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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O verdadeiro internacionismo nasce da comparação e do compartilhamento das diferentes experiências de se tomar o país como um lar

1) Se você quer saber quem foi o infeliz que deu liberdade para que os partidos de esquerda tivessem direito de participar da política nacional, a resposta está nos liberais.

2) Esses infames revolucionários ousaram buscar uma liberdade fundada na sabedoria humana, de tal modo que buscaram se libertar da liberdade que se dá em Cristo. Eles trocaram a liberdade concreta e boa por si mesma por uma liberdade abstrata e desconhecida, fundada no fato de que cada tem um a sua verdade. É do relativismo do moderado que nasce o absolutismo tirânico do totalitário, coisa que é incarnada no comunista.

2) Não há nos liberais e nos comunistas um elemento fundamental e constitucional, de tal modo que possam ser parte da pátria: os seus partidos não possuem índole nacional. Todos eles são internacionalistas - os liberais são pacifistas que buscam uma paz indiferente à noção daquilo que é bom e correto, em Cristo fundado, e os comunistas são beligerantes, que querem ver a todos escravos do Estado, livre de toda a sorte de religião (sobretudo a Cristã).

3) E como é possível ser internacionalista abstraindo ilusões e matando a nacionidade de povos inteiros? Isso é impossível - esse internacionalismo tanto dos comunistas quanto dos liberais, que tentam matar a figura do Estado - que colabora com a Igreja no trato de servir ordem a todos os que necessitam de ordem -, é na verdade apatria sistemática.

4) Devemos estudar os diferentes sensos de se tomar o país como um lar. Devemos buscar o internacionismo e não o internacionalismo.

5) O internacionismo exige que as diferentes circunstâncias que moldam o senso de se tomar o país como um lar sejam compartilhadas enquanto uma experiência viva, enquanto um dado da realidade - isso é feito de tal modo a que os erros de um povo em um determinado lugar e circunstância não sejam repetidos por outro em outra época e em outra circunstância, quando se lida com algum problema social semelhante que possa dar causa a que um país deixe de ser tomado como um lar e que passe a ser tomado como se fosse religião, de modo a estar fora da conformidade com o todo de Deus. O estudo dessas experiências distribui a noção de liberdade que se dá em Cristo, fomentando noções de aliança e de cooperação entre os povos, de tal modo a que possam se desenvolver e se ajudar mutuamente, amando tudo o que Cristo ensinou e rejeitando tudo aquilo que Cristo rejeitou ou que rejeita a Cristo por si mesmo.

5) O compartilhamento e o estudo sistemático dessas diferenças leva os países, em razão de sermos todos irmãos em Cristo, a trocarem a suas eventuais rivalidades por algo maior e que dê causa à unidade, de tal modo que essas diferenças sejam reconciliadas em torno de algo que é maior do que nós mesmos: esse elemento unificador é Cristo Jesus, que é o príncipe da paz.

5) Não existe internacionismo sem haver uma base comum pela qual se deva comparar os diferentes modos e circunstâncias em que os países devam ser tomados como se fossem um lar e não como uma religião de Estado global. É por haver uma base comum de experiências que podem ser compartilhadas (desde aspectos da vida cotidiana, particular, à vida pública) que se pode afirmar, com propriedade, que há estudos internacionistas. Esses estudos  dependem de toda uma tradição civilizatória calcada numa noção de liberdade comum e natural, que se dá em Cristo. Fora de Cristo não há essa tradição, muito menos salvação.

7) Qualquer cosmopolitanismo fundado em abstração iluminista não passa de utopia. E qualquer debate nessa seara só produzirá centralismo e tirania, em âmbito global.

8) O processo de se tomar o país como um lar nunca será superado. No entanto, para reafirmá-lo é preciso combater o modo errado: o fato de se tomar o país como religião. Pois todo nacionalismo leva a um internacionalismo que dá causa à infame Nova Ordem Mundial.

9) Do mesmo modo como Marx decretou que a tirania deve ser plantada em cada país individualmente, o combate à tirania deve se dar do mesmo modo, até transbordar as fronteiras.

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