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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O Brasil nunca foi colônia

1) Há quem diga que o Brasil era colônia de Portugal.

2) Até agora, eu não vi nenhum documento de época, dos poucos que vi nas Revistas de História da Biblioteca Nacional, chamando o Brasil de "colônia". O Brasil já foi Terra de Santa Cruz; o Brasil já foi Estado, junto com o Maranhão; o Brasil já foi vice-reino; o Brasil já foi reino.

3) Se o Brasil fosse colônia, Portugal teria que criar um estatuto colonial, tal como a república Portuguesa criou para a África durante os anos 20.

4) O Brasil só voltaria a ser vice-reino, a ponto de se tornar província ultramarina, como já foi antes. Colônia o Brasil nunca foi; e se ele se tornasse, seria por conta dos nefastos liberais que fizeram a famigerada Revolução Liberal do Porto.

5) O Brasil não fez independência, se por independência entendermos construir um destino dissociado àquilo que foi edificado em Ourique. Houve, na verdade, foi secessão de modo a conservar o que era conveniente e sensato para nós. Só depois, por conta dos modismos e da má influência da cultura francesa sobre o nosso povo, ao longo do Império, é que fomos decaindo até virar este lixo, esta republiqueta que nos domina, que nos leva totalmente para fora da nossa vocação, enquanto pátria. E quem acreditar nessa mentira não passa de apátrida, tal como acontece com a maioria da população, que manteve a república presidencialista quando houve o plebiscito, em 1993.

O Brasil é um Império e não uma nação

1) Para os EUA serem uma nação, eles precisaram romper com as origens.

2) Os EUA surgiram da heresia do Rei Henrique VIII - este rompeu com Roma e fundou uma Igreja. Como ele passou a ser o chefe político e religioso da nação, o país foi tomado como se fosse religião - e quem não comungava dessa sabedoria humana dissociada da divina tinha que sair da Inglaterra e ir para o Novo Mundo. 

3) Por conta do fato de a Inglaterra ser tomada como se fosse religião, por conta do fato de o protestantismo não acreditar em fraternidade universal, os perseguidos começaram a desenvolver uma república democrática - essa sociedade acolheria o fato de que todos os indivíduos têm a sua verdade - e que isso devia ser tolerado, respeitado, já que o Estado não pode se imiscuir em questões religiosas. E isso foi crescendo até o ponto de os EUA romperem com a Inglaterra e forjarem o seu próprio destino.

4) O Brasil, por sua circunstância, jamais será uma nação como os EUA. 

5) O Brasil nasceu em Ourique a partir daquilo que foi dito por Cristo Crucificado a D. Afonso Henriques. Os portugueses serviriam a Cristo em terras distantes.

6) Em 1500, houve o desdobramento da tradição no continente americano - e a nação, colaborando com os portugueses, começou a crescer e a se tornar mais importante do que o território original da própria metrópole, por conta de sua natureza continental. O Brasil, dentro do contexto do Império Colonial Português, cedo ou tarde seria a sede do Quinto Império. A maior prova disso é que, nos momentos de perigo, a corte portuguesa pôs-se a salva no Brasil, quando Napoleão invadiu Portugal.

7) Para o azar do Império Português, a nefasta influência dos valores revolucionários da Revolução Francesa fincou raízes, a ponto de gerar uma revolução liberal no Porto. Por conta desses valores novos, fundados no amor ao dinheiro, tudo que o Brasil conquistou por conta da presença da corte aqui corria o risco de ser perdido - e a secessão foi necessária. 

8) Os valores da nobreza e da alta cultura que vieram com a corte portuguesa deram base ao Império do Brasil. Mas o grande erro, por conta da influência dos valores da revolução francesa, foi pensar que o Brasil era uma nação independente de Portugal. A grandeza do Brasil decorre da grandeza de Portugal - se Cristo não for visto como a razão dessa grandeza, o Brasil será condenado à mediocridade. Ao romper com os valores de Ourique, ao imitar os valores franceses e ao imitar os valores americanos, o país trocou os fundamentos do antigo regime, que eram edificantes e que durariam até a reunificação eventual do Reino Unido, por uma cultura nula e vazia, totalmente deslocada da razão de ser da pátria.

9) Essa maldita mania que os apátridas têm de imitar o que vem de fora e que não tem nada a ver com a pátria é uma constante em nossa história. O maior exemplo é que a maioria pensa em conservadorismo usando uma base importada, ao passo que eu penso dentro de uma tradição que é nossa, herdada de Portugal. O dia em que pararem de pensar que o Brasil é uma nação será uma bênção. O Brasil é um império e foi feito de modo a servir a Cristo em terras distantes - a verdadeira nação imperial por excelência é o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - e isso não vai mudar.

Notas sobre a cultura do auto-engano e seu impacto no Brasil

1) Questionar a autoridade de Deus é questionar o postulado de que Deus é bom e justo. A Igreja enquanto esposa de Cristo é acessório que segue a sorte do principal. Se a Igreja não erra, isso é um atestado de que Deus não erra - além disso, Jesus garantiu que o mal não prevaleceria sobre ela.

2) Quando os postulados são questionados, então não faz sentido fazer ciência, pois a noção de verdade desaparece. Se a noção de verdade desaparece, então a noção de realidade, bem como o conteúdo que pode ser extraído daí, desaparece.

3) O conhecimento, então, tende a ser apenas tomado por conta de sua aparência, de sua forma. E isso revela uma intenção de dominar e não de salvar. Não é à toa que a salvação pelo conhecimento, pela forma, nada mais é do que falácia, pois é fingimento, auto-engano.

4) Pensar em independência do Brasil, criando uma realidade política e social dissociada daquilo que foi edificada desde Ourique, leva a que o auto-engano seja a ordem do dia. O fato de Machado de Assis ser a maior referência nessa questão é um atestado do que é o quinhentismo, enquanto subproduto do libertarismo: auto-engano.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 2016 (data da postagem original).

Sobre a finalidade das teorias puras

1) Quando se fala em Teoria Pura de alguma coisa, geralmente está se referindo ao que Kant tanto prega: estudar a coisa em si mesmo, em sua forma, como se ela tivesse a sua própria verdade.  Isso implica tomar a forma como se fosse uma verdadeira religião, o que é um certo tipo de Sola Scriptura. E não foi por acaso que essa desgraça nasceu em um solo protestante, pois acessório segue a sorte do principal.

2) Toda análise sociológica que toma o fato social como se fosse coisa tende a fazer uma análise pura, sem levar em conta se isso é ou não conforme o Todo que vem de Deus, posto que não há autoridade que nos remeta valores verdadeiros e eternos, base fundamental para se estudar a realidade, pois a bondade de Deus não pode ser questionada, uma vez que é postulado. Tomar o fato social como se fosse coisa diz muito mais sobre a intenção da análise: se os homens querem ser deuses ou afirmarem que nem mesmo Deus vai dinamitar essa verdade, tal como disseram com relação ao Titanic, então isso é um claro indício de desonestidade intelectual. Isso é um atestado de mentalidade revolucionária. Isso é um tipo de confissão.

3) Quando se pensa em termos formais, isso só revela os interesses escusos do investigador ou de um grupo de investigadores de modo a que consigam o poder, ao levar todos os ouvintes a acreditarem que aquilo é mesmo uma verdade, pois esse trabalho se tornou uma espécie de sacerdócio. Enfim, essa investigação, pretensamente científica, não passa de pura falsificação, de fingimento, pois não é conforme o Todo que vem de Deus.

5) Se Kant influenciou no positivismo de Comte e no positivismo de Kelsen, e o Brasil foi herdeiro dessas duas tradições nefastas, então é perfeitamente possível afirmar que isso é a conforme à natureza dos apátridas que nasceram e moram nesta terra, que agem contra aquilo que foi edificado em Ourique. Isso produziu uma cultura que precisa ser extirpada, pois ela prepara o caminho para o totalitarismo comuno-petista.

6) Enquanto essa cultura não for extirpada das nossas universidades, de nossos meios acadêmicos, é perfeitamente possível que o comunismo volte ainda com mais força, pois eles tendem a tratar essa gente com afável cortesia, tal como fez Hayek. E isso não pode ser tolerado.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Notas sobre a lógica jurídica

1) A lógica jurídica ou deôntica leva em conta o seguinte: 

1.1) a lei permite ou não permite determinada conduta; 

1.1.1) Quando permite, essa conduta tipifica como algo facultativo (um direito) ou como algo obrigatório, um dever

1.1.1.1) Quando tipifica um dever, ela estabelece os requisitos legais para o cumprimento estrito desses deveres, assim como uma sanção de modo a punir quem age contra a lei.

2) A lógica jurídica parte do pressuposto de que a lei é a suprema manifestação da justiça, pois nela encontramos os parâmetros necessários modo de a que encontremos a verdade no seio das relações humanas e assim declarar o que é certo e errado, de modo a se fazer justiça. Por conta disso, obedece a uma lógica formal, clássica, de um mundo tipicamente pagão, como foi o grego ou o romano.

3) Em si, isto não está errado. O problema é que, por conta do pecado original, o homem pode escolher estar em conformidade com o Todo que vem de Deus ou conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Deus permite o pecado de modo a que os sensatos compreendam os seus erros e se reconciliem com Deus.

4) Quando governantes ricos em sabedoria humana dissociada da divina assumem o poder, as leis todas obedecerão a essa lógica - e conservarão o que é conveniente e dissociado da verdade. Por conta disso, o que a lei proíbe ou permite se torna algo insensato, pois salta à lógica daquilo que é fundado no verdadeiro, naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus. Como Deus é a verdadeira constituição, essas leis são naturalmente inconstitucionais, pois atentam contra as leis de Deus, fundadas na bondade e na caridade.

5) Kelsen, quando olhava para um sistema constitucional fundado na forma, ele adotava elementos do raciocínio clássico pagão, que tomava o fato da lei como se fosse coisa, como se o homem fosse um Deus. Se a lei A da Constituição fosse contraditória na realidade e no seu conteúdo com a lei B da mesma Constituição, para ele não haveria contradição, pois a constituição é a expressão, a forma máxima da verdade, dentro do território da nação, pois a Lei Suprema não tem termos inúteis, mesmo que seu conteúdo fosse contraditório. E o constitucionalismo levaria ao país ser tomado como se fosse religião - e a jurisdição constitucional seria o sacerdócio. Ou seja, o juiz da Suprema Corte seria equiparado a um Papa.

6) É fato sabido que a lógica clássica, ou formal, é falha - ela não abarca a estrutura da realidade, pois o homem é pecador e está sempre em constante contradição, onde alguns conservam o que é bom e sensato, ao passo que outros conservam o que há de mais insensato, ponto de quererem estar no lugar do próprio Deus verdadeiro. Se Deus não for levado em consideração, é impossível encontrar o conteúdo da realidade nas coisas que foram postas e assim encontrar a justiça. Pois o mundo foi criado - e Deus nos deu razão de modo a que investigássemos as coisas, pois estas nos apontam para aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

7) Quando se estuda a lógica paraconsistente, nós examinamos se as leis humanas estão em consonância ou em contradição com as leis de Deus. E as leis são produtos de uma ordem que foi edificada em Aliança do Altar com o Trono, tal como se estabeleceu em Ourique, ou a partir da separação da Igreja com o Estado, de modo a que todos tenham a verdade que quiserem, o que edifica liberdade para o nada, tal como se deu nesta República. O Estado, que é um fruto do homem, está sujeito às contradições, pois as instituições seguem a sorte de seu principal, o homem, marcado pelo pecado original.

8) Numa ordem de pecadores, o Estado será totalitário e a apatria será sistemática; numa ordem de virtuosos, a santidade será sistemática e o país será tomado como se fosse um lar em Cristo. O que protege a santidade do país é a permanente vigilância. O católico deve estar sempre atuando na política de modo a que a ordem que prepara para a santidade não se corrompa. A liberdade constitucional, enquanto natural right, depende do fato de que esta ordem precisa estar em conformidade com o Todo que vem de Deus, de modo a ser justa - e isso pede eterna vigilância.

O salvacionismo mata o natural right pela entropia

1) Com X = 0, o que salvacionismo impede é o acúmulo de experiências decorrentes de um natural right.

2) Sem a presença de uma tradição constitucional viva, ela terá que ser reconstituída historicamente - e isso será extremamente trabalhoso. Pois a política leva em conta todas as tensões e contradições da realidade, de modo a que o conveniente e sensato seja preservado, de modo a que as pessoas possam progredir, em termos de ordem, dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) O salvacionismo - a tentativa de se reescrever a constituição dentro de uma ordem instável, sem Deus - é altamente destrutivo, pois favorece a mentalidade revolucionária, por conta da sucessiva entropia, pois mata todas as tensões de realidade regidas pela Carta Constitucional vigente.

Salvacionismo só coloca as coisas no X=0, mas não Y=0

1) Quando você está jogando um videogame, você vai progredindo do início até o final.

2) Nos anos 80, quando não havia cartão de memória de modo a salvar o jogo do ponto em que se parou, você tinha que resetar o jogo. E você voltava tudo à estaca zero.

3) Como política sem Deus é um jogo de guerra de facções, marcado por sabedoria humana dissociada da divina, então a Constituição tende a ser o eixo x da ordem binária, marcado pelo ser e não ser conforme à Constituição, onde do zero até o mais infinito é tudo aquilo que é conforme à constituição, ao passo que do zero ao menos infinito é contrário à constituição. O que salvacionismo faz é jogar as coisas no X= 0, quando se reescreve a constituição, isso toda vez que a fé que decorre do fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade entra em metástase, por conta dos sucessivos pecados humanos acumulados que se tornaram sociais e sistemáticos.

4) Deus é o autor do tempo  - e o tempo, quando rege os atos humanos fundados na Lei Eterna, conserva o que bom, conveniente e sensato. Esses atos jamais serão apagados. Tudo o que se funda no conservantismo sensato é um vir-a-ser conservador, ao passo que tudo que conserva a dor de Cristo pede uma aliança do Altar com o Trono, o que impede o salvacionismo, cujo reset, na teoria dos jogos, só favorece a mentalidade revolucionária, pois dá uma sobrevida aos insensatos que preparam o caminho para a mentalidade revolucionária.

5) A Aliança do Altar com o Trono protege o país do salvacionismo, bem como da não-traição às verdades mais caras do Evangelho.