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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Notas sobre o industrialismo, enquanto movimento gnóstico

1) Indústria é a arte de transformar matéria-prima em um produto acabado, pronto para satisfazer uma necessidade humana concreta, imediata. Enquanto industrialização é o processo de automatizar a produção, de modo a ser feita em série, houve um movimento político que queria industrializar o país de qualquer jeito, fazendo-o fugir de sua vocação agrícola. E neste ponto, é perfeitamente possível falar em industrialismo como se fosse religião, tal qual o nacionalismo.

2.1) A indústria pode ser artesanal - quando a peça é única e atende a necessidades de um cliente específico - ou pode ser massificada, quando há um padrão de modo a atender ao maior número de clientes possível, de modo a ganhar mais dinheiro possível. Embora a eficiência industrial seja algo desejável, produtivo, posto que se funda em se fazer mais e da melhor maneira possível, o problema é tomá-la como se fosse uma religião, a ponto de reduzi-la ao amor ao dinheiro.

2.2) Afinal, a arte de transformar coisas em bens de consumo duráveis e não-duráveis - feitos de modo a atender necessidades humanas concretas, reais, imediatas - deve dar uma sensação de poder muito grande, um poder quase que divino. Por isso mesmo, tem um quê de herética, o que agrada em cheio os partidários da mentalidade revolucionária.

3) A partir do momento em que a arte de transformar matéria-prima em bens de consumo se tornou uma ciência, o industrialismo se tornou uma espécie de religião, a partir do momento em que o cientificismo virou uma espécie de religião, desvinculando-se da verdadeira fé, que leva ao uso criterioso da razão para entender as coisas. Se a ciência virou religião, então isso é gnose. Logo, o industrialismo é um movimento gnóstico.

4) Como o comunismo é filho da industrialização e do processo de se atomizar indivíduos na sociedade, então é um movimento gnóstico, pois se trata de uma revolta gnóstica contra o mundo transcendente, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus. Como o capitalismo é filho da heresia protestante, de sua falsa ética, então o capitalismo preparou o caminho para o comunismo, pois o amor ao dinheiro se tornou o centro de todas as coisas, ao invés do verdadeiro amor a Deus.

5) Quando a Igreja Católica visa a propor a restauração da economia fundada em relações sociais, uma economia artesanal, ela está necessariamente combatendo a economia massificada tomada como se fosse religião, por ser justamente gnóstica, que é fruto de sabedoria humana dissociada da divina. Ela prega o uso justo da industrialização apenas nos casos onde ela for extremamente necessária, naquelas áreas onde o trabalho artesanal é difícil ou impossível de ser feito - afinal, ela não condena o lucro honesto realizado por meios honesto, já que a industrialização, historicamente falando, tirou muita gente da miséria.

6) Ressalvados os casos em que a produção em série se faz necessária. Os seres humanos gostam de coisas personalizadas, pois diversidade é um atestado de individualidade, já que homens são desiguais nos gostos e nas habilidades - e isso não é ruim.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2016.

Notas sobre a caridade, enquanto investimento

1) Existem dois tipos de homem:

1.1) Os que vivem em conformidade com o Todo que vem de Deus, amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

1.2) Os que são ricos em sabedoria humana dissociada da divina.

2) O caso da caridade é investimento para os que vivem a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus. Para os que são ricos em sabedoria humana dissociada da divina, isso é improdutivo - como eles não crêem em fraternidade universal e querem usurpar o lugar de Deus, estes praticarão a usura, necessariamente falando.

3) Assim como o comunismo e a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus são coisas extremamente incompatíveis, é impossível servir a dois senhores: um, que se serve dos outros através da usura, e outro, que serve aos próximos por meio da caridade.

4) Nos manuais de História do Gilbeto Cotrim há esta frase: o capitalismo é filho da aliança das indústrias com os bancos. Se o capitalismo é a ordem econômica dos que servem liberdade para o nada, então ela edifica comunismo. Logo, podemos dizer que comunismo é também filho da aliança dos industriais com os banqueiros. Ele é, pois, filho da negação da fraternidade universal, base fundamental para a prática da usura.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2016.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Lula - A evolução da demagogia

1) Há dois tipos de demagogia:

1.1) A primeira demagogia se aproveita da inocência das pessoas. Quando as pessoas erram naturalmente, o demagogo se aproveitará desse erro de modo a se eleger para um cargo e começar a saquear os cofres públicos. Ele conduz o erro natural das pessoas de modo a conseguir o que deseja, mas quando as pessoas conhecerem a verdade, o demagogo cai. Essa demagogia se funda no fato de plantar couves - os benefícios são imediatos, mas não duram por muito tempo. Essa demagogia e a fisiologia são a mesma coisa.

1.2) A segunda demagogia é a típica dos revolucionários: eles criam todo um estado de mentira de modo a iludir as pessoas pelo maior tempo possível. E para maximizar esse estado de torpor, usam táticas culturais, manipulando-a de modo a justificar a manutenção desses psicopatas no poder.  Tal como carvalhos, isso demora a ser implementado, mas produz efeitos duradouros, pois destrói o imaginário desta nação.

2) Desde que o Lula e o PT tomaram o poder, houve um agravamento da mentalidade revolucionária desta república, dado que houve um aperfeiçoamento nos métodos de se fazer demagogia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2016.

Notas sobre os vícios da vontade

1) Erro: em si mesmo, trata-se de algo acidental, mas que afeta a natureza do pedido e do serviço a ser prestado de modo a atender a uma necessidade humana. Esse erro pode ser consertado no distrato, onde a vontade contratual é aperfeiçoada de modo a atender melhor à demanda. A questão do erro, para ser consertada, demanda que A e B se conheçam muito bem, de modo a que um corrija o outro.

2) Dolo: se o prestador de serviço for mal-intencionado, este agirá de tal maneira a enganar o tomador de seus serviços, fazendo-o pedir por algo que é fora daquilo que desejou. Geralmente o tomador pede uma jóia de ouro e acaba levando algo que parece ser de ouro, mas não é. O tomador do pedido precisa necessariamente conhecer bem o que vai pedir antes de levar gato por lebre. O dolo, por se fundar em desonestidade, faz com que o negócio jurídico seja nulo de pleno direito, pois provocou uma vontade viciada através da mentira, coisa que é fora do bom direito. Quem age com dolo tenderá a aproveitar a inexperiência de uma pessoa de modo a se dar bem, pois preza mais o dinheiro do que a Deus - e isso causa lesão.

3) Conservantismo no estado de erro natural: retomando o ponto 1, digamos que o tomador do serviço esteja se confundindo quanto ao que vai pedir e pede algo diverso do que pretendia. O tomador do serviço, ao invés de exercer o seu dever de ofício de avisar que ele está enganado, se aproveita do erro de boa-fé do agente e acaba servindo algo imensamente piorado, mantendo-o na ilusão natural de que está comprando uma jóia de ouro, quando na verdade não está. Trata-se de um crime comissivo por omissão, já que aquele que percebeu o erro natural, não provocado, está agindo  como um agente garantidor desse erro, a tal ponto está cometendo um crime qualificado contra a verdade, contra a conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) Esse dolo na conservação do que é conveniente e dissociado da verdade já caracteriza um abuso de direito - além de o negócio ser nulo de pleno direito, a pessoa deve responder pelo abuso de direito que praticou ao explorar o erro de boa-fé de uma pessoa.

3.2) Quando se trata de alguém que é menor de idade ou com entendimento reduzido, o conservantismo fundado no fato de explorar um erro natural de alguém de a modo a obter uma vantagem ilícita é uma conduta social ainda mais reprovável. Trata-se de um dolo mais qualificado, pois gera lesão à economia popular.

