1) O modelo de concorrência perfeita é só um modelo - um esquema abstrato feito ao se tomar um determinado fato como se fosse coisa. Tal descrição se funda num reducionismo a termos mais simples, sem imaginar a guerra cultural que ocorre lá fora.
2) A realidade é que a concorrência é imperfeita, pois os homens são imperfeitos - há empresários criminosos e empresários honestos. Uns buscarão o monopólio através de práticas criminosas - os honestos, eventualmente, terão o monopólio, seja porque no momento não há concorrente, ou seja porque ele é tão confiável, tão prestativo e tão honesto que, para se entrar nesse mercado, o concorrente terá que fazer um serviço melhor do que ele ou aproveitar as eventuais falhas dele.
3) O modelo de concorrência perfeito atende a uma realidade fundada numa economia massificada, onde os homens são substituíveis uns pelos outros. Ele parte do pressuposto que o homem é uma folha de papel, tal como pensado por Locke - e os acordos feitos por homens desse naipe são presumidamente justos, conforme o bom direito - supondo que tudo isso esteja dentro da lei da boa razão.
4) Os liberais estão fora da realidade. E nós devemos estudar a realidade, antes de estudarmos as coisas.
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