1) Se as bolsas fossem dadas pelo fato de você ser um bom aluno, esforçado, que busca realmente o saber, a mera concessão representaria magnificência e ela ficaria vinculada à pessoa que mostrou ser conforme o todo que vem de Deus ao longo de seus estudos, uma vez que ela soube, evidentemente, cultivar a alma de tal modo a que fosse possível ver nela as maravilhas de Deus e o que de bom Ele poderia fazer por todos nós, em meio a uma vida cheia de provações e sacrifícios
1.1) A concessão seria pessoal, exclusiva e fundada num ato de caridade - pois tornar a alma fecunda de modo a dizer sim a Deus é um feito notável e por si mesmo meritório, uma exceção rara num mundo marcado pelo pecado original.
1.2) Se o exemplo do beneficiado inspirasse outros a seguirem este caminho de notável sabedoria e retidão, mais bolsas seriam dadas - e isso implicaria distributivismo. É nesse contexto que nasceu a universidade na Idade Média.
2) Se as bolsas forem concedidas como um prêmio por desempenho em prova, isso geraria competição entre os alunos.
2.1) Na competição, um está afim de prejudicar o outro ou mesmo manipular a estrutura do concurso de modo a trapacear.
2.2) Na cultura de competição, as desiguldades naturais, as diferentes capacidades humanas, estão sendo desenvolvidas de modo promover conflito de interesses qualificados por uma pretensão resistida ou de tal modo a que os homens sejam predadores que caçam os seus próprios semelhantes para poder sobreviver na terra, o que mata a fé, a esperança e a caridade.
2.3) A competição é, pois, uma luta de morte fundada em sabedoria humana dissociada da divina, nascida numa cultura em que todos têm a sua verdade ou no fato de que não há verdade nenhuma.
3) Por isso que não considero o critério meritocrático o mais honesto para a concessão de bolsas.
3.1) Além de promover a cultura da impessoalidade e do resultado pragmático, os beneficiários geralmente não fazem bom uso do benefício, posto que isso só faz alimentar o ego de quem ganhou o prêmio. E egos inflados só dão causa para o mal sistemático.
3.2) A meritocracia liberal dá causa ao esquerdismo, pois a concessão fica centralizada nas mãos de quem detém autoridade ou poder nas instituições educacionais.
3.3) Enfim, um tipo microcosmos do Estado é criado, por conta da meritocracia liberal.