1) Uma coisa é certa: quem se preocupa com o meu sustento é o que menos vai me apoiar neste trabalho que faço.
2) Deixei este trabalho nas mãos de Deus. Os que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento são os que me sustentam. Afinal, a amizade é a base da sociedade política, como diz Aristóteles. E a cultura que edifico é uma expressão dessa política.
3) Quando a verdade está sendo retirada da ordem pública, as sementes da contra-revolução necessitam ser semeadas e cultivadas na catacumba.
4) É como plantar carvalhos: é demorado, mas os resultados virão. Estou neste trabalho há 4 anos. Não vem da noite pro dia.
5) Começo comprando meus livros. Com o tempo, poderei me sustentar. O ideal era para eu ter começado cedo, com 20 e poucos anos, mas eu só me libertei dos compromissos estudantis aos 31. Meu trabalho só não começou em 2013 como pretendia porque tinha uma namorada que me atrapalhava nesse meu projeto. E quando ela votou no Freixo, rompi com ela de vez. Afinal, ninguém sabota os meus projetos! Por isso que terminei com ela.
6.1) Lembro, em uma das postagens que compartilhei para o meu mural de facebook, que a situação cultural está tão ruim que a renovação deve vir de fora para dentro da academia. E este trabalho só pode ser feito por meio de intelectuais independentes, tal como o Olavo - ou mesmo eu, ainda que em início de carreira.
6.2) O Brasil nunca teve intelectuais independentes - e o exemplo de vida do Olavo, que se tornou o maior pensador vivo do Brasil sem ter feito uma graduação sequer, é um exemplo que me inspira.
6.3) Eu passei pela vida acadêmica e ela foi uma completa desgraça - desenvolvi depressão. Estou bem melhor dela, mas eu tendo a passar muito mal quando lido com pessoas cuja visão de mundo está muito presa àquilo que a esquerdireita costuma pregar abertamente: liberalismo econômico e valores fundados na ética protestante e no espírito do capitalismo, valores esses que não são católicos.
7.1) Como disse certa ocasião, o que não é conforme o Todo que vem de Deus não é correto e nem nobre. E até onde sei, o verdadeiro conservador conserva a dor de Cristo, pois sabe que a verdadeira Igreja de Deus vive em conformidade com o Todo que vem d'Ele.
7.2) E o trabalho humano se funda nisso, pois Deus sabe das minhas necessidades. Como foi dito pelo próprio Cristo, só os pagãos é que se preocupam com a idéia de sustento, pois é da idéia de sustento que vem o senso de acumulação de capitais e a conseqüente concentração de bens em poucas mãos, o que causa conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida, fundada na ganância ou no egoísmo.
7.3) E como Thomas Dresch disse, a economia vai contra a doutrina social da Igreja, pois o fundamento da economia é a escassez, a guerra pela sobrevivência, em que o homem é lobo do próprio livre, o que é fora de Cristo.
8.1) Meus pares compreendem meu drama, pois sabem que meu jeito de ser não se enquadra neste mundo descristianizado. Sou de família estruturada e prezo uma vida estruturada - e o que temos é uma sociedade de famílias desestruturadas.
8.2) É como viver numa choupana prestes a desabar. E neste ponto, eu me sinto um inútil, pois não me enquadro num papel social de modo a ter o meu sustento. Eu sou um ser sincero e não sei fingir ser o que não sou. Como não sei fingir, não sou picareta. E o pior é que a alma do povo anda tão deformada que não enxergam uma pessoa virtuosa nem de perto.
8.3) Eis o problema de não se cultivar as virtudes heróicas nesta terra - e ao optar pela catacumba, eu optei pelo heroísmo, pela ordem econômica fundada nas virtudes heróicas, fundada no fato de se tomar o país como um lar em Cristo. E isso não se faz amando mais o dinheiro do que a Deus.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 7 de junho de 2017.
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