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segunda-feira, 26 de junho de 2017

Notas sobre a relação entre Filosofia e História - o caso do pau-brasil

1) Em História, documento é monumento. Os fatos devem ser narrados da forma como estão registrados nos documentos - isso se vierem de cronistas do reino de Portugal; como eram diplomatas a serviço da coroa, eles não podiam mentir ao Rei, sob pena de lesa-majestade (o que prepara o caminho para um crime de lesa-pátria). E como todo funcionário público, o diplomata registra os fatos, certifica e dá fé às coisas. Por isso, você pode tomar estes fatos como se fossem coisa, já que a Coroa está servindo a Cristo, tal como se deu em Ourique.

2.1) De posse de toda a documentação, você poderá desenhar uma cenário do que aconteceu, seja para o bem, seja para o mal.

2.2) O que é bom, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus, precisa ser conservado, pois é conveniente e sensato fazer isso, uma vez que podemos ver o cordeiro sendo imolado de modo a nos salvar dos nossos pecados - e foi do sacrifício definitivo do cordeiro que passamos a ter a verdadeira liberdade fundada na caridade - o verdadeiro liberalismo, em que se conserva a memória da dor de Cristo por meio da eucarisitia.

2.3.1) O que é ruim precisa ser consertado. Exemplo: se o negócio de pau-brasil, da forma como foi organizado, gerou uma má consciência que povoou o imaginário da pátria durante séculos e que perdura até hoje, então essa má consciência precisa ser reformada - e não justificada, como fazem os marxistas. Aqui entra a lição de Heródoto de que é preciso conhecer os erros do passado de modo a modificarmos o presente e não cometermos os mesmos erros no futuro.

2.3.2) Embora exista a anilina, um corante sintético que cria o mesmo vermelho produzido pelo pau-brasil, a árvore tem sua utilidade para a produção de violinos de excelente qualidade. E a música erudita necessita de violinos de boa qualidade de modo a que a alta cultura possa prosperar enquanto atividade organizada e servir seus semelhantes na verdade e na conformidade com o Todo que vem de Deus, pois o que é belo sempre aponta para Deus.

2.3.3) Por isso, é conveniente e sensato reflorestar o país com pau-brasil e explorá-lo de maneira racional, por meio de manejo florestal, de modo a favorecer o desenvolvimento desta atividade organizada, pois isso pode fazer com que o país seja tomado como se fosse um lar, ao usar seu símbolo mais importante de modo a conseguir divisas importantes. Trata-se de uma atividade organizada moralizante e favorece um ciclo de capitalização moral, coisa que nos prepara para a pátria definitiva, que se dá no Céu. 

2.3.4) Como é uma atividade voltada para as futuras gerações, isso faz com que possamos esperar dois ciclos de Kondratiev (dois ciclos de 60 anos, dois ciclos de relação entre pai e filho) de modo que possamos abater um certo número de árvores que nos serão necessárias para atender a necessidade humana por música erudita, que é uma necessidade massificada, dado que leva ao consumismo, a uma liberdade voltada para o nada, fundada no aproveitamento das coisas ser igualmente voltado para o nada, por conta de ser altamente predatório.
José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de junho de 2017.

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