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sábado, 26 de abril de 2025

Como o empoderamento feminino e a cultura de tratar as relações entre os sexos como sendo luta de classes criou um ambiente jurídico arriscado para o homem que deseja tomar a inciativa de construir um relacionamento amoroso com uma mulher

Nos últimos anos, a dinâmica de relacionamentos entre homens e mulheres tem mudado drasticamente, especialmente em ambientes como universidades e locais de trabalho. Uma das maiores mudanças tem sido a diminuição da iniciativa masculina na paquera, algo que gera debates sobre os fatores que contribuíram para essa transformação. Em um bate-papo recente, uma dentista sérvio-croata mencionou que os homens não estão mais tomando a iniciativa de conquistar as mulheres, sugerindo que isso é um reflexo das mudanças nas relações sociais e de gênero. Eu, pessoalmente, compartilhei com ela uma experiência de vida que, acredito, exemplifica um dos principais motivos dessa mudança: o risco jurídico envolvido em um simples ato de aproximação.

A Dinâmica de Paquera nas Décadas Passadas

Nos anos 2000, quando cursava Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF), eu tentava ativamente me aproximar de algumas moças na faculdade. No entanto, na maioria das vezes, acabava descobrindo que elas já estavam em relacionamentos ou, em outros casos, encontrava algum tipo de obstáculo para estabelecer uma conexão. Era um tempo em que, ainda que houvesse desafios e receios, a iniciativa masculina na paquera não carregava o peso de um risco tão grande como o que vemos atualmente.

No entanto, ao longo dos anos, especialmente com a ascensão do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder em 2002, e o crescimento do discurso sobre empoderamento feminino, a dinâmica da paquera e dos relacionamentos foi profundamente alterada. O ambiente social tornou-se mais polarizado, e, com isso, a aproximação entre homens e mulheres começou a ser tratada de maneira diferente — especialmente no que tange ao consentimento, à comunicação e às expectativas que envolvem o desejo e o flerte.

A Criminalização da Paquera e o Empoderamento Feminino

O que antes era um simples ato de interesse, como iniciar uma conversa ou dar um elogio a uma mulher, passou a ser encarado com extrema cautela, principalmente por parte dos homens. Em um cenário onde a cultura do "empoderamento feminino" ganhou força, a liberdade de expressão de uma mulher — especialmente no contexto de uma relação de poder entre os sexos — muitas vezes é vista como superior à do homem, o que pode resultar em acusações infundadas, mas com sérias consequências.

No Brasil, em particular, desde que o PT assumiu o governo, houve um aumento do discurso que coloca o homem como o opressor e a mulher como a vítima em várias situações cotidianas, incluindo as de relacionamento. Embora muitos dos princípios por trás desse movimento possam ter uma base legítima, como a luta contra o machismo e a violência de gênero, o lado negativo dessa cultura foi a inversão de ônus da prova, especialmente quando se trata de alegações de abuso ou assédio.

Em termos práticos, isso significa que um homem, ao tentar dar um simples passo em direção a uma mulher — seja através de um elogio, uma conversa ou até uma aproximação mais direta — corre o risco de ser interpretado de maneira errada. Caso a mulher se sinta desconfortável ou não concorde com a interação, o homem pode enfrentar acusações de assédio ou, em casos mais graves, de estupro, especialmente em um contexto onde a palavra da mulher é muitas vezes tratada como incontestável.

O Perigo das Acusações de Assédio

No atual cenário jurídico e social, a palavra de uma mulher muitas vezes prevalece, o que pode resultar em sérias consequências para os homens, mesmo quando não há nenhuma intenção criminosa por parte deles. A cultura de empoderamento feminino e a luta contra o assédio acabaram, paradoxalmente, criando um ambiente onde um simples gesto de paquera pode ser interpretado como uma agressão. A violência simbólica que existe na construção dessas narrativas culturais coloca o homem em uma posição vulnerável, onde ele se vê forçado a adotar uma postura de cautela extrema.

Não é raro que, caso um homem não tome o devido cuidado em discernir as intenções e as opiniões políticas da mulher com quem está interagindo, ele possa ser acusado de qualquer coisa — com o risco de perder seus bons antecedentes criminais e sua reputação. Em muitos casos, as alegações podem não ser verídicas, mas a "cultura do empoderamento" tem colocado o homem em um terreno perigoso onde, mesmo com as melhores intenções, ele acaba sendo julgado e condenado antes mesmo de uma investigação justa.

A Necessidade de Prudência

Diante desse cenário, a prudência se tornou uma necessidade. O simples ato de tentar conquistar uma mulher, antes uma experiência de descoberta e alegria, agora é encarado como um campo minado, onde o homem precisa tomar cuidado para não pisar em falso. Isso se reflete em uma crescente falta de iniciativa por parte dos homens em várias situações, não apenas nas universidades, mas em diversos ambientes sociais. Eles se sentem inseguros e, em muitos casos, preferem não se arriscar a iniciar um contato ou a se aproximar de uma mulher, temendo as consequências legais e sociais que podem surgir de um simples mal-entendido.

Conclusão

A falta de iniciativa masculina na paquera, muitas vezes discutida em vários círculos sociais, é um reflexo de um ambiente cultural e jurídico altamente carregado e inseguro. O risco de ser mal interpretado, especialmente em um momento onde as relações de poder entre os sexos estão em constante debate, tem feito com que muitos homens optem por se afastar da interação direta. A "criminalização" da paquera, alimentada por uma cultura que prioriza o empoderamento feminino, resultou em uma inversão de valores e responsabilidades, onde o medo de acusações infundadas se tornou maior que a própria busca por um relacionamento.

Por fim, a prudência e o cuidado ao se aproximar de alguém tornaram-se, para muitos, uma maneira de se proteger em um mundo onde as leis e as normas sociais nem sempre estão do lado da boa-fé e da comunicação mútua. E, como sempre, é essencial lembrar que a liberdade de um não deve ser confundida com a opressão do outro, e que é possível criar um espaço de respeito e harmonia, onde ambos os gêneros possam se sentir seguros e respeitados.

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