1) Tenho observado que o mundo, o diabo e a carne falam o seguinte mantra: quem se descreve se limita.
2.1) Ora, descrever é captar a essência das coisas, a sua razão para ser o que é, a ponto de não ser outra coisa, sob pena de nada fazer sentido diante da realidade.
2.2.1) Se me descrevo como escritor e como jurista, eu estou descrevendo não só a minha formação e a minha profissão mas também o caminho de vida que segui pra a viver a vida de maneira virtuosa, santa. Não são as únicas coisas que sou capaz de fazer - além disso, também digitalizo livros, também posso traduzir livros e também posso fazer jornalismo de jogos eletrônicos, marcadamente de jogos de estratégia. Mas essas coisas são complementares à minha vocação intelectual, a ponto de eu ser um polímata, um cientista social, pois esta é a minha vocação.
2.2.2) Se fosse médico, se fosse biólogo ou se seguisse outra carreira que não tivesse nada a ver com o meu jeito de ser, eu não seria nada, ainda que fosse portador de um diploma. Não tenho a menor vocação para ciências exatas.
3.1) É por conta de eu gostar realmente de ciências humanas sérias e da fé verdadeira que posso falar sobre o que escrevo. Se fosse chamado a falar sobre o princípio da incerteza de Heisenberg, eu só falaria besteira.
3.2) Como devo falar de modo a edificar boa consciência nas pessoas, pois a verdade é o fundamento da liberdade, é por uma questão de sensatez que devo me limitar ao que sei, pois verdade conhecida é verdade obedecida, pois isto é bom e aponta para Deus. Se não tivesse limite, só seria um mero animal cheio de mim até o desprezo de Deus, um animal que mente.
3.3) É por isso que bloqueio essas pessoas que repetem este mantra: "quem se descreve se limita". No fundo, não ter limite é uma questão de estupidez.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 1º de abril de 2021 (data da postagem original).
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