1) Ainda que me convidem para ir tomar um café na Confeitaria Colombo e que paguem minha conta, eu me sentiria desconfortável. Os preços aqui no Rio estão tão fora da realidade que acho que não vale a pena gastar dinheiro em algo que nem sempre é de qualidade - principalmente, num mundo onde se ama mais o dinheiro do que as pessoas. Em 2012, quando eu fui ao CCBB com a minha então namorada, Cecília Botafogo, eu fiquei horrorizado com o preço da água mineral. Algo muito simples estava custando os olhos da cara - mesmo eu rachando a conta, eu não me conformei com isso.
2) Se eu tivesse condições financeiras, eu moraria na minha própria casa e faria mais ou menos como minha mãe faz, aqui em casa - eu preparava meu próprio pão, cultivaria os ingredientes para usar na cozinha e ainda tentaria ter uma fazendinha onde pudesse ter meu próprio leite e outras coisas de que necessitasse. Se tivesse sobra, eu procuraria trocar o excedente da minha produção por outras coisas que meus amigos produzissem. Além disso, tentaria comprar as coisas sempre na promoção, de modo que pudesse comer do bom e do melhor, no conforto de meu lar, sem ter que pagar muito caro por isso.
3) Pelo menos, melhoraria não só a minha própria vida, como também a vida dos que estão ao meu redor. Por isso que tenho asco do capitalismo, dessa ordem fundada na impessoalidade e no amor ao dinheiro. Enfim, tudo o que nasce da ética protestante é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus - eu sou católico e quero viver a minha vida dentro da conformidade com Todo que vem de Deus. Por isso, eu estou vencendo a preguiça e trabalhando da melhor forma que posso: escrevendo muito. Quem sabe um dia eu não consiga o que tanto desejo?
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2015 (data da postagem original).
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