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domingo, 8 de abril de 2018

Notas sobre a guerra de narrativas que virá

1) Para se neutralizar a narrativa do Messias de esquerda, será preciso uma narrativa fundada no Messias verdadeiro. Pelo que venho observando, o antídoto natural para o comunismo, para essa religião política fundada no fato de que Lula é o Messias, é aquilo que decorre de Ourique, já que o Brasil secedido não dispõe de cultura verdadeira, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, para enfrentar a cultura comunista. Afinal, o Brasil desde 1822 é essencialmente anticristão, uma obra maçônica.

2.1) Cristo mandou os portugueses irem servir a Ele em terras distantes. A partir do momento em que o Brasil foi secedido e passou a ser tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra Ele, preparou-se todo um caminho para a chegada desse Messias da esquerda.

2.2) Esse "Antigo Testamento" do lulismo começa no centralismo, pois tudo estava centrado na figura do Imperador, já que o Brasil foi destinado a ser o império dos Impérios do mundo, fundado no amor de si até o desprezo de Deus - e a soteriologia está na salvação por meio do Estado tomado como se fosse religião, que é a mais alta das realizações humanas, segundo Hegel. Isso dinamitou o federalismo pleno que havia na antiga monarquia portuguesa.

3.1) A figura do Imperador foi descartada, pois o carisma messiânico do Imperador foi transferido, em tese, para as instituições - eis a razão de ser da monarquia presidencial e seu absolutismo republicano: o presidente passa, as instituições ficam. Como os ministros da Suprema Corte tendem a permanecer com o passar das presidências, então haverá ditadura do judiciário, que é a personificação viva do carisma institucionalizado.

3.2) Foram muitos anos de despotismo, muitos anos onde os oligarcas e os populistas brigaram pelo poder, a ponto de os militares inferirem e reescreverem a constituição, a ponto de tudo começar do zero, como se nada tivesse acontecido. 
 
3.3.1) Como a ordem jurídica do país era resetada uma vez a cada 30 anos, então todo o carisma messiânico migrou, na verdade, para a pessoa dos presidentes, já que não havia instituições, que eram criadas e extintas da noite para o dia, segundo as conveniências do presidente tomado como Messias, pois cada constituição escrita era fundada num salvacionismo de ocasião. 

3.3.2) Surgiram figuras messiânicas como Getúlio, Jânio, Jango, e JK - todas elas puseram o país em convulsão social, por conta de seus poderes absolutos e suas promessas grandiloqüentes, fundadas no país tomado como se fosse religião, como podemos ver na promessa de avançar o Brasil 50 em 5, que resultou na fundação daquele trambolho chamado Brasília.

3.4) A partir do momento em que a esquerda passou a se infiltrar e a exercer influência nas universidades, na Igreja Católica, na imprensa e nas escolas, um Messias definitivo surgiu: Lula. E com ele, a glamourização da ignorância. 
 
3.5.1) Na República maçônica, fundada no amor de si até o desprezo de Deus, o Chefe de Estado espelha o que há de pior no povo. 

3.5.2) Lula é o arquétipo mais perfeito e acabado do que há de pior em nós. Ele é a síntese perfeita de todos os presidentes que usaram a faixa presidencial. Podemos dizer que chegamos ao fundo do poço com ele; foi o ápice dessa fase de decadência, que dura desde que o Brasil rompeu com Portugal, com aquilo que se fundou em Ourique.

4.1) Uma vez compreendida a História do Brasil da secessão até Lula, a restauração do Brasil verdadeiro implicará a restauração do que se fundou em Ourique.

4.2) O período ocorrido entre 1822 até 2018 pode ser visto como uma Idade das Trevas. Ainda teremos uma rebarba dessa Idade das Trevas, pois Lula se tornou uma idéia e isso fará muitos se tornarem vítimas dessa farsa, a ponto de imitarem as feições desse falso Messias em termos de canalhice, baixeza e vilania.

4.3) Contra esse protótipo de Barrabás, a solução é Cristo. Um falso Messias só pode ser combatido com um Messias verdadeiro. E como D. Afonso Henriques é arquétipo do vassalo de Cristo, então todo bom chefe de Estado deve imitá-lo.

4.4) Como nossa circunstância é a República, então nós precisamos de um modelo de presidente que imite a D. Afonso Henriques na vassalagem, o que nos levaria a uma transição que deve ser feita de modo que a monarquia portuguesa seja restaurada - e esse exemplo pode ser visto na figura de Andrzej Duda, presidente da Polônia, já que este país de certo modo está atualizando aquilo que se fundou em Ourique. Enfim, não conheço modelo melhor em termos práticos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de abril de 2018.

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