1) Por volta de 1995, eu comecei a ter o sonho de ter uma biblioteca digital. Os primeiros livros que comprei para a minha coleção foram O Atlas da História Universal - que foi lançado em fascículos pelo jornal O Globo - e o livro O Globo - 70 anos de História, em 1996, quando tinha 15 anos.
2) O colecionismo de livros vem na esteira do colecionismo de moedas, coisa que eu comecei a fazer em 1991, pois sempre tive curiosidade de conhecer como eram as moedas no tempo do meu avô. Cheguei a comprar alguns fascículos da obra Moedas de Todo o Mundo, lançada pela Editora Globo nos anos 90. Como naquela época vivíamos em tempos de hiperinflação, era inviável fazer colecionismo nesses tempos.
3) Por volta 2003, eu comprei na Livraria Kosmos, aqui no Rio de Janeiro, o livro 1964: A Conquista do Estado, de René Armand Dreyfuss. Eu comprei esse livro por conta do falecimento desse professor de Ciências Políticas da UFF, muito ligado ao meu professor de Constitucional na época, José Ribas Vieira. Tratava-se de uma tese de doutorado que esse professor havia feito em Israel e que era uma radiografia gramsciana do "golpe". Cheguei até mesmo a ver vídeos do Lula, em 1981, dizendo que ele estava lendo (sic) esse livro - e o livro é um tijolão de mais de 800 páginas.
4) Desde então, por meio do colecionismo, comprei muitos livros de História. Posso dizer que montei um verdadeiro arsenal de guerra.
5) Por volta de 2011 eu ganhei a câmera digital com a qual trabalho até hoje. Precisei de muitos anos até dominar a técnica. Em 2017, quando meu pai trocou a cortina, eu consegui fotografar meus textos na qualidade atual. Digitalizei dois livros: Sua Majestade, O Presidente do Brasil e A Teoria da Classe Ociosa. Graças ao payhip, eu comecei a vender o fruto do meu trabalho.
6.1) O colecionismo e a habilidade em digitalização foram cruciais para o trabalho de produzir informações estratégicas.
6.2) Meus pais se tornaram monarquistas desde que comecei a digitalizar livros de história para eles. Sempre que faltava luz aqui em casa, meu pai ficava lendo os livros que digitalizei no tablet dele. Isso me inspirou a continuar fazendo o que faço hoje.
6,3) Quando fazia concurso público, uma pessoa me agradeceu e muito por conta de estar digitalizando. O marido dela era cego - como os pdf que fazia eram pesquisáveis, os ebooks eram lidos em voz alta e ele aprendia.
7) Graças às digitalizações que fazia e ainda faço, fiz muita gente compreender a outra ponta da nossa História: a História de Portugal. Sinto que este é o caminho da mudança - e é exatamente isto que estou fazendo, quando escrevo e digitalizo.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 22 de maio de 2019.
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