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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Para quem ama o saber, as verdadeiras perguntas que desvendam o que foi coberto com um véu de mistério estão nas próprias coisas que investigamos, pois Deus fala por meio de palavras, atos e coisas.

1.1) Alguns perguntam com o intuito de descobrir as coisas, como que por curiosidade. Como essa curiosidade nem sempre se funda em buscar a Cristo, então ela termina sempre virando fofoca, o que faz com que a sondagem tenha sempre fins vazios.

1.2) Talvez seja por conta disso que tenha aprendido a parar de fazer perguntas - talvez Deus estivesse me testando para ver se era fofoqueiro ou não. Como não sou, eu me abstive de faze perguntas.

1.3) O que faço, pois, é responder a perguntas implícitas que decorrem de fatos objetivos, já que estou vendo o ouvinte onisciente na pessoa com a qual dialogo e respondo a ele, já que este está diante de mim, de modo a saber do que fui feito. E é este o verdadeiro fundamento para ser sincero, já que devemos amar a Deus em todas as coisas, sobretudo naqueles com quem conversamos.

2.1) Quando respondo às perguntas implícitas que estão nas palavras, atos e coisas, eu estou compondo um ato de justiça, já que justiça pressupõe ver a verdade contida nas ações humanas de modo a se dar o que se pede dentro daquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

2.2) É preciso muita sensibilidade de modo a ver quais são as verdadeiras questões por trás de cada fato que vemos e que não vemos. E são essas perguntas, fundadas no amor ao saber, que devem ser feitas de modo que aquilo que foi coberto com um véu por Deus seja revelado.

3) Não é preciso que eu externalize as perguntas, como querem os positivistas, já que a pergunta retórica é de certo modo um tipo de vaidade. Uma alma que busca o saber é capaz de ver duas vezes melhor, pois vê e o que não se vê - e isso basta.

José Octavio Dettmann

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