Pesquisar este blog

sábado, 26 de abril de 2025

Do amor que nasce da admiração: a arte de conhecer uma professora

Em tempos em que os encontros amorosos muitas vezes se dão em ambientes barulhentos, apressados e desprovidos de verdadeira profundidade, há ainda aqueles que preferem seguir um caminho mais discreto, mais nobre — o caminho da admiração. Para alguns, a verdadeira conquista de um coração não começa com palavras sedutoras ou gestos ousados, mas com o mais silencioso dos gestos: a escuta atenta.

Se eu conhecesse uma professora que despertasse em mim não apenas o olhar, mas o espírito, eu não marcaria com ela um encontro num cinema ou numa praça, como fazem a maioria dos casais. Ao contrário, meu desejo seria, discretamente, participar de uma de suas aulas. Não para ser notado, não para me promover, mas para me fazer, antes de tudo, seu aluno.

A verdadeira mulher que me atrairia não seria apenas bela no semblante — ainda que, para mim, a beleza física também tenha seu lugar. Ela seria, sobretudo, luminosa na alma. Seria alguém capaz de transmitir conhecimento, de iluminar realidades, de formar inteligências e corações nos méritos de Cristo.

Num mundo em que o brilho exterior é muitas vezes celebrado acima de qualquer outra coisa, o meu coração se voltaria para aquela que, mesmo tendo potencial de ser modelo ou atriz de cinema, escolheu o ofício da educação. E mais: escolheu a missão silenciosa de cultivar almas, com paciência, com sacrifício, com amor pela verdade.

Ao assistir sua aula, eu não buscaria, em primeiro lugar, seus traços delicados ou seu sorriso, mas sim suas palavras, seus gestos ao ensinar, sua paixão discreta pela sabedoria. Eu me perguntaria: "O que posso aprender com ela? Em que ela me torna melhor? Ela me aproxima de Cristo?"

Se ao final da aula eu sentisse que, de fato, fui enriquecido em espírito, que algo em mim foi elevado, então brotaria em mim não apenas a gratidão própria de um aluno, mas também o princípio de um amor verdadeiro — aquele que nasce da admiração, da reverência pela beleza interior que transcende o mero olhar.

Desde muito jovem, ainda em 1995, vejo o ambiente intelectual como um ambiente romântico. Não um romantismo barato, mas um romance da alma, que se apaixona pela grandeza do espírito e pela generosidade da inteligência. Por isso, a tendência natural do meu coração é amar uma mulher que seja professora — ou polonesa, pela profundidade cultural que admiro. Se for ambas as coisas, tanto melhor: será uma união de vocação e destino, uma promessa de fecundidade espiritual e de serviço mútuo a Deus.

Amar, assim, é antes de tudo conhecer — e conhecer no sentido mais elevado, que é o de reconhecer o valor eterno da pessoa amada. É tornar-se seu discípulo, antes de querer ser seu esposo. É servir à verdade juntos, como dois que se completam não apenas no afeto, mas na missão de se santificarem, um ao lado do outro, nos méritos de Cristo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário