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segunda-feira, 19 de abril de 2021

Do ato de fundar uma empresa como uma decisão - das razões cristológicas para isso

1) Estabelecer uma atividade econômica organizada é tomar partido na sociedade onde se vive, a ponto de distribuir o senso de que devemos tomá-la como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo para todos os que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, fazendo com que o império que Cristo quis para Si, que faria com que Seu Santo Nome fosse publicado em terras muitos distantes, se torne uma realidade. E ao tornarmos este império uma realidade, nós entraremos na glória eterna, por sermos colaboradores de Cristo nesta tarefa salvífica.

2) Essa tomada de partido se dá quando a velha ordem econômica, fundada na riqueza tomada como um sinal de salvação, está destruindo tudo o que há de mais sagrado - o que legitima uma justa concorrência contra ela - ou quando há um novo nicho de negócio a ser explorado, o que permite a invenção de uma nova profissão, de uma nova forma de se santificar através do trabalho.

3) Estabelecer uma atividade econômica organizada é uma decisão. E essa decisão deve e precisa se pautar no amor, que é atender as necessidades dos cristos necessitados pelo pão de cada dia. E para isso, Deus te dá dons de modo que você seja chamado a colaborar com o bem comum, seja estabelecendo uma atividade nova, seja trabalhando numa atividade já existente, na qualidade de colaborador dessa atividade.

4) Quando você serve à comunidade a ponto de ser um potencial sucessor do Cristo-príncipe que governa a cidade de modo a aprimorar a liberdade de muitos, você passa a ter o mesmo munus, o mesmo encargo público que essa autoridade pública recebeu de Deus. Por essa razão, a comunidade é a uma poliarquia, um governo de colaboração entre os que receberam de Deus o encargo público de governar uma cidade visando o bem comum de todos e os que, na ordem privada, servem aos cristos necessitados com a oferta de seus dons, de modo que a vida dos mesmos seja melhor remediada neste vale de lágrimas, uma vez que o mercado é o encontro do cristo-príncipe com os cristos necessitados, nunca sujeição. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de abril de 2021 (data da postagem original).

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