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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Para se analisar um discurso político, você não pode ter pressa, mas paciência

1) Para se analisar um discurso político, você precisa olhá-lo sob o ponto de vista da eternidade, pois é na eternidade que você encontra o tempo de Deus, pois Ele é o verbo encarnado, a verdade enquanto fundamento da liberdade em Cristo.

2) Não se prenda às análises dos jornais ou dos telejornais. Atenha-se àquilo que faz o pais ser tomado como um lar em Cristo, com base naquilo que foi fundado em Ourique. Só aí você perceberá o discurso é benéfico ou maléfico para o país como um todo.

3.1) Eu particularmente não sou muito bom em analisar as coisas com base no calor do momento, pois para o dia de hoje eu vejo fumaça, tão-somente fumaça. E onde há fumaça há fogo.

3.2) Caso eu queira ver o que realmente há por trás da cortina da fumaça, eu preciso analisar, o antes, o agora e o depois. E isso pede que eu colete dados e os analise sistematicamente. Como a imprensa não faz isso à luz da verdade, então eu preciso fazer isso de maneira organizada, caso eu tenha capacidade intelectual para isso.

3.3) É por conta disso que preciso do tempo para se reger bem as coisas, de modo a compreender a verdade. Por isso, é perfeitamente correto dizer que a verdade é filha do tempo, pois as coisas são reveladas com o passar do tempo. Como essas coisas se dão no tempo de Deus, então elas se fundam na eternidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2017.

O que há por trás daquilo que Kennedy quis dizer?

"It's not what your country can do for you, but what you can do for your country." (John F. Kennedy, presidente dos EUA)

1.1) Pensada esta frase em si mesma, a verdade é que nada posso fazer pelo meu país se o mesmo não me oferece condições para tomá-lo como um lar em Cristo.

1.2) Se o pais é tomado como se fosse religião política em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, então eu posso agir contra os princípios pelos quais o meu país foi fundado que nada vai acontecer comigo. Trata-se, portanto, de ato de apatria.
2.1) Ao contrário do que a mentalidade liberal prega, eu não sou um átomo. Eu sou um ser capaz de me associar a outros semelhantes que amam e rejeitam as mesmas coisas que eu.

2.2) Se eu amo e rejeito as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus, então eu vou me associar a quem é assim também. Se não houver uma comunidade fundada na unidade do idem velle e idem nolle, então fica impossível distinguir o certo do errado, assim como o amigo do inimigo.

2.3) Resultado: o que é sólido se desmancha no ar, a ponto de tudo ser atomizado, edificando liberdade para o nada. Será o tempo do eterno presente, onde a vida não faz sentido, uma vez que Deus foi tirado da vida pública, dado que não há passado - muito menos futuro, o lugar da esperança.

3.1) Se não venho de uma família estruturada, onde o amor de Deus é a base de todas as coisas, como posso ser uma pessoa melhor, de modo a fazer alguma coisa em prol da terra onde eu nasci?

3.2) Minha família deriva de outras famílias e acredito que outras pessoas virtuosas derivem de famílias virtuosas - eis a comunidade. E a vida comunitária precisa ser protegida por um Estado de Direito comprometido com aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus enquanto projeto de civilização. Do contrário, tudo sucumbirá.

4.1) Por trás desse discurso aparentemente bonito do presidente Kennedy, há uma falácia monstruosa. Só sou capaz de fazer algo de bom pelo meu país se o país me dá causa para tomá-lo como um lar em Cristo. Se no país onde eu nasci só lido com gente vazia e que nada me acrescenta, como poderei amá-lo? Se ele se diz independente, então essa independência é mentirosa, pois essas coisas não podem ser voltadas para o nada. E mais grave ainda, quando a base da alegação da independência se dá numa mentira, como dizer que o Brasil foi colônia de Portugal, o que não é verdade.

4.2) Trata-se de uma via de mão dupla. Por isso, o egoísmo não é a base da civilização, mas a unidade, a cooperação, a caridade, onde o ato de dar é mais importante do que o ato de receber. Trata-se de distributivismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2017.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Em nação culturalmente nula, você não é livre - e para se perder o ir e vir, por força da criminalidade, é um pulo

1) Ainda que a criminalidade fosse baixa, eu não me sentiria seguro neste país: as pessoas são vazias e quase não há opções viáveis para se desenvolver enquanto pessoa (exemplo disso: livros de qualidade duvidosa, cheios de conteúdo ideológico,  sendo lançados nas grandes livrarias, o fato de o país ser monodesportivo, a qualidade das arenas esportivas ser bem precária e o fato de a Globo monopolizar o mercado de TV por todo o país e ficar lançando seu lixo tóxico).

2) Basta o país estar num beco sem saída cultural que a guerra civil que nós vivenciamos hoje está declarada.

3.1) Quando era jovem, quando essa criminalidade não era tão grande quanto a que temos hoje, eu via o vazio cultural que havia nas pessoas, principalmente nos jovens que tinham a mesma faixa etária que eu tinha na época: cerca de 14 aos 17 anos.

3.2) Conversar com alguém sobre algo relevante na escola era impossível; ir ao centro da cidade era complicado (eu morava num bairro muito afastado do Centro até os 27 anos). Quando entrava de férias, eu ficava praticamente sem fazer nada (naquela época não havia rede social - e a única coisa que me mantinha ocupado era estar na sala de aula estudando. E não era à toa que eu via o estudo como um trabalho. Enquanto muito pensavam as férias como uma libertação, pois o estudo para muitos dos meus colegas era um fardo, eu via as férias como um tormento, pois ficava sem ter o que fazer).

3.3) Eu posso dizer, por experiência própria, que ser adolescente, sobretudo nos anos 90, era um verdadeiro inferno. Nos tempos atuais, há meios para se contornar isso, mas naquela época não havia.

4.1) A grande questão do nosso tempo é forçar o governo a nos permitir viver nossas vidas em paz.

4.2) Desde que surgiu a rede social, eu encontro gente muito mais qualificada para conversar sobre assuntos importantes, ainda que dispersas pelo país ou mesmo pelo mundo afora. Se tivesse que depender do lixo humano que encontro nas minhas circunstâncias de vida real, a minha vida seria uma enorme tragédia.

4.3.1) Como conheço muito bem a vida online, eu prepararei meus filhos para continuarem a missão de servir a Cristo em terras distantes por meio destes mares virtuais.

4.3.2) A rede social pede gente preparada, gente que sabe da responsabilidade falar algo edificante e caridoso a quem deseja aprender a verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Enquanto a cultura de liberdade para o nada existir, correremos o risco de cairmos na desinformação promovida pelos que são ricos em má consciência.

4.3.3) Por isso mesmo, o sujeito precisa ter pelo menos maturidade para poder seguir esta vida. Podemos dizer que é preciso ter ao menos 18 anos - ou menos, desde que tenha uma maturidade muito grande para a idade (e neste caso, eu devo emancipar meu filho).

5) Essas são algumas coisas que faria, se tivesse liberdade para educar meus filhos de modo a prepará-los para os desafios da vida.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de outubro de 2017.

Por que me atirei neste mar virtual nunca dantes navegado?

1) Alguns me dizem que uma pessoa tão inteligente quanto eu não deveria ter relacionamentos virtuais, mas, sim, reais.

2) Se essas pessoas tivessem visto um filme da minha vida entre 1995 a 2008, veriam que não encontrei, nos lugares por onde passei, gente de qualidade com a qual eu pudesse ter uma boa conversa. Muito pelo contrário; fui alvo de bullying- e esse bullying foi fomentado pelos esquerdistas. E foram esses esquerdistas que imbecilizaram pessoas ao meu redor sistematicamente.

3) Desde que migrei pra vida online em 2007, eu consegui o que queria: gente com a qual eu pudesse conversar sobre assuntos importantes. Só não converto relacionamento virtual em relacionamento real por conta de circunstâncias pessoais que me são desfavoráveis (como o fato de não dispor de capital suficiente para fazer viagens e ver meus contatos ou mesmo morar no Rio de Janeiro, na atual circunstância de falência institucional), mas nem por isso desisti das pessoas com as quais converso sobre coisas importantes.

4) Se eu morasse em outro lugar onde as pessoas não são vazias, certamente eu não buscaria a rede social como um remendo para preencher o vazio que há ao meu redor.

5) Como diz o professor Olavo de Carvalho, num ambiente vazio, onde você não encontra os amigos adequados, você será obrigado a se sujeitar a quem quer te destruir, a ponto de converter uma pessoa inteligente em medíocre. Como na minha circunscrição geográfica não encontro gente de qualidade, então eu me lancei neste mar nunca dantes navegado para conseguir gente com a qual pudesse crescer enquanto pessoa. E não me arrependo desta experiência.

6.1) Tem que ser no mínimo muito imbecil para não perceber a estupidez reinante desta terra e ainda zombar de todo aquele que troca o vazio das pessoas reais próximas geograficamente por pessoas reais que estão a milhares de quilômetros de distância e que podem acrescentar em alguma coisa.

6.2) O mundo chama essas pessoas com as quais lido na internet de "pessoas virtuais". Concordo que o termo "virtual" indica potência de uma amizade verdadeira e real, mas essas amizades virtuais são mais reais do que a interação que eu tinha com todos os amigos imaginários que fui capaz de bolar para poder sobreviver à faculdade, na época em que não havia rede social.

6.3) É graças aos meus contatos de internet que posso sobreviver ao vazio cultural do Brasil, à crise pela qual atravessa o meu estado e a muitas outras coisas. Por isso, enquanto esta tábua de salvação for firme, eu vou crescendo e me expandindo, até fazer dessa tábua meu barco, a partir dos pedaços de madeira que encontro pelo caminho, no mar virtual.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de outubro de 2017.

domingo, 1 de outubro de 2017

É da hospitalidade que se converte uma terra sem lei em um lar em Cristo. Examinemos o caso da Mongólia nos tempos de Genghis Khan com o Rio de Janeiro atual

1) Hoje, enquanto esperava a missa começar, estive pensando que o Rio de Janeiro não é muito diferente das estepes da Mongólia. As armas de fogo de uma AK-47, por exemplo, lembram os constantes trovões que caem do alto do céu, que revelam a ira do deus Tengri (os mongóis eram pagãos).

2) Para se protegerem da ira desse deus, era comum eles se abrigarem na casa de seus amigos. Por isso, a hospitalidade era essencial, principalmente em tempos de selvageria.

3) No Rio de Janeiro, onde o tiroteio é constante, as casas dos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento precisam servir de abrigo a quem está de passagem pela cidade. É assim que ensinarei aos meus pares a tomarem o Rio de Janeiro como parte do mesmo lar em Cristo. Se fizerem isso comigo tal como vou fazer com vocês, eu vou ficar muito satisfeito.

4) Afinal, quando meus pais falecerem, minha família serão os meus contatos, pois é provável que uma mulher dentre eles se torne minha esposa.

51) Quando digo que minha família são os meus contatos, é porque meu irmão e minha cunhada estão fora do Brasil, dado que estão no Chile. Por isso, é preferível estar com quem ama e rejeita a mesma coisa, tendo por Cristo fundamento - assim, terei amparo em quem me entende, dentro daquilo que me compete. Assim a cruz que carrego se torna mais suportável, pois posso ver nos meus pares a figura do Cristo Jesus.

5.2) Apesar de estarem cada um deles dispersos em terras distantes, esses distantes são os mais próximos daquilo que me faz ser o que sou: servidor do Cristo Crucificado de Ourique.

5.3) Deus me deu o Rio de Janeiro para nascer, mas me deu o mundo português como um todo, ainda que disperso, para eu morrer.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de outubro de 2017.

Notas sobre as conseqüências de se converter relacionamento virtual em relacionamento real (o caso de abrir a casa e partilhar da mesma mesa com quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento)

1) Se me fosse possível converter relacionamentos online em relacionamentos reais, de carne e osso, certamente a casa estaria aberta aos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Se a pessoa quisesse vir à minha casa para conversar sobre assuntos importantes, eu abriria a casa para ouvi-la. Ela seria muito bem tratada - eu faria um bom jantar para essa pessoa, assim como um bom almoço ou bom café da manhã. Se a conversa for até tarde, ela pode passar a noite em casa e voltar pra casa na manhã seguinte, visto que não deixaria essa pessoa sozinha, neste perigo que é morar no Rio de Janeiro.

3.1) Esta é uma das razões pelas quais eu desejo muito crescer no meu trabalho de escritor: ter um cantinho onde possa receber os meus contatos e ser hospitaleiro para com eles.

3.2) Eu aprendi com a Igreja Católica a importância da generosidade, de ser bom anfitrião - e fui testemunha disso, quando houve a JMJ por aqui. Como meus pais não pensam a mesma coisa, então eu vou trabalhando no sentido de ter meu próprio canto.

3.3) O fato de ter meu próprio canto não quer dizer necessariamente que quero morar longe dos meus pais - quero morar o mais perto possível deles de modo que possa conversar com eles também, quando a saudade bater mais forte.

