tratada como se fosse banana na feira - isso faz com que a liberdade de ofertar seja servida com fins vazios. Até mesmo certos produtos, como o videogame, são vítimas dessa cultura, pois o mercado tornou-se o templo de Pluto.

2.1) Acho que deveria haver um mecanismo que proíba publicidade feita dessa forma, que induza as pessoas a rejeitarem de antemão a oferta de um produto similar, ainda que de melhor qualidade ou mais barato que o produto dito clássico.

2.2) Oferecer um produto de melhor qualidade e mais barato do que o produto clássico é até um ato de benevolência, pois vai chegar um momento em que esse produto clássico vai estar em falta ou mesmo ser retirado do mercado por escolha de seu fabricante. A idéia não é competir, mas colaborar com o público, pois produtos clássicos nem sempre estão disponíveis - em algum ponto, eles vão estar em falta. E servir um produto alternativo na eventual falta do mesmo é até um ato de caridade, de honestidade, de lealdade.

2.3) O simples de fato de haver publicidades que induzam as pessoas a rejeitarem um determinado produto sem nunca tê-lo experimentado deveria ser proibido ou rechaçado. Isso é atentatório ao livre mercado enquanto ambiente de encontro, onde a oferta é feita com benevolência de modo a atender o Cristo necessitado que há nos clientes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de maio de 2019.

Da vaidade e da concupiscência - notas sobre a tendência de o brasileiro ser leal a uma marca de tal maneira a se privar de experimentar produtos similares ou alternativos que são tão bons ou melhores que suas marcas favoritas

1) No jogo Capitalism Plus, certos produtos, geralmente industrializados, tendem a ser mais comprados em razão da marca, pouco importando a sua qualidade. Por isso que eu tendia, como jogador, a comprar certos produtos do porto, a pôr a minha marca nele e a fazer publicidade dando ênfase a essa marca. Após bastante tempo de publicidade, havia uma lealdade à marca - o que é marca de concupiscência, pois o amor de si no vendedor foi inoculado nos compradores, uma vez que a publicidade mexeu com a vaidade das pessoas. Mesmo que haja uma marca similar no mercado, mais barata ou de melhor qualidade do que a minha, muitos vão preferir a minha marca, a ponto de criar um bem imaginário.

2.1) Brasileiro médio, em geral, tem esse problema. Se uma franquia trabalhar tanto a publicidade quanto a qualidade do jogo de tal maneira a se tornar uma das favoritas do público, então fica inviável introduzir no mercado um jogo similar àquele que o brasileiro não vai jogar.

2.2) Por conta da concupiscência, por conta da vaidade, o brasileiro médio tende a ser muito leal à marca, a ponto de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Esse conservantismo insensato o priva de ver experiências diferentes que podem decorrer de jogos similares.
 

3.1) Em videogame, o segredo é despir-se das paixões, da concupiscência, a ponto de nunca se deixar ser dominado pelas paixões despertadas pelos jogos. É preciso imaginarmos o jogo como se fôssemos um game designer.

3.2) Jogos similares podem oferecer experiências e impressões diferentes das que oferecem uma franquia clássica, a ponto de podermos imaginar histórias mais bem elaboradas para o bem de nossas franquias favoritas. Jogos similares introduzem nuances novas, se levarmos em conta essas experiências - elas tendem a completar nosso imaginário, nunca a competir com ele, a ponto de destrui-lo.

3.3.1) Talvez essa cultura de lealdade à marca se deva ao fato de que a ética protestante e o espírito do capitalismo se instalou aqui de tal maneira que ela ficou muito mais radical do que nos países onde isso foi inventado. E este mal foi implementado a partir de 1822, quando foi inventada a alegação de que o Brasil foi colônia.

3.3.2) Os jogos de videogame não são como banana na feira, mas são vendidos como se fossem. Essa confusão foi criada de propósito, de tal maneira que está muito enraizada no imaginário médio das pessoas - e a melhor forma de combatê-la é combatendo as heresias que deram origem à má consciência, como maçonaria e protestantismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de maio de 2019.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Como nasceu a idéia de querer fazer uma biblioteca digital?

1) Por volta de 1995, eu comecei a ter o sonho de ter uma biblioteca digital. Os primeiros livros que comprei para a minha coleção foram O Atlas da História Universal - que foi lançado em fascículos pelo jornal O Globo - e o livro O Globo - 70 anos de História, em 1996, quando tinha 15 anos.

