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sábado, 19 de abril de 2025

O socialismo árabe como fusão da mentira teológica e ideológica: uma crítica à política do engano

Enunciado

 "No Islamismo, ‘deus’ manda mentir em nome da expansão do Islã. No Comunismo, mente-se em nome da verdade. Logo, o socialismo árabe reúne o pior dos dois mundos."

Introdução

Ao longo do século XX, dois sistemas de pensamento se destacaram como promotores de projetos políticos de alcance global: o Islã político e o comunismo revolucionário. Ambos, em diferentes contextos, instrumentalizaram a mentira como ferramenta de expansão, seja no plano religioso, seja no plano histórico-material. Quando esses sistemas se encontraram e se fundiram sob o rótulo de socialismo árabe, surgiu uma forma de governo que, longe de representar uma síntese dialética positiva, passou a combinar o pior de duas tradições totalitárias: a mentira religiosa justificada por Deus e a mentira política justificada pela História.

1. A Mentira Justificada no Islamismo Político

O conceito de taqiyya (تقیة) — embora originalmente restrito ao contexto xiita — passou a ser reinterpretado por grupos islâmicos radicais como uma licença religiosa para mentir aos “infiéis” em nome da jihad. Essa distorção é característica de movimentos como a Irmandade Muçulmana, Al-Qaeda e o Estado Islâmico, cujos membros frequentemente utilizam o artifício da dissimulação com o objetivo de expandir a umma (comunidade islâmica) e enfraquecer seus inimigos.

“A guerra é engano” — Hadith de Bukhari (Volume 4, Livro 52, Número 269)

Essa prática, embora não aceita por todos os muçulmanos, serve de base teológica para regimes como o Irã pós-revolução de 1979 ou mesmo para a retórica de certos líderes sunitas em contextos de guerra cultural e religiosa.

Bibliografia:

  • Ibn Warraq, Why I Am Not a Muslim

  • Bernard Lewis, The Crisis of Islam

  • Bat Ye'or, The Dhimmi: Jews and Christians Under Islam

2. A Mentira Justificada no Comunismo

No comunismo marxista-leninista, a mentira não é apenas tolerada, mas elevada à condição de instrumento da dialética histórica. A verdade deixa de ser objetiva ou moral e passa a ser determinada pelos interesses do partido. A mentira, portanto, é válida desde que sirva à causa revolucionária.

“A moral comunista é aquela que serve à luta de classes.” — Vladimir Lenin

A propaganda soviética, as confissões forçadas nos julgamentos de Moscou, os documentos falsificados e os dados manipulados do PIB são exemplos históricos desse uso sistemático da mentira como método de governo.

Bibliografia:

  • Aleksandr Solzhenitsyn, O Arquipélago Gulag

  • George Orwell, 1984

  • Alain Besançon, A Infelicidade do Século

  • Richard Pipes, A História do Comunismo

3. O Socialismo Árabe: Síntese Infernal

O socialismo árabe emergiu na década de 1950 como tentativa de combinar o pan-arabismo com o socialismo marxista, numa luta tanto contra o imperialismo ocidental quanto contra a fragmentação dos Estados árabes. Figuras como Gamal Abdel Nasser (Egito), Michel Aflaq (Síria/Iraque) e Saddam Hussein foram seus principais articuladores. O partido Baath, fundado por Aflaq (um cristão árabe), pretendia unir os povos árabes num só corpo político, inspirado na utopia socialista.

Porém, ao invés de produzir um novo paradigma civilizacional, o socialismo árabe:

  • Manipulou o Islã para fins políticos, mantendo uma fachada religiosa.

  • Adotou a mentira revolucionária marxista como política de Estado.

  • Oprimiu minorias, aniquilou a dissidência e cultivou o culto à personalidade.

O resultado foi uma ditadura travestida de libertação, onde a verdade desaparece entre dois monstros: um “deus” que permite a mentira e um “partido” que mente em nome da verdade.

Bibliografia:

  • Fouad Ajami, The Arab Predicament

  • Patrick Seale, Asad: The Struggle for the Middle East

  • Samuel Huntington, O Choque de Civilizações

  • Albert Hourani, A History of the Arab Peoples

Conclusão

O enunciado que dá origem a este artigo expressa de forma lapidar uma realidade política ignorada por muitos: o socialismo árabe não representa uma fusão virtuosa entre o pensamento religioso e o revolucionário, mas sim a reunião de suas perversões mais profundas. Nele, a mentira é elevada a norma tanto pela fé quanto pela ideologia. Esse regime, ao fazer do engano o alicerce da ordem social, termina por destruir a liberdade, a responsabilidade e a verdade — os três pilares de qualquer civilização humana digna desse nome.

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