1) O comunista, assim como todo revolucionário, se preocupa é com a obra feita - e a obra feita é que nem obra de Igreja: leva muitos anos até ficar pronta. A diferença é que a obra de Igreja se funda numa liberdade fundada na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus, enquanto a obra revolucionária é fundada numa liberdade voltada para o nada, coisa que se funda no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, o que é uma marca de rebeldia, própria do pecado original.
2.1) Um bom exercício para se desenvolver a disciplina, tão necessária para projetos de longo prazo, é a digitalização artesanal. Nela, não há prazos - seu objetivo aqui é converter um livro físico em uma versão digital.
2.2) E isso é uma espécie de bricolagem, um faça-você-mesmo. No começo, você fará digitalizações toscas - os livros sairão curvados; a iluminação às vezes sairá ruim, já que você não domina a luz direito, e uma página sairá maior do que a outra, uma vez que você não conhece softwares especializados nisso, como o pix resizer. Mas, a partir do momento em que você domina a técnica, você deixa as páginas dos livros todas retas e tudo vai ficando perfeito. E a digitalização artesanal vai ficando tão boa quanto as digitalizações do Internet Archive (as do google books são uma verdadeira porcaria, diga-se de passagem)
3.1) Enfim, se você não tiver a paciência de um artista de modo a fazer uma obra-prima, você nunca vai concluir a obra.
3.2) O segredo para trocar a apatria - e o imediatismo próprio desse comportamento, que é hedonista e materialista - pelo senso de tomar o país como um lar em Cristo é que você deve ter paciência, pois é urgente paciência. Você precisa fazer algum tipo de arte (pode ser pintar, fazer jardinagem, alguma marcenaria, escrever, digitalizar, o que for) ,enquanto você faz ciência de modo a chegar a verdade e restaurar aquilo que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus.
3.3) Saiba também que você deve consagrar a sua atividade, que é a extensão do seu ser, ao Sagrado Coração de Jesus, assim como ao Sagrado Coração de Maria. Se isso não for feito, nada faz sentido, uma vez que a paciência é a prática da esperança de que algo de bom vai ser edificado naquilo que você faz de melhor tendo por guia o Santo Espírito de Deus.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 10 de junho de 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário