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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Para se recuperar um pouco da inocência perdida, viva um pouco a vida de monge leigo

1.1) Uma coisa é certa: o tempo em que vivo recluso em minha casa foi crucial para recuperar a inocência em algumas coisas.

1.2) Exemplo disso é que não lido com pessoas que pensam com as partes baixas do corpo, sempre insinuando sexo. Como não lido com gente pecadora nesta direção, então é provável que eu encare o próximo namoro, caso venha a ter um, do modo mais inocente possível.

1.3) Da última vez que me apaixonei, isso faz algumas semanas, minha tendência foi de beijar o objeto de minha afeição apenas no rosto e nas mãos. E de rezar pela pessoa amada sempre.

2) O único problema de estar apaixonado é que fico imprestável para a atividade intelectual, pois a razão não está presente de modo a fazer o seu papel. Sou essencialmente racional - se estou apaixonado, visitando mais do que o normal o perfil da pessoa amada, então isso não é o meu normal. Quando estou apaixonado, há algo errado comigo, pois isso não é o meu comportamento natural.

3) Quando soube que a mulher pela qual estive interessado, a Priscilla da Matta, não estava aberta a relacionamento no momento, eu a deletei de modo que voltasse ao meu normal, ao meu modo de escritor. Não iria funcionar direito enquanto estivesse com ela adicionada ao meu perfil.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de outubro de 2017.

Notas sobre a hipocrisia ou da rede social enquanto fogueira das vaidades

1) A maior prova de que o facebook é a fogueira das vaidades ou mesmo a rua da fascinação está no fato de que não estaria surpreso se visse que alguns detratores do Papa Francisco são também admiradores do Padre Fábio de Mello. Em termos literários, isso é perfeitamente possível de se imaginar, apesar de nunca ter visto um exemplo de tal conduta hipócrita na prática.

2) Se eu fosse um bom contador de histórias, eu escreveria um livro nesta direção. Ainda que tenha um bom talento para escrever, na verdade eu sou um filósofo, um cientista social. Sou apenas isso e mais nada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 06 de outubro de 2017.

Se a dúbia cabe à cabeça, então cabe aos membros - o caso do padre Fabio de Mello

1) Se um padre está pregando a palavra de Deus e está agindo da forma como naturalmente esperamos de um padre, eu estaria pecando contra a caridade se tentasse realmente assassinar a reputação dele. Como a caridade é um atributo da bondade, do próprio Espírito Santo, então Deus não me perdoaria, se estivesse conservando isso conveniente e dissociado da verdade, a ponto de estar obstinado quanto a isso.

2) Agora, quanto a uma figura como o padre Fábio de Melo, eu tenho minhas dúvidas; ele relativiza o senso de certo ou errado porque não se pode ver Cristo nele. Dá-se a impressão de que a ordenação foi voltada pro nada - a cadeira onde o padre fica sentado na paróquia está vazia - e isso é um microscosmos do sedevacantismo.

3) Vejo muitos tratarem o Papa Francisco como um herege. Muitos já o tratam como lixo e se esquecem de que estão pecando contra a caridade quando agem contra ele, enquanto este se encontra na qualidade de Papa, de vigário de Cristo. Enquanto não vir uma declaração formal de que ele é herege, uma vez que está ensinando fora daquilo que é conhecido e obedecido, eu darei a ele o benefício da dúvida, pois está sendo substituindo a Cristo, na qualidade de cabeça da Igreja. Deletarei a todos que agirem assim, de maneira imprudente.

4) Acredito que esta seja uma questão de acessório que segue a sorte do principal. Se um padre ou bispo é motivo de escândalo, como esperar piedade para com o Papa? O correto seria que eu falasse com ele em reservado sobre isso. Mas não posso fazer isso: eu sou do Rio de Janeiro e ele (o padre Fábio de Mello) não é lotado aqui, nesta arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Quem deveria fazer isso é quem está na diocese de Taubaté, onde ele é lotado.

5) Vou fazer o seguinte: abstenho-me de falar desse padre Fábio de Mello. Não falarei dele nem para o bem nem para o mal. Mas quem eu pegar admirando esse sujeito, esse será bloqueado. Da mesma forma, eu bloquearei a todos que falarem mal do Papa Francisco enquanto não for considerado um herege, formalmente falando. 

6) Agradeço ao Douglas Bonafé por me alertar quanto a isso. Reporto o caso ao confessionário e rezo os pais nossos e ave marias necessários. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de outubro de 2017.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Para se analisar um discurso político, você não pode ter pressa, mas paciência

1) Para se analisar um discurso político, você precisa olhá-lo sob o ponto de vista da eternidade, pois é na eternidade que você encontra o tempo de Deus, pois Ele é o verbo encarnado, a verdade enquanto fundamento da liberdade em Cristo.

2) Não se prenda às análises dos jornais ou dos telejornais. Atenha-se àquilo que faz o pais ser tomado como um lar em Cristo, com base naquilo que foi fundado em Ourique. Só aí você perceberá o discurso é benéfico ou maléfico para o país como um todo.

3.1) Eu particularmente não sou muito bom em analisar as coisas com base no calor do momento, pois para o dia de hoje eu vejo fumaça, tão-somente fumaça. E onde há fumaça há fogo.

3.2) Caso eu queira ver o que realmente há por trás da cortina da fumaça, eu preciso analisar, o antes, o agora e o depois. E isso pede que eu colete dados e os analise sistematicamente. Como a imprensa não faz isso à luz da verdade, então eu preciso fazer isso de maneira organizada, caso eu tenha capacidade intelectual para isso.

3.3) É por conta disso que preciso do tempo para se reger bem as coisas, de modo a compreender a verdade. Por isso, é perfeitamente correto dizer que a verdade é filha do tempo, pois as coisas são reveladas com o passar do tempo. Como essas coisas se dão no tempo de Deus, então elas se fundam na eternidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2017.

O que há por trás daquilo que Kennedy quis dizer?

"It's not what your country can do for you, but what you can do for your country." (John F. Kennedy, presidente dos EUA)

1.1) Pensada esta frase em si mesma, a verdade é que nada posso fazer pelo meu país se o mesmo não me oferece condições para tomá-lo como um lar em Cristo.

1.2) Se o pais é tomado como se fosse religião política em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, então eu posso agir contra os princípios pelos quais o meu país foi fundado que nada vai acontecer comigo. Trata-se, portanto, de ato de apatria.
2.1) Ao contrário do que a mentalidade liberal prega, eu não sou um átomo. Eu sou um ser capaz de me associar a outros semelhantes que amam e rejeitam as mesmas coisas que eu.

2.2) Se eu amo e rejeito as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus, então eu vou me associar a quem é assim também. Se não houver uma comunidade fundada na unidade do idem velle e idem nolle, então fica impossível distinguir o certo do errado, assim como o amigo do inimigo.

2.3) Resultado: o que é sólido se desmancha no ar, a ponto de tudo ser atomizado, edificando liberdade para o nada. Será o tempo do eterno presente, onde a vida não faz sentido, uma vez que Deus foi tirado da vida pública, dado que não há passado - muito menos futuro, o lugar da esperança.

3.1) Se não venho de uma família estruturada, onde o amor de Deus é a base de todas as coisas, como posso ser uma pessoa melhor, de modo a fazer alguma coisa em prol da terra onde eu nasci?

3.2) Minha família deriva de outras famílias e acredito que outras pessoas virtuosas derivem de famílias virtuosas - eis a comunidade. E a vida comunitária precisa ser protegida por um Estado de Direito comprometido com aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus enquanto projeto de civilização. Do contrário, tudo sucumbirá.

4.1) Por trás desse discurso aparentemente bonito do presidente Kennedy, há uma falácia monstruosa. Só sou capaz de fazer algo de bom pelo meu país se o país me dá causa para tomá-lo como um lar em Cristo. Se no país onde eu nasci só lido com gente vazia e que nada me acrescenta, como poderei amá-lo? Se ele se diz independente, então essa independência é mentirosa, pois essas coisas não podem ser voltadas para o nada. E mais grave ainda, quando a base da alegação da independência se dá numa mentira, como dizer que o Brasil foi colônia de Portugal, o que não é verdade.

4.2) Trata-se de uma via de mão dupla. Por isso, o egoísmo não é a base da civilização, mas a unidade, a cooperação, a caridade, onde o ato de dar é mais importante do que o ato de receber. Trata-se de distributivismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2017.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Em nação culturalmente nula, você não é livre - e para se perder o ir e vir, por força da criminalidade, é um pulo

1) Ainda que a criminalidade fosse baixa, eu não me sentiria seguro neste país: as pessoas são vazias e quase não há opções viáveis para se desenvolver enquanto pessoa (exemplo disso: livros de qualidade duvidosa, cheios de conteúdo ideológico,  sendo lançados nas grandes livrarias, o fato de o país ser monodesportivo, a qualidade das arenas esportivas ser bem precária e o fato de a Globo monopolizar o mercado de TV por todo o país e ficar lançando seu lixo tóxico).

2) Basta o país estar num beco sem saída cultural que a guerra civil que nós vivenciamos hoje está declarada.

3.1) Quando era jovem, quando essa criminalidade não era tão grande quanto a que temos hoje, eu via o vazio cultural que havia nas pessoas, principalmente nos jovens que tinham a mesma faixa etária que eu tinha na época: cerca de 14 aos 17 anos.

3.2) Conversar com alguém sobre algo relevante na escola era impossível; ir ao centro da cidade era complicado (eu morava num bairro muito afastado do Centro até os 27 anos). Quando entrava de férias, eu ficava praticamente sem fazer nada (naquela época não havia rede social - e a única coisa que me mantinha ocupado era estar na sala de aula estudando. E não era à toa que eu via o estudo como um trabalho. Enquanto muito pensavam as férias como uma libertação, pois o estudo para muitos dos meus colegas era um fardo, eu via as férias como um tormento, pois ficava sem ter o que fazer).

3.3) Eu posso dizer, por experiência própria, que ser adolescente, sobretudo nos anos 90, era um verdadeiro inferno. Nos tempos atuais, há meios para se contornar isso, mas naquela época não havia.

4.1) A grande questão do nosso tempo é forçar o governo a nos permitir viver nossas vidas em paz.

4.2) Desde que surgiu a rede social, eu encontro gente muito mais qualificada para conversar sobre assuntos importantes, ainda que dispersas pelo país ou mesmo pelo mundo afora. Se tivesse que depender do lixo humano que encontro nas minhas circunstâncias de vida real, a minha vida seria uma enorme tragédia.

4.3.1) Como conheço muito bem a vida online, eu prepararei meus filhos para continuarem a missão de servir a Cristo em terras distantes por meio destes mares virtuais.

4.3.2) A rede social pede gente preparada, gente que sabe da responsabilidade falar algo edificante e caridoso a quem deseja aprender a verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Enquanto a cultura de liberdade para o nada existir, correremos o risco de cairmos na desinformação promovida pelos que são ricos em má consciência.

4.3.3) Por isso mesmo, o sujeito precisa ter pelo menos maturidade para poder seguir esta vida. Podemos dizer que é preciso ter ao menos 18 anos - ou menos, desde que tenha uma maturidade muito grande para a idade (e neste caso, eu devo emancipar meu filho).

5) Essas são algumas coisas que faria, se tivesse liberdade para educar meus filhos de modo a prepará-los para os desafios da vida.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de outubro de 2017.

Por que me atirei neste mar virtual nunca dantes navegado?

1) Alguns me dizem que uma pessoa tão inteligente quanto eu não deveria ter relacionamentos virtuais, mas, sim, reais.

2) Se essas pessoas tivessem visto um filme da minha vida entre 1995 a 2008, veriam que não encontrei, nos lugares por onde passei, gente de qualidade com a qual eu pudesse ter uma boa conversa. Muito pelo contrário; fui alvo de bullying- e esse bullying foi fomentado pelos esquerdistas. E foram esses esquerdistas que imbecilizaram pessoas ao meu redor sistematicamente.

3) Desde que migrei pra vida online em 2007, eu consegui o que queria: gente com a qual eu pudesse conversar sobre assuntos importantes. Só não converto relacionamento virtual em relacionamento real por conta de circunstâncias pessoais que me são desfavoráveis (como o fato de não dispor de capital suficiente para fazer viagens e ver meus contatos ou mesmo morar no Rio de Janeiro, na atual circunstância de falência institucional), mas nem por isso desisti das pessoas com as quais converso sobre coisas importantes.

4) Se eu morasse em outro lugar onde as pessoas não são vazias, certamente eu não buscaria a rede social como um remendo para preencher o vazio que há ao meu redor.

5) Como diz o professor Olavo de Carvalho, num ambiente vazio, onde você não encontra os amigos adequados, você será obrigado a se sujeitar a quem quer te destruir, a ponto de converter uma pessoa inteligente em medíocre. Como na minha circunscrição geográfica não encontro gente de qualidade, então eu me lancei neste mar nunca dantes navegado para conseguir gente com a qual pudesse crescer enquanto pessoa. E não me arrependo desta experiência.

6.1) Tem que ser no mínimo muito imbecil para não perceber a estupidez reinante desta terra e ainda zombar de todo aquele que troca o vazio das pessoas reais próximas geograficamente por pessoas reais que estão a milhares de quilômetros de distância e que podem acrescentar em alguma coisa.

6.2) O mundo chama essas pessoas com as quais lido na internet de "pessoas virtuais". Concordo que o termo "virtual" indica potência de uma amizade verdadeira e real, mas essas amizades virtuais são mais reais do que a interação que eu tinha com todos os amigos imaginários que fui capaz de bolar para poder sobreviver à faculdade, na época em que não havia rede social.

6.3) É graças aos meus contatos de internet que posso sobreviver ao vazio cultural do Brasil, à crise pela qual atravessa o meu estado e a muitas outras coisas. Por isso, enquanto esta tábua de salvação for firme, eu vou crescendo e me expandindo, até fazer dessa tábua meu barco, a partir dos pedaços de madeira que encontro pelo caminho, no mar virtual.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de outubro de 2017.