1) Vamos supor que eu fosse descendente de italianos e conhecesse como história de família todo aquele contexto de agitação política e de dificuldades econômicas que levou uma grande leva de italianos a deixar suas respectivas terras natais e se estabelecer no Brasil.
2) Vamos supor que fosse historiador profissional, conhecedor da História da Itália, sobretudo da Época do Rissorgimento, ocorrida em 1871.
3.1) Vamos admitir que eu tenha o conhecimento da História do Brasil verdadeiro decorrente do milagre de Ourique. Aquilo me causaria uma epifania tremenda, pois veria que o discurso do Conde de Cavour vai contra Cristo (no caso, "fizemos a Itália, mas falta fazer os italianos".
3.2) Para se fazer os italianos, eu não posso inventar tradições e destruir culturas de séculos, mas abraçar as novas itálias que se formaram no Novo Mundo e que se tornaram herdeiras da missão de servir a Cristo em terras distantes, o que faz com esses italianos da América Portuguesa renovem a Itália do Velho Mundo. Afinal, eles são também italianos, têm direito de votar e podem ser contados como eurodeputados no Parlamento Europeu.
3.3) Se fosse descendente de italianos, eu teria em mim a permanente tensão entre meu país unificado ser uma comunidade imaginada pela maçonaria em contraponto com a unidade do Brasil, que é uma comunidade revelada a partir da missão que Cristo nos deu de servir a Cristo em terras distantes - o que faria querer ir para Itália para também contribuir com Cristo nesta seara, para a glória da Itália, de Cristo e do Brasil, a ponto de os dois países serem tomados como um mesmo lar em Cristo juntos.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 26 de abril de 2021 (data da postagem original).
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