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domingo, 25 de abril de 2021

Para eu tomar a Alemanha como um lar em Cristo, preciso destruir a pseudocivilização criada por Lutero, que deu origem à Alemanha moderna

1) Como sou também descendente de alemães, eu precisaria de uma boa razão para estudar e tomar a cultura alemã como um lar em Cristo, sem os vícios inerentes dessa cultura, como o protestantismo, o nazismo, o kantismo e o marxismo.

2.1) Por esta razão, eu deveria começar pelo começo, quando a Igreja começou a converter os bárbaros germânicos ao cristianismo a ponto de edificar um Sacro Império Romano-Germânico. 

2.2.1) Por conta do feudalismo, o poder dos nobres locais sempre prevaleceu sobre uma autoridade central. E esses nobres locais aperfeiçoavam a liberdade de muitos - no caso, os  seus vassalos, os servos, a ponto de isso ser passado de pai para filho como se fosse uma tradição de liberdade, um modo de vida fundado no fato de ser livre em Cristo, por Cristo e para Cristo. 

2.2.2) Para que não houvesse uma ordem neopagã, onde césar se tornaria divo novamente a ponto de ter poder de vida e de morte sobre todos, era crucial que a Igreja dividisse o poder com os nobres - e os bárbaros germânicos constituíram a oportunidade perfeita para que a Igreja pudesse moldar a civilização dentro do cristianismo, sem os vícios do paganismo romano. Por isso, ela educou os filhos dos nobres e estes, filhos da Igreja, educavam a população inteira, a ponto de aperfeiçoar a liberdade de muitos, fazendo com que ela tenha terras e força militares que pudessem se contrapor ao interesses da realeza, ainda mais quando ela é ilegítima. 

2.2.3) Era dessa forma que a nobreza representava os interesses dos mais pobres, pois seus bens acabavam servindo ao bem comum de todos. Como muitos dependiam deles, eles precisavam ser o exemplo da comunidade inteira, o Cristo local. E como os nobres enxergavam os camponeses - seus servos, seus protegidos - como cristos necessitados, o espelho de seu próprio eu, eles acabavam aos mais pobres liberdades locais, instrução religiosa, além de incentivar a atvidiade organizada de família de padeiros, carpinteiros, pedreiros e outros tantos trabalhadores de modo a gerar uma uma sociedade organizada, a base de uma nação, a ponto de esses nobres terem com esses camponeses um destino em comum ao longo das gerações.  Foi por causa dessa cultura de confiança construída que camponeses acabavam moderando os maus senhores através dos únicos meios de ação que podiam dispor: de seus serviços e de seus serviços técnicos passados de pai para filho, se estes passassem por cima de seus direitos civis ou naturais. Assim, o topo ficava subordinado aos interesses da pirâmide, do bem comum.

2.2.4) Não foi à toa que os camponeses, a base da pirâmide, tinham muito poder na sociedade germânica medieval - e esta foi a época mais feliz e próspera que se teve na História da Alemanha. E não foi à toa também que Lutero acabou com o poder deles, a ponto de empoderar os príncipes que patrocinavam a sua heresia revolucionária, o que levou à fundação da Alemanha moderna no longo prazo, a ponto de fazer com que ela concentrasse muito poder em poucas mãos, a ponto de formar o embrião dos viriam a ser os junkers na época em que a Alemanha começou a ser unificada, através da força de seus exércitos. 

2.2.5) Por essa razão, a Alemanha moderna não passa de uma comunidade imaginada com base nesses moldes - em contraponto com a Áustria, que é a herdeira e sucessora do Sacro Império Romano-Germânico nesse aspecto. Se há um reino dividido contra si mesmo nesta história é o mundo germânico decorrente da heresia de Lutero - dele nunca mais se recuperou, fora que isso passou a ser problema para os povos eslavos também - como a Polônia, por exemplo.

3.1) A reunificação do mundo germânico pediria necessariamente a eliminação dessa pseudocivilização decorrente da heresia de Lutero e a restauração do Sacro Império Romano-Germânico, principalmente na forma de Império Austro-Húngaro. 

3.2.1) O fato de ser descendente alemães precisa estar muito bem conjugado com o fato de que sou um polonês espiritual, visto que faço da parte da mesma szlachta da qual São João Paulo II fez parte, visto que Karol Wojtyła - que ordenou Mons. Jan Kaleta padre, quando era arcebispo de Cracóvia - foi feito padre por Adam Sapieha, que era Cardeal e príncipe da Polônia. A Polônia era parte do Império Austro-Húngaro e eles eram vassalos dos Habsburgos, por conta da fé católica - a maior prova disso é que o pai de São João Paulo II serviu no exército do Imperador Beato Carlos I da Áustria. 

3.2.2) Um estudo da história da Europa Báltica (que abrange a Europa Central e o Leste Europeu) seria algo bem complexo e desafiador - e eu precisaria atuar em múltiplos países, fora que precisaria combater múltiplos inimigos. Na minha atual geração, só posso compreender a dimensão desse problema, já que não tenho condição de lutar num cenário assim, por falta de conhecimento e de preparo.

3.2.3) Trata-se de um cenário mais complexo do que aquele que conheço no Brasil, pois não é só nos Balcãs que há um barril de pólvora - os países do Báltico (outrora partes da Liga Hanseática) são uma verdadeira bomba-relógio, tanto pela Alemanha de um lado quanto pela Rússia de outro, sem falar da Turquia, mais ao sul. Jamais me esqueço do que houve no Grande Cerco de Viena de 1683 - se não fosse por Sobieski, a Europa estava frita. E este foi o maior legado de Lutero: ele enfraqueceu a todos a ponto de trazer os inimigos de Cristo para dentro da Europa. Por isso que é um grande filho de uma puta.

3.2.4) Para que minha família possa atuar num cenário desses, ela precisaria de vivência na Alemanha, na Polônia, na Áustria, em cada lugar parte do problema a ponto de tomar todos os lugares como um mesmo lar em Cristo, que é o denominador comum - o que pede um trabalho de gerações. E isso só pode começar a partir da entrada de um único homem consciente e virtuoso, que tenha dito sim a Cristo de modo a servir a Ele e ao bem comum destas terras, que não são muitos distantes entre si a ponto de criar uma concórdia entre os povos e classes produtivas, o que daria ensejo a uma nova unidade política e territorial, uma vez que Cristo quis para Si criar um império de cultura de modo que Seu Santo Nome fosse conhecido por todos os povos, coisa que não pode vir de um estudante de geopolítica que não seja capaz de ligar as coisas da Terra ao Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de abril de 2021 (data da postagem original).

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