4) Fraude: anunciar um serviço de má qualidade como se fosse bom é crime contra a economia popular.

4.1) Num país onde se ama mais o dinheiro do que a Deus, a fraude é o crime mais natural a ser praticado por qualquer cidadão, principalmente se este tem a cultura de querer levar vantagem em tudo. A fraude é, pois, a base de tudo que é usado para viciar a vontade alheia ou o legítimo exercício regular de Direito, dado que nesse país a crença na fraternidade universal, coisa que vem de Deus, simplesmente não existe.

4.2) Costuma-se usar fraude para frustrar uma futura execução contra um credor prejudicado ou fraude com o intuito de vender um bem que já está sob execução de modo a zombar das autoridades judiciais, provocadas de modo a garantir um direito prejudicado. Este tipo de conduta é próprio de marginais e deve ser punida de maneira dura.

5) Coação: Uso de violência ou grave ameaça de modo a forçar que alguém pratique algo fora daquilo que é desejado. Ressalvados os casos em que a coação é legítima, de modo a que um direito legítimo seja realmente exercido, a coação, junto com a fraude, é a mãe de todos os crimes.

6) Simulação: ocorre quando há um acordo entre os prestadores de serviço de modo a lesar uma comunidade inteira. Nós vemos isso no caso dos trustes e dos cartéis - nela vemos fraude sistemática - e a fraude sistemática pode levar a uma extorsão sistemática, tal como vemos na agiotagem.

6.1) Na legislação atual, os bancos têm permissão legal para praticarem a usura, a cobrança por empréstimos de natureza não produtiva, aqueles que não têm a natureza de favorecer o crescimento da riqueza da nação, por meio da produção, seja ela artesanal ou automatizada. Ainda que tenham permissão legal, a usura é contra a lei natural e por isso mesmo fora da conformidade com o Todo que vem de Deus - por essa razão, a lei que autoriza aos bancos a praticarem a usura é fora da lei natural, a constituição das constituições.

7) Numa economia cada vez mais impessoal, a tendência é haver erros essenciais, desde o conservantismo do erro natural, de modo a explorá-lo ao máximo, até o erro provocado com a mentira ou mesmo a coação. A tendência é haver cada mais conflitos de interesses qualificados pela pretensão resistida - e isso pede uma intervenção cada vez maior do Estado de modo a proteger a boa-fé dos contratos. Eis aí porque a economia de massa, fundada na economia impessoal, favorece a um maior estatismo. E se isso for tomado como se fosse religião, isso vira totalitarismo, comunismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2016.

A apatria sociológica é mais grave do que a apatria jurídica

1) O erro implica tomar algo como se fosse coisa fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. Esse erro pode ser acidental, coisa se corrige com estudo, ou intencional, coisa que é deliberadamente conservada conveniente e dissociada da verdade, a ponto de edificar uma heresia.

2) Citemos o exemplo do quinhentismo, dessa crença inventada de que o Brasil nasceu em 1500 desde as tintas de caminha, sem levar em conta a missa fundacional e a missão que herdamos do Cristo Crucificado de Ourique de ir servir a Ele em terras distantes como a nossa, tal como foi estabelecida em 25 de julho de 1139. Essa crença inventada levou ao país ser tomado como se fosse religião totalitária de Estado, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele, além de ter gerado toda uma tradição de governos autoritários que prepararam o caminho para o esquerdismo tomar conta de vez do Brasil.

3) Muitos são os nativos desta terra que crêem nessa tolice de que o Brasil nasceu em 1500, de que a monarquia é atraso e de que a República é sinônimo de Ordem e Progresso. Da apatria o verde de Bragança e o Amarelo de Habsburgo foi perfidamente pervertido em amarelo do ouro das Gerais do verde das nossas matas, a tal ponto que gerou uma concepção errada de Brasil que está sendo tomada como se fosse a própria verdade, coisa que é fora daquilo que foi estabelecido pelo Cristo Crucificado de Ourique, o que leva a seguir uma verdadeira lógica de Goebbels, onde erro repetido e ensinado nas escolas acaba se tornando uma verdade - e isso é doutrinação.

4) Isso que estou a descrever é o processo de construção da apatria do ponto de vista sociológico. Ela decorre de uma cultura de erro sistemático - nela o errado é conservado conveniente e dissociado da verdade e pregado como se fosse o certo. Se a cultura de fingimento é algo nefasto em nossa terra, então ela foi crucial para o desenvolvimento dessa realidade sociológica, que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

5) Trata-se de um problema mais grave do que aquele descrito no Direito. Ser apátrida, juridicamente falando, implica uma deslealdade ao Estado tomado como se fosse religião, a ponto de competir com a religião verdadeira e destruí-la. No caso brasileiro, as pessoas estão em conformidade com o Estado tomado como se fosse religião, a ponto de estarem fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. Não é à toa que brasileiros somo poucos, pois ir contra esta cultura de apatria é um sofrimento diário - e esta é uma causa que predestina as pessoas à santidade, pois quem age assim está restaurando aquilo que foi estabelecido em Ourique, já que nenhum cristão é apátrida, pois está servindo a Cristo de modo a entrar na pátria definitiva, aquela que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus, coisa que se dá no Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2016.

domingo, 14 de agosto de 2016

Notas sobre os muitos papéis que assumo (não formalmente falando)

1) Já me desejaram um feliz dia do advogado, mesmo eu não tendo carteira da OAB. Mas do jeito que a OAB está aparelhada, é preferível ser um reles bacharel, estudioso da Lei Natural, da conformidade com o Todo que vem de Deus, a ser um ativista judiciário e fazer valer falsos direitos e falsos deveres fundados em sabedoria humana dissociada da divina, coisa que nos obriga ao impossível, o que desconstitui tudo o que é de mais sagrado e caro para a nossa sociedade.

2) Na paróquia mesmo, já me desejaram um feliz dia dos pais, mesmo eu não sendo casado e não tendo filhos. E houve quem tivesse pensado que eu era o pároco da paróquia, o pai de minha comunidade paroquial, de muitos. E não foi só um - eu já vi uma outra, tempos atrás, achando que eu era padre.

3) Online, desde que passei a exercer meu sacerdócio leigo, dando aulas de nacionismo online, houve quem já tivesse me desejado um feliz dia dos professores, mesmo eu não dando aulas em sala de aula.

4) Enfim, seja como "advogado", "pai", "padre", "professor", coisas essas que não sou, eu agradeço muito pela lembrança.
5) Uma pessoa virtuosa começa sendo vista pelo que ela representa - e o primeiro indício está no que aparenta ser - e no direito chamamos isso "teoria da aparência". Como no Brasil nós temos a olhar muito mais para o papel do que para a pessoa, nós acabamos sendo vítimas de picaretas muito fácil. O fato de acharem que sou advogado, pai, padre ou professor se deve ao fato de ser virtuoso - poderia ocupar esses papéis muito bem na sociedade, se esses papéis não tivessem sido usurpado pelos picaretas. Eis aí porque luto contra a República - eu luto contra a usurpação, pois quero ocupar o meu lugar de direito.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2016.

Essa aconteceu comigo

Aprendi uma nova frase em polonês:

_ Jak ci się podoba moja oferta? (O que você acha da minha oferta?)

Aprendi isso enquanto jogava civilization V, enquanto lidava com o Rei Casimiro III (no jogo, os líderes falam suas línguas nativas)

Fui mostrar o que aprendi para o meu padrinho, e ele me respondeu em português:

_ Ainda não recebi sua oferta, José!

Caí na gargalhada. Ele pensou que eu tivesse dado alguma oferta a ele. Expliquei-lhe que estava jogando Civilization V e aprendi essa frase em polonês.

Enfim, passei por uma situação engraçada, impagável com o meu padrinho. Paguei um verdadeiro mico.