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sábado, 28 de abril de 2018

Mais sobre a diferença entre bens concretos e bens imaginários em Aristóteles

1.1) Como já foi dito, Aristóteles apontou a diferença entre bens concretos e bens imaginários.

1.2.1) Os bens concretos atendem a necessidades humanas. 

1.2.2) Como o homem é criatura, essas necessidades atendidas também agradam ao Criador: Deus. Afinal, o ser humano não vive só de pão, mas também da palavra de Deus, pois são necessidades ordenadas, fundadas na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus, dado que preparam as coisas para a vida eterna.
1.3.1) Um bem imaginário se funda numa necessidade humana desordenada, fundada no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Exemplo disso é a produção de amuletos e ídolos - esses atendem a necessidades humanas desordenadas fundadas no amor de até o desprezo de Deus.
1.3.2) Até mesmo crianças para sacrifícios humanos são bens que atendem a essas necessidades humanas desordenadas, por isso mesmo bens ilícitos, pois atentam contra a Lei Eterna. Eis no que dá a economia humana puramente subjetiva - como cada um tem a sua própria verdade, então a tendência é se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.
2.1) Para necessidades humanas ordenadas, a produção organizada de bens deve ser ordenada, pois a fé verdadeira leva a uma boa razão para se fazer isso, levando-se a conservar o que é conveniente e sensato a ponto de isso apontar para aquilo que leva à conformidade com o Todo que vem de Deus.
2.2) Se a fonte de todas as riquezas decorre da terra, então da terra virá não só o alimento mas também as matérias-primas que precisarão ser transformadas de modo a se criar os bens de consumo necessários para o atendimento das necessidades humanas. 

2.3) É como se fosse construída toda uma pirâmide que aponta diretamente para Deus, já que o homem d'Ele decorre. Organizar a casa de modo a que o país inteiro seja tomado como um lar em Cristo é parte da economia da salvação.
3.1) Quando se leva em conta o amor de si até o desprezo de Deus, o dinheiro se torna o padrão universal de valor, a ponto de ser uma espécie de salvação.
3.2.1) Num mundo dividido entre eleitos e condenados, a concentração de riqueza leva também à concentração dos poderes de usar, gozar e dispor em poucas mãos, a ponto de não admitir a edificação de uma nova ordem que combata a vilania dessas coisas fundadas no pecado.
3.2.2) Isso faz com que a colaboração, que prepara sistematicamente a todos para a vida eterna, se perverta numa competição, numa briga de morte em que uns tendem a ficar ricos à custa dos outros. E isso é libertar o corpo social da vida eterna, o que é um tipo de gnose - e neste ponto, o país será tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada estará fora dele ou contra ele.
3.2.3) Como a moeda deixa de ser símbolo de verdade, de justiça, então a produção de moeda tende a não ter lastro algum, a ponto de ser usada como um imposto indireto, na forma de imposto inflacionário. E isso explica o fato de as economias totalitárias serem economias de hiperinflação, a ponto de tudo entrar em colapso, pois o comunismo decorre da liberdade voltada para o nada dos que buscam liberdade fora da verdade em Cristo, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, do verbo que fez carne.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de abril de 2018.

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