1) A idéia de chegar às Índias pelo Oeste, tal como foi proposta por Colombo, não era novidade. A Escola de Sagres, durante o reinado del-rei D. João II, já tinha certeza matemática de que encontraria terra por lá.
2) Quando Cristóvão Colombo teve seu plano de navegação recusado, este decidiu oferecer seus serviços ao nascente Reino da Espanha, que tinha acabado de completar a sua Reconquista. Como uma forma de demonstração de poder, a rainha Isabella empenhou as jóias da Coroa, de modo a financiar a viagem. Terras foram descobertas - por conta disso, Portugal reclamou, já que por força das bulas papais incumbia a Portugal servir a Cristo em terras distantes. Por força dessa questão diplomática, houve o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494.
3) Como a maior parte das terras do continente americano fica a oeste do Cabo Bojador, a maior parte da América coube a Espanha - no entanto, o plano de chegar às Índias pelo Oeste não foi abandonado. Portugal, no norte da América, tentou descobrir a passagem noroeste, coisa que se faz atualmente com o uso de navios quebra-gelo. Um explorador francês lançou a idéia, ainda no século XVI, da construção do Canal do Panamá - tanto é verdade que os franceses começaram a construção, mas ela não foi pra frente por força das doenças tropicais. Os EUA sucederam a França na construção e conseguiriam fazê-lo com o apoio do sanitarismo, que havia se tornado uma espécie de ideologia.
4) Graças a essa construção, o eixo econômico deslocou-se finalmente para o Pacífico, para as Índias.
5) Os capitalistas americanos, baseando-se na falsa premissa de que liberdade econômica gera liberdade política, investiram pesado na China, o que fortaleceu ainda mais o regime comunista chinês, a tal ponto que o Canal do Panamá acabou fortalecendo esse poder.
6) Como o Brasil, durante o governo Lula, reconheceu a China como uma economia socialista de mercado, isto acabou deslocando o eixo econômico do Centro-Sul para o Centro-Norte, por conta de ser mais próximo do Canal do Panamá. A mudança da capital para Brasília marca exatamente a mudança desse eixo, dessa forma de se pensar o Brasil geopoliticamente falando
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016 (data da postagem original).
2) Quando Cristóvão Colombo teve seu plano de navegação recusado, este decidiu oferecer seus serviços ao nascente Reino da Espanha, que tinha acabado de completar a sua Reconquista. Como uma forma de demonstração de poder, a rainha Isabella empenhou as jóias da Coroa, de modo a financiar a viagem. Terras foram descobertas - por conta disso, Portugal reclamou, já que por força das bulas papais incumbia a Portugal servir a Cristo em terras distantes. Por força dessa questão diplomática, houve o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494.
3) Como a maior parte das terras do continente americano fica a oeste do Cabo Bojador, a maior parte da América coube a Espanha - no entanto, o plano de chegar às Índias pelo Oeste não foi abandonado. Portugal, no norte da América, tentou descobrir a passagem noroeste, coisa que se faz atualmente com o uso de navios quebra-gelo. Um explorador francês lançou a idéia, ainda no século XVI, da construção do Canal do Panamá - tanto é verdade que os franceses começaram a construção, mas ela não foi pra frente por força das doenças tropicais. Os EUA sucederam a França na construção e conseguiriam fazê-lo com o apoio do sanitarismo, que havia se tornado uma espécie de ideologia.
4) Graças a essa construção, o eixo econômico deslocou-se finalmente para o Pacífico, para as Índias.
5) Os capitalistas americanos, baseando-se na falsa premissa de que liberdade econômica gera liberdade política, investiram pesado na China, o que fortaleceu ainda mais o regime comunista chinês, a tal ponto que o Canal do Panamá acabou fortalecendo esse poder.
6) Como o Brasil, durante o governo Lula, reconheceu a China como uma economia socialista de mercado, isto acabou deslocando o eixo econômico do Centro-Sul para o Centro-Norte, por conta de ser mais próximo do Canal do Panamá. A mudança da capital para Brasília marca exatamente a mudança desse eixo, dessa forma de se pensar o Brasil geopoliticamente falando
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016 (data da postagem original).