3.4) Não creio em família nuclear, como há nos EUA. Além disso, gosto muito de Jacarepaguá, onde atualmente moro. Mas isso não me impede tomar os lugares dos meus outros contatos como também meu lar em Cristo, se eles forem acolhedores comigo como serei para com eles.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de outubro de 2017.

A questão da liberdade de reunião não pode se dar com fins vazios. Notas sobre o caso do Rio de Janeiro

1) Aqui no Rio de Janeiro, quando se trata de converter relacionamento virtual em relacionamento real (dentro daquilo que o Olavo sempre recomenda), essas coisas sempre terminam em fiasco.

2) Recentemente, me convidaram para um evento onde os membros dos tradutores de direita e os alunos do Olavo que se encontram no Rio de Janeiro iriam se encontrar. Local combinado: subway da Rua do Lavradio, às 18:00.

3) Será que o pessoal não aprende que, nesse horário, as pessoas estão saindo de seus trabalhos e voltando pras suas casas, após uma jornada extenuante de trabalho? E quando ocorre o movimento pendular de volta, a cidade fica repleta de mendigos, inviável para um evento dessa natureza?

4) Será que o pessoal não aprende que qualquer evento realizado num restaurante, numa lanchonete ou afins no Rio de Janeiro sempre vai custar os olhos da cara? Isso sem falar que a comida e a bebida consumidas no evento são sempre da pior qualidade possível?

5.1.1) Quando o pessoal vai aprender a organizar eventos?

5.1.2) Nos anos 50, quando houve o advento da Bossa Nova, as pessoas visitavam a casa de seus amigos e se apresentavam para esses amigos - e as coisas se davam sempre em âmbito de família.

5.1.3) Quando o PT, nos anos 80, começou a se organizar, eles organizavam churrascos e peladas nos fins de semana com os correligionários.

5.2.1) A geografia da cidade do Rio de Janeiro, que é acidentada, favorece esses encontros nas casas uns dos outros, o que faz com que o crime de roubo à residência não seja tão comum como é em São Paulo.

5.2.2) Como a mônada racional da política municipal, e da ciência política como um todo, é sempre nos bairros, seria muito mais sensato organizar esses eventos em casa de família. Se eu morasse sozinho, eu chamava os que amam e rejeitam as mesmas coisas para conversar sobre coisas importantes e comer uma pizza caseira no jantar ou um almoço feito em casa mesmo após as reuniões. Como minha família não quer saber de gente estranha à família dentro de casa, eu não organizo esses eventos.

5.2.3) É essa falta de senso prático - essa falta de senso de realidade acerca dos problemas da cidade - que faz com que eu não queira saber da opinião de muitos, dado que só conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, coisa que se dá na conformidade com o Todo que vem de Deus.

5.2.4.1) Lembro-me de uma postagem da minha Sara Rozante que o centro da vida comunitária se dava nas paróquias. E é por conta disso que as reuniões gerais se desdobravam em reuniões particulares, em casas de família.

5.2.4.2) Quem opta por reuniões no Centro do Rio tende a tomar como norte da vida política o centro comercial descristianizado e nele cada um tem a liberdade de fazer o que quiser, ainda que conservando de maneira conveniente e dissociada da verdade esse senso prático que descrevi no item 5.2.3. E isso é edificar liberdade com fins vazios.

6.1) Enquanto não fizerem o que deve ser feito, reuniões no âmbito paroquial para só depois haver reuniões em âmbito familiar, a cidade do Rio de Janeiro jamais será reconquistada espiritualmente.

6.2) Admitindo que o Rio de Janeiro é o coração do meu Brasil, não dá para tomar o país como um lar em Cristo se a paróquia não for centro da vida comunitária do bairro - muito menos se a catedral não for o centro da vida da cidade, seja espiritual ou política. Acredito que a revitalização do Centro de modo que o comércio e o hedonismo da Lapa sejam a base de todas reuniões necessárias ao movimento conservador da cidade é cair no engodo de que a liberdade para o nada, que é ruim, vai produzir algo bom para a cidade. Nada mais do que falso.

6.3) Desde me que converti ao catolicismo, cada reunião paroquial tem me ensinado mais sobre essas pequenas coisas do que essas pretensas reuniões em que o pessoal só fica discutindo bobagem e que nada acrescenta para o bem da cidade como um todo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de outubro de 2017.