2) O colecionismo de livros vem na esteira do colecionismo de moedas, coisa que eu comecei a fazer em 1991, pois sempre tive curiosidade de conhecer como eram as moedas no tempo do meu avô. Cheguei a comprar alguns fascículos da obra Moedas de Todo o Mundo, lançada pela Editora Globo nos anos 90. Como naquela época vivíamos em tempos de hiperinflação, era inviável fazer colecionismo nesses tempos.

3) Por volta 2003, eu comprei na Livraria Kosmos, aqui no Rio de Janeiro, o livro 1964: A Conquista do Estado, de René Armand Dreyfuss. Eu comprei esse livro por conta do falecimento desse professor de Ciências Políticas da UFF, muito ligado ao meu professor de Constitucional na época, José Ribas Vieira. Tratava-se de uma tese de doutorado que esse professor havia feito em Israel e que era uma radiografia gramsciana do "golpe". Cheguei até mesmo a ver vídeos do Lula, em 1981, dizendo que ele estava lendo (sic) esse livro - e o livro é um tijolão de mais de 800 páginas.

4) Desde então, por meio do colecionismo, comprei muitos livros de História. Posso dizer que montei um verdadeiro arsenal de guerra.

5) Por volta de 2011 eu ganhei a câmera digital com a qual trabalho até hoje. Precisei de muitos anos até dominar a técnica. Em 2017, quando meu pai trocou a cortina, eu consegui fotografar meus textos na qualidade atual. Digitalizei dois livros: Sua Majestade, O Presidente do Brasil e A Teoria da Classe Ociosa. Graças ao payhip, eu comecei a vender o fruto do meu trabalho.

6.1) O colecionismo e a habilidade em digitalização foram cruciais para o trabalho de produzir informações estratégicas.

6.2) Meus pais se tornaram monarquistas desde que comecei a digitalizar livros de história para eles. Sempre que faltava luz aqui em casa, meu pai ficava lendo os livros que digitalizei no tablet dele. Isso me inspirou a continuar fazendo o que faço hoje. 
6,3) Quando fazia concurso público, uma pessoa me agradeceu e muito por conta de estar digitalizando. O marido dela era cego - como os pdf que fazia eram pesquisáveis, os ebooks eram lidos em voz alta e ele aprendia.

7) Graças às digitalizações que fazia e ainda faço, fiz muita gente compreender a outra ponta da nossa História: a História de Portugal. Sinto que este é o caminho da mudança - e é exatamente isto que estou fazendo, quando escrevo e digitalizo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de maio de 2019.

terça-feira, 21 de maio de 2019

Notas sobre a incoerência dos defensores dos direitos dos animais: a rinha de galos humana (ou MMA) x a rinha de galos propriamente dita

1) Os defensores dos direitos dos animais condenam as rinhas de galo, mas não o MMA, que é rinha de galo em forma humana.

2) Se o homem é a primazia dos animais, então a rinha de galos humana deveria ser proibida. Isso é prerrogativa de seres irracionais - e o homem é um animal racional, enquanto os demais animais não.

3) Eis no que dá humanizar os animais e animalizar os homens - isso é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de maio de 2019.

Meditação em razão dos 130 anos da República no Brasil

1) Segundo o Wikipedia, Casa de Noca designa um lugar onde ninguém manda. A República e as universidades federais são exemplos disso.

2) Eu mesmo estudei numa universidade federal entre 2001 e 2008 - aquilo ali era uma balbúrdia, já que cursei Direito, uma matéria considerada de humanas, sem falar que ia para o Gragoatá para passar o tempo livre em meio aos livros, antes de as aulas da noite começarem. Se já era ruim no meu tempo, imagina mais de dez anos depois que me livrei daquele hospício!

3) Um dia, alguém muito pândego vai chamar estas universidades daqui do Rio de Instituto Casa de Noca de Niterói (antiga UFF), Instituto Casa de Noca do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Instituto Casa de Noca do Brasil (UFRJ). Afinal, ter um reitor ou não tê-lo pouco importa, tal como ter um presidente ou um palhaço no Palácio do Planalto pouco importa. Isso era verdade até o dia em que elegemos Bolsonaro, que está pondo ordem na bagunça.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de maio de 2019.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Notas sobre economia e simbólica

1) Quatro são os elementos: a terra, o fogo, a água e o ar.

2) Quatro são os metais: o ferro, o bronze, a prata e o ouro.

3) O ferro tem relação com a virtude da fortaleza, da resiliência. O homem precisa experimentar de tudo e ficar com o que é conveniente e sensato. Como a fronteira entre o processo de conservar a dor de Cristo e o conservantismo é tênue, então ele precisa ser purificado através da dor, coisa que decorre do fogo, a ponto de não esquecer que é preciso conservar a dor de Cristo, já que Ele morreu por nós na Cruz pelo perdão de nossos pecados. Uma vez forjado, o homem se torna o espelho da forma e o vinho da mente de Cristo, pois ele tende a ficar melhor com a ação do tempo, uma vez que conheceu a verdade em pessoa. É neste ponto que ele é transmutado em bronze.

4) O bronze tem relação com a terra. Devemos ser luz do mundo e sal da terra, a ponto de anunciarmos a palavra de Deus. E a melhor forma de fazer isso é servindo a Cristo em terras distantes, através da santificação através do trabalho. Devemos viver com tudo aquilo que a terra produz, pois toda planta e todo animal guardam a semente de sua espécie, a ponto de toda produtividade estar assentada no próprio princípio da vida, já que Deus é o princípio e o fim de tudo. A riqueza de servir ao bem comum, a ponto de todos amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Se a pessoa dominou a prudência, ela será transmutada em prata.

5) A prata (srebro, em polonês) tem a ver com as faculdades da ciência e da justiça, faculdades associadas à razão, ao cérebro. Não podemos fazer da riqueza sinal de salvação de tal modo a nos vermos como eleitos de antemão, enquanto o próximo, o Cristo necessitado, está passando fome. Precisarmos a dar liberdade ao próximo que se santifica através do trabalho de tal maneira que ele sirva também a Cristo em terras distantes. Como a economia é voltada para a salvação, a abundância da vida prevalece sobre a escassez, que é a morte - por isso, seu símbolo é a água.

6) Quando você domina o dom da ciência e da justiça, você pode ser transmutado em um homem de ouro - seus talentos e seu discernimento moral são necessários para se tomar o país como um lar em Cristo. Por isso o seu símbolo é o ar, pois a respeitabilidade da nobreza gera os ares de confiança para se tomar o país como um lar em Cristo. Afinal, não podemos respirar os miasmas da proletarização geral da sociedade, onde a riqueza é vista como sinal de salvação e onde a fraternidade fundada em Cristo é negada, a ponto de a liberdade ser servida com fins vazios.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de maio de 2019.

Continuando as explicações sobre simbólica

1) Em reflexões anteriores, eu havia afirmado que o número 3 é associado à figura do Homem, enquanto patriarca. A maior prova disso é que Deus como pessoa se prefigura nos três primeiros patriarcas: Abrahão, Isaac e Jacob.

2) Por sua vez, o 4 quatro é associado à figura da Mulher, enquanto matriarca. Isso está representado nas quatro grandes matriarcas: Sarah, Rebecca, Lia e Rachel.

4) 3 x 4 = 12 - as doze tribos de Israel. Elas prefiguram os doze apóstolos. Como todos os apóstolos têm a Deus por pai e Maria por mãe, então Jacob de certa forma prefigura o Espírito Santo que anima a fé na Igreja.

5) 3 + 4 = 7 - as 7 moradas de que Santa Thereza D'Ávila tanto falava. Para se entender as 12 camadas da realidade que moldarão a nossa personalidade, nós precisamos fazer santa habitação nessas 7 moradas. Como são 7 os dias da semana, então cada casa representa um dia da criação - da gênese das coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus.

6) 12-7= 5 - esse número é Cristo, pois Ele é quem realmente faz a diferença nas coisas. Da junção de dois corpos a ponto de se tornar um nós temos 3² + 4² = 5². Cristo é mais do que a soma dos quadrados dos catetos, pois Ele é o número que governo o mundo - Ele, por ser a verdade, transcende a soma de todas as partes.

7.1) 5 +12 = 17 - Cristo escolhe Portugal como o pais que servirá a Ele em terras distantes. É em Ourique que vemos o ferro transmutar-se em ouro, a ponto de a terra nua receber de per salto um castelo interior.

7.2) Para se servir a Cristo em terras distantes, o ferro precisa ser temperado de modo a transmutar em bronze, que é o espelho da forma e o vinho da mente, coisa que se funda no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Com a polidez, o bronze se transmuta em prata - e com o constante serviço ao próximo, através da economia da salvação, a prata se transmuta em ouro.

7.3) Este me parece o caminho para se compreender através da simbólica a razão pela qual devemos servir a Cristo em terras distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de maio de 2019 (data da postagem original).