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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Notas sobre as diferenças entre EUA e Brasil, quanto à fase de meio de mandato

1) EUA: renovação do Congresso no meio do mandato presidencial. Isso gera a impressão de que o Poder Moderador está na mãos do povo - o problema é que na democracia há o igualitarismo, em que o voto do idiota tem o mesmo peso do voto do esclarecido.

2) Brasil: mudança do Presidente da República no meio do mandato do senador. Resultado: alteração da relação institucional entre a União e os Estados, a ponto de gerar desequilíbrio do pacto federativo. Como os senadores são superdeputados eleitos pelo voto popular, então é a sujeição certeira do interesse dos Estados aos desígnios da Presidência.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Da importância de ver os filmes sob o ponto de vista da realidade do país produtor desse bem cultural

1) Antigamente, eu não assistia aos filmes porque a realidade retratada neles não tinha nada a ver com a realidade que eu vivia no Brasil. Para mim, isso era uma alienação e isso prejudicaria os meus estudos.

2) Tudo mudou quando comecei a assistir filmes sob o ponto de vista da cultura americana sem me sentir forçado a fazer o que todo mundo faz por modismo. Enquanto esperava alguns jogos de baseball começarem, eu via alguns filmes por streaming em inglês, sem legenda. Foi aí que tudo começou a me fazer sentido, pois se tratava de um tipo de imersão cultural, o que é perfeitamente aceitável, já que estou explorando a cultura americana naquilo que ela tem de melhor e que pode me ajudar a entender tanto aquela cultura particular quanto a entender o homem, dentro de sua dimensão universal, em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Os filmes que costumam ser exibidos no Brasil são exibidos em função do modismo, do consumismo o que acaba fazendo com que este produto cultural acabe sendo servido para o nada, edificando má consciência sistemática. Se a moda tem um quê de vanguarda, então a moda edifica mentalidade revolucionária, relativismo cultural - e isso fabrica apátridas, ao invés de cidadãos do mundo. E podemos dizer que uma das finalidades da Nova Ordem Mundial é fabricar apátridas sob a falsa noção de que são cidadãos do mundo - do mundo sem Deus, onde todas as religiões são boas e cada um tem a verdade que quiser.

4) Se os filmes no cinema fossem exibidos com um propósito específico, de modo a que as pessoas conhecessem de fato a cultura inglesa e os problemas da típicos da realidade americana, sem esteriotipá-la, seriam uma excelente ferramenta educacional, de modo a que o país também seja tomado como se fosse um lar, tal como devemos fazer com o Brasil, o que favoreceria uma política de boa vizinhança, já que somos do mesmo continente. Como tudo é fabricado com intuito comercial, então acaba sendo um verdadeiro desperdício de tempo e de dinheiro.

5) Enfim, a diplomacia cultural e a diplomacia comercial da América são a mesma coisa - a tal ponto que isso favorece a edificação da mentalidade revolucionária pelo mundo inteiro, de tal sorte que muitos passarão a odiar aquele país. Enfim, o verdadeiro inimigo que há na América mesmo é sua indústria cinematográfica, cheia de esquerdistas, fora toda uma tradição de relações internacionais mais voltada a misturar cultura e negócios, algo que se funda no amor ao dinheiro e que acaba servindo uma falsa realidade do país retratado.

6) Eis aí um exemplo que não deve ser imitado. A verdadeira América precisa ser descoberta com curiosidade e com esforço de quem deseja aprender as coisas, e isso se faz na seara individual - e esse desejo de aprender deve ser incentivado de uma maneira reservada; em geral, isso é feito pelos próprios pais, pelos bons amigos ou pelos professores. Quando isso é feito por agentes de mídia, que substituem esses três agentes, vira modismo e estupidifica a sociedade inteira, tal como é retratada nos filmes, pois muitos imitam algo que não tem nada a ver com a nossa realidade.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Como ter um bom saber empírico?

1) Mais importante do que ler é fazer com que o ensinamento fique sempre na própria carne e se articule com outros saberes que você vai internalizando na carne ao longo de uma vida inteira. Se não houver a presença do Jesus eucarístico em você, essa metanóia não ocorre, pois você não converterá conhecimento em sabedoria.

2) Não adianta ler sem meditar. E um dos segredos de uma boa meditação é estar em contemplação - Deus, através do Santo Espírito de Deus, te fará apreciar retamente todas as coisas. E as coisas se dão no tempo dele - e não no nosso.

3) Eu li muito durante a adolescência - tive toda uma vida pré-universitária para aprender o que precisava aprender, pois este foi o tempo para plantar. Adquiri muito conhecimento empírico, aprendendo pelos livros e observando a experiência de outros homens. Passei uma faculdade inteira sem ler - a coisa era tão corrida que mal tinha tempo para estudar direito e a empiria que adquiri me salvou de muita coisa.

4) Com a idade, e com a ajuda do Olavo, eu converti toda a minha experiência em História em experiência filosófica. Faz um tempo que não leio um livro completo, mas nem por isso sou um idiota completo. Graças ao conhecimento empírico e ao Santo Espírito de Deus, eu fui capaz de escrever quase 2400 artigos - artigos esses de qualidade, frutos de uma vida voltada a estudar a realidade e a contemplar a verdade dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus.

5) Tudo o que aprendo vem do que os meus pares falam. Eu aprendo tudo por osmose. Só me aproximo dos melhores e me afasto dos que são ricos em sabedoria humana dissociada da divina. É só isso - eis o meu segredo para se ter uma boa empiria.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de agosto de 2016 (data da postagem original).

Notas sobre uma passagem do livro a Riqueza das Nações que é fora da realidade

1) A explicação de Adam Smith de que não é da caridade do padeiro que temos o pão nosso de cada dia, mas do amor próprio que este tem ao seu negócio, à sua economia organizada, constitui um exemplo de algo que precisamos ver o que não se pode ver, tal como nos apontou Bastiat.

2) Cada homem é dotado de um dom - e este dom deve ser desenvolvido de modo a servir a seus semelhantes dentro da comunidade. Se a pessoa serve ao seu semelhante, este tem mais o direito de ser remunerado. E se ele me serve, é porque isso se funda no fato de que toma o consumidor de seus serviços como se fosse um irmão em Cristo.

3) Esta explicação de Adam Smith, que cria a virtude do egoísmo, é uma das mais detestáveis e heréticas que há. E não é à toa que o Papa São Pio X condenou a ordem fundada na "virtude" do egoísmo, pois isso faz com que a vida voltada a servir aos outros se torne uma prisão, uma vida sem sentido. Se eu sirvo aos outros por dinheiro, então sou um escravo do dinheiro - como o Estado é quem tem a autoridade de cunhar a moeda e coordenar os esforços da população em conjunto, no final das contas eu serei prisioneiro de um Estado totalitário, que toma o país como se fosse uma espécie de religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele. E não é à toa que o fascismo é o filho da liberdade voltada para o nada, um dos parentes do comunismo.

4) Eu mesmo, quando penso em dinheiro, eu me sinto uma pessoa atormentada - é algo bem diabólico. E nada é mais diabólico do que servir ao próximo com fins mercenários, pois o serviço a ser prestado tende a ser o pior possível, já que o dinheiro na mente atrapalha a excelência do serviço. E isso é psicológico - e isso é péssimo.

5) Isso que os libertários fazem se chama perversão da linguagem. Egoísmo não é altruísmo, da mesma forma que não posso fazer do meu "não" um "sim "e de meu "sim" um "não". O próprio Cristo já advertia sobre as conseqüências funestas disso, já que isso leva à insinceridade - o que causa a cultura da rescisão dos contratos, da mesma forma como há uma cultura do divórcio, hoje em dia. Esse tipo de cultura só faz com que o Estado tenha de intervir ainda mais na sociedade, pois a não-crença na fraternidade universal está instaurada entre nós, por conta do relativismo moral.

6) Eis algo sobre o qual deveríamos meditar todos os dias.

Notas sobre a relação entre distributivismo e autonomia trabalhista

1) Um autônomo não tem um chefe definido, pois seu serviço é tomado por várias pessoas diferentes, que são seus eventuais chefes, esses que patrocinam eventualmente sua atividade econômica organizada.

2) A relação trabalhista fundada na autonomia tende a ser a mais liberal possível - tal como falei, o tomador olha para o profissional liberal como se fosse Cristo atuando de carpinteiro e o profissional liberal olha para o seu cliente como um irmão necessitado de seus serviços.

3) Com um profissional liberal não há subordinação - a relação profissional é a mais paritária e horizontal possível, fundada em direitos e deveres contratuais, em igualdade de direitos e deveres fundados no fato de que todos são homens, criaturas muito amadas por Deus, por serem a primazia da Criação. E como cada homem tem um dom neste mundo, então se torna uma relação de desiguais, pois o que indivíduo é capaz de fazer de melhor nenhum outro poderá fazê-lo igual, por ser algo extremamente único, o que força a remuneração a ser a mais alta possível - um sinal de justiça.

4) Se a ordem trabalhista fosse composta só de profissionais liberais, então a pequena empresa seria a pedra angular de toda a economia. E aquele que dirige uma empresa só poderá contratar um profissional se este for muito honesto e muito honrado, gerando o devido respeito aos direitos naturais da classe trabalhadora - tal como era na Idade Média, em que os camponeses tinham uma força incrível, já que a Igreja os protegia e os incentivava a serem empreendedores, coibindo o abuso dos nobres.

5) Não é à toa que o distributivismo é a economia do profissional liberal, cuja empresa é legada à família, que naturalmente o sucede em sua atividade trabalhista. É algo muito mais concreto do que construir uma carreira para pessoas com as quais você não tem laço nenhum, por serem completos desconhecidos.

Notas sobre a situação familiar e trabalhista da sociedade brasileira, nas nossas atuais circunstâncias

1) Quando a CLT foi criada, a base da economia era a grande empresa, pois somente ela é quem poderia fazer grandes investimentos externos de modo a trazer progressos para os outros países, mais atrasados. A teoria jurídica que viabilizava isso era a teoria da instituição - a empresa virava uma espécie de governo paralelo que colabora com os interesses de Estado, tomado como se fosse religião - nele, o progresso era uma política de Estado.

2) Hoje, a realidade mudou. A base econômica não é mais a da grande empresa - a pequena empresa, aquela trabalhada pelo empreendedor e sua família, é quem move a economia da nação, esta tomada como se fosse um lar. As relações sociais são mais pessoais - e dependendo da estrutura econômica da empresa, o empregado é tão empreendedor, em sua circunstância, quanto aquele que dirige uma empresa. Isso cria relações contratuais mais paritárias - e é na paridade que se tem a devida liberdade em Cristