1) A maioria das pessoas organiza as idéias de maneira cronológica porque elas só sabem conceber o tempo dessa forma. No final das contas, a organização das mesmas fica caótica, destituída de sentido.
2.1) Um editor sério, ele precisa sentir na pele a experiência de ser escritor. Ele precisa organizar os textos de uma maneira kairológica. O que escrevi em 2016 só vai ter complemento em 2021 ou um pouco antes, pois o Espírito Santo, que move as coisas, ele é como o vento que sopra onde onde quer - e, como escritor, eu preciso estar pronto para receber as instruções do Espírito Santo para escrever bem.
2.2) Conforme vamos acumulando registros decorrentes da sagrada inspiração, a ordem de um texto vai se definindo conforme a coerência dos próprios argumentos apresentados. Um texto de 2017 pode ser o texto principal ou pode vir depois de um texto de 2020, como um texto complementar. Se ele for introdutório ao tema, ele é o começo do argumento; se ele é complemento de um texto mais recente, ele vem depois. Obviamente, na hora da fusão dos artigos, a linguagem é adaptada para os tempos atuais ou para o contexto dos eventuais leitores interessados.
2.3) A força dos argumentos apresentados é o que determina a ordem em que os textos serão exibidos, pois a verdade se mostra por si mesma, já que ela é filha do tempo. E o livro é o acúmulo de várias meditações e reflexões que tive ao longo dos anos. Foi um trabalho que foi basicamente inspirado por Deus. Na medida do possível, eu acrescento o trabalho com alguma outra bibliografia complementar.
3) Por esta razão, o que escrevo não se destina à comunidade acadêmica porque Deus não pode mais ser encontrado ali. Os textos devem ser destinados aos que amam o saber e que têm uma profunda vivência paroquial - as novas comunidades de estudos devem nascer do pátio de uma paróquia, a ponto de formar uma nova guilda de estudantes. Esta é a próxima pastoral que deveria ser organizada, fundada na santificação através do estudo.
4) Enfim, voltemos às origens, onde o amor ao conhecimento realmente importa, não o diploma.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 26 de abril de 2021 (data da postagem original).
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