1) Certa ocasião, enquanto revia as conversas do Roberto Santos de modo a publicar em meu blog, eu vi uma pergunta direcionada a ele e que não fora respondida: os desejos miméticos constituem a base da economia?
2.1) Eu me lembro de uma frase de Milton Friedman no seu livro sobre Teoria dos Preços, um pouco de ter vendido esse livro pro meu amigo Rodrigo Arantes: embora a economia lide com a satisfação dos desejos, a origem dos desejos a serem satisfeitos tem explicação psicológica - e sobre ela, não podemos nos pronunciar.
2.2) Achei essa fala do Friedman bem fora da realidade; como diria Alexander von humboldt, tudo está interligado.
2.3) Acho que isso merece uma boa investigação, com base aquilo que René Girard tem dito.
3.1) Há certas coisas vão além do pão, pois o homem também necessita da palavra de Deus.
3.2) Isso mostra que não basta só o atendimento de necessidades concretas materiais, fisiológicas - é preciso levarmos em conta as necessidades espirituais, uma vez que a Santa Eucaristia é alimento para a alma de modo que o maior número possível de pessoas se sustente no caminho da verdade, que é Cristo. Essas necessidades são tão concretas quanto as necessidades fisiológicas porque elas se fundam na realidade das coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus.
3.3) Não é à toa que o dado mais importante da economia não é a riqueza, mas o atendimento de todas essas duas necessidades de modo que as pessoas estejam prontas para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu. Afinal, o dinheiro é uma ferramenta neste objetivo - se tivesse um fim em si mesmo, a liberdade servida seria voltada para o nada.
3.4.1) Tomar o país como um lar em Cristo implica produzir para atender a essas duas necessidades, uma vez que a riqueza será usada para a construção do bem comum tendo por conta o fato de amarmos e rejeitarmos as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.
3.4.2) Se a riqueza for vista como sinal de salvação, então a economia se torna uma falsa ciência.
3.4.3) Afinal, é impossível separar a organização da casa tomada como um lar em Cristo sem levarmos em conta o atendimento dos desejos que fazem o país ser tomado como uma escola que nos prepare para a pátria definitiva, que se dá no Céu. E, neste ponto, a opinião de pensadores como Milton Friedman está completamente errada.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 20 de abril de 2018.
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