1) Para quem está conduzindo uma guerra total contra o Foro de São Paulo e contra o PT, fazer-me esperar pode não ser a melhor escolha. A urgência pede para que eu fale ao maior número de pessoas que puder e da maneira mais simples possível. O Cristo Crucificado de Ourique me pede que eu aja agora, dentro do meu tempo e de minhas circunstâncias. E o meu tempo é agora ou nunca.
2) Nesta guerra total, em que o quadro de otimismo pode passar para o de pessimismo em um piscar de olhos, numa fração de segundo, você deve ser dedicado e decidido - e é preciso ter vontade férrea, de modo a não se perder em meio a tanta coisa sem sentido que há nesta terra. E a melhor forma de você adquirir esse espírito é você fazer da vida em rede social um meio de se ganhar a vida - pois navegar é preciso, uma vez que os comunistas inviabilizaram a minha vida offline: não posso viajar, advogar ou fazer coisas que as pessoas ditas normais costumam fazer, uma vez que a canalhice esquerdista ocupou quase todos os espaços disponíveis - e eu não vou vender a minha alma ao diabo, de modo a ter um emprego. Hoje, livre da vida de estudante de concurso público, eu me tornei escritor profissional. Passo largas horas do meu tempo na internet, combatendo o PT e o Foro de São Paulo. Sou a sucursal online que dá suporte àqueles que podem ir à rua para protestar.
3) Talvez porque esteja tão adaptado à vida online, que é a liberdade que me sobrou e cuja conquista me foi muito sofrida, que eu tenda a ser impaciente com todos aqueles que só podem me responder somente na semana seguinte a tudo o que digo. Eu compreendo bem a situação dessas pessoas - na época em que estava cursando faculdade e fazendo estágio na Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro, eu mal tinha tempo para me dedicar à internet. Além disso, estudava longe de casa: morava em Bangu, que é muito distante de Niterói, onde estudei. No meu tempo, não havia tablets ou smartphones - como meus colegas acessavam a internet do trabalho e moravam próximo à faculdade, eles acabavam sabendo de muitas coisas relevantes e obtinham muitas informações cruciais que, por sua vez, não me eram passadas e que poderiam representar a vida ou a morte no caminho da formatura, do sucesso. Ainda bem que estava sempre presente à faculdade e sabia de muita coisa - mas, quando ficava doente e não podia ir, aí era o caos, pois eu acabava sendo que nem marido traído: o último a saber.
4) Nunca confiei nos meus colegas, pois eles adoravam uma patota - e sempre me deixaram na mão quando mais precisei. Talvez por conta da cultura de patotas que há no Brasil e talvez por conta do fato de estas reterem em sigilo informações essenciais, que deveriam ser públicas, eu desenvolvi uma certa tendência a enxergar as coisas deste modo: "estamos em guerra, pois esperar é morrer!". Eu tenho trauma dessas coisas - quase fui reprovado na faculdade por conta disso.
5) Se você não tem condições de acompanhar o meu ritmo, não fique chateado. Só não quero que me faça esperar inutilmente por uma resposta - que pode representar a vida ou a morte, dependendo da circunstância. Estou em guerra permanente contra o mal que assola o meu país - e fazer-me esperar não é sensato.
6) Se você é polonês e está aprendendo português, vai chegar um tempo em que serei forçado a ter de criar um novo perfil de modo a atender às suas necessidades, pois o aprendizado pede paciência - um tempo diferente da luta política que estou empreendendo. Pois neste perfil você estará na Faixa de Gaza - e você não se sentirá bem neste ambiente, cheio de muitas más notícias acerca da realidade do meu país e eu sempre falando em tom duro contra os apátridas que governam a minha terra. No momento, não posso prover um segundo perfil, assim como não possuo condições para comprar um teclado para a língua polonesa. Estamos longe da paz aqui - e corro o risco de ficar sem internet, pois ela pode ser censurada.
7) Por enquanto, não posso estar aberto a pessoas que não podem me acrescentar aquilo de que preciso: informações necessárias à luta política. Se o seu interesse é outro, não me adicione por aqui. Terei um perfil para outras coisas, mas não vou estar tão presente nele quanto aqui, por conta da luta que faço por minha pátria. Posso até adicionar outras pessoas, de modo a aprender a língua polonesa, mas sinto que, cedo ou tarde, essas pessoas acabarão me bloqueando ou me deletando por estar em um contexto muito diferente do meu. Já me aconteceu isso com várias pessoas que são da minha terra e que falam a minha língua - e não preciso disso para o caso das outras.
8) Espero não me aborrecer como me aborreci hoje, pois esperei por coisas sem sentido. Não posso dedicar muita energia a pessoas que não poderão me responder imediatamente a tudo o que tenho a dizer. Se eu estiver aborrecido, eu não vou fazer um bom trabalho online. Por isso, vou criar um perfil só para essas pessoas, de modo a que eu possa dar toda a atenção possível - pois há janelas em que não há nada de relevante na luta política e eu poderei me dedicar a essas pessoas nesse tempo.