Quando o governo gasta mais do que arrecada, ele precisa se financiar no mercado de crédito para cobrir seu déficit. Para isso, emite títulos públicos. Esses títulos competem pelo capital dos investidores que, em um cenário de equilíbrio fiscal, poderiam direcionar seus recursos para empréstimos a empresas ou investimentos no setor produtivo. Com déficits recorrentes, o governo precisa oferecer rentabilidades mais altas para conseguir vender seus papéis. Assim, os juros sobem, encarecendo o crédito em toda a economia.
O custo mais elevado do capital impacta diretamente as empresas: financiar projetos, expandir operações ou mesmo rolar dívidas existentes se torna mais caro. Muitos investimentos deixam de ser viáveis, e empresas mais frágeis, com margens apertadas ou elevado nível de endividamento, podem quebrar ou desistir de novos projetos.
Em um ambiente de juros estruturalmente elevados, há menos inovação, menos investimento produtivo, menor crescimento econômico e menor geração de emprego e renda. Para interromper esse processo de asfixia da iniciativa privada, é fundamental que o governo controle seus gastos.
Paulo Guedes
Economista, PhD pela Universidade de Chicago
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