01) Estou digitalizando a História Constitucional do Brasil, do Aurelino Leal.
02) Logo na primeira página encontro algo que me remete a algo que escrevi, quando disse que não devemos pensar em independência do Brasil, mas em verdadeira secessão do Reino Unido (link pra postagem será postado mais tarde).
03) O sentido de independência do Brasil não pode ser interpretado à luz de um sentido absoluto, tal como os positivistas fizeram, pois esta interpretação radical pressupõe o risco, e a pretensão, de se criar algo a partir do zero, tal como se deu com a famigerada cultura de quinhentismo (de Brasil nascido em 1500, tal como encontramos em Oliveira Viana). É como vemos aqui: https://bncon.files.wordpress.com/2014/06/a-independc3aancia-nc3a3o-pode-ser-tomada-no-sentido-absoluto.pdf
04) Quanto mais se valoriza, de maneira aferrada, a idéia de um Brasil independente, mais o país é tomado como se fosse religião, a tal ponto que este se atrasa culturalmente e moralmente, dado que não incorpora os valores edificantes de outros povos, mas sim o que há de pior. E é o que acontece conosco.
05) Se observarmos bem, nós pensamos mais a política em termos franceses do que em termos propriamente brasileiros. Enfim, o fato é que a realidade política brasileira em nada lembra a circunstância que deu causa à fundação e à formação da pátria livre que queremos ser (e que muitos não conhecem, infelizmente)
06) Se estas circunstâncias fossem realmente observadas, só haveria de fato dois partidos: um partido brasileiro e um partido português, tal como se deu no Primeiro Reinado.
07) Os partidos teriam mais ou menos a estrutura do que são os partidos democrata e republicano nos EUA, mas a diferença é que não haveria uma guerra de facção, tão característica dos regimes republicanos e liberais.
08) Dada a nossa tradição de sermos um país católico, parlamentarista e monárquico, esses grupos colaborariam uns com os outros de modo a que o país fosse tomado como um lar, seja sendo um país independente mesmo ou como parte do reino unido a Portugal. A escolha de um ou outro caminho dependeria da forma como o país reagiria às circunstâncias que surgem ao longo da realidade internacional, mas todos eles passariam pelo crivo de que o país deve ser governado à luz da Aliança entre o Altar e o Trono.
09) A guerra de facção de uma república liberal é que dá causa à corrupção social, através do marxismo cultural. E não é à toa que o partido democrata optou pela tática marxista cultural de modo a ganhar o poder de maneira permanente lá nos EUA.
10) É graças ao poder moderador que os partidos não buscarão táticas desonestas de modo a tomar o poder de forma permanente, de modo a uns grupos terem poder sobre os outros e assim promover uma espoliação sistemática da pátria.
11) Estas são algumas ponderações que estive a fazer sobre uma das passagens do livro.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 07 de setembro de 2014.
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