1) Quando lemos a Bíblia, observamos que nações inteiras decorriam de um único homem virtuoso.
2) São Josemaria Escrivá falava sobre a santidade através do trabalho. A maior prova disso é que nomes de família decorrem de uma profissão, tal como vemos nos sobrenomes ingleses.
3) Se um homem santo, virtuoso, é operário como São José, então não seria estranho supor que o senso de tomar o país como um lar decorra de uma profissão. No caso da Terra de Santa Cruz, a primeira profissão exercida foi a de extrator de pau-brasil (brasileiro).
4.1) Há uma tese de que o Brasil tem esse nome por conta do pau-brasil. Por isso, não acho estranho que brasileiro se torne marca daquele que toma o Brasil como um lar, por força de servir nesta terra tendo por Cristo fundamento. Isso faz do Brasil uma província que faz com que o mundo português fundado em Ourique se engrandeça. E o Brasil é tão grandioso que era plano antigo da coroa transferir sua sede para esta terra.
4.2) Há quem diga que a profissão de brasileiro não era uma profissão nobre por conta da forma como ela foi estabelecida: uma economia predatória. Mas aí a culpa se deu pela forma como esta atividade foi organizada; a extração de pau-brasil não seguiu uma ética cristã, mas a judaica, já que Fernando de Noronha era judeu e tinha conexão com os Médici de Florença, os primeiros banqueiros do mundo. Os judeus praticam usura porque não consideram os cristãos seus irmãos, mas membros de uma seita dissidente que aceita Jesus como messias. E neste ponto a economia nasceu descristianizada, apesar de o país ter nascido nobre, por conta de a terra ter sido batizada na primeira missa, o que faz do descobrimento um desdobramento daquilo que foi edificado em Ourique.
5.1) Em A Ética Protestante e O Espírito do Capitalismo, a cultura protestante é fortemente relacionada a essa visão judaizante.
5.2) Isso se deve ao fato de que eles dividem o mundo entre eleitos e condenados e o eleito é aquele que é rico. Como todos querem ser ricos, então todos buscam o trabalho ou a burla. Ou a combinação de ambos.
5.3) E foi aí que a liberdade passou a ser voltada para o nada já que a santidade não estava sendo buscada por meio de um trabalho, de uma atividade organizada de modo a ajudar os que necessitam, mas a riqueza enquanto sinal de salvação por força do mérito próprio. E foi neste ponto que a produção de riqueza, que deveria se voltada de modo a se tomar o país como um lar, passou a ser dissociada da ética, o que cria sistemáticos conflitos entre as classes profissionais e não concórdia, como naturalmente se espera num mundo que vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.
6) Essa contradição de economia descristianizada e nação nobre oriunda do que foi fundado em Ourique é algo que deve ser levado em conta, quando estudarmos os problemas brasileiros que impedem com que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo, pois é da descristianização que vemos o país ser tomado como se fosse religião em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Pois é do amor ao dinheiro que se concentra o poder de usar gozar e dispor em poucas mãos, já que é por meio do abuso do poder econômico que se tem corrupção e perversão de todas as instituições que edificam o senso de nacionidade da terra.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 22 de junho de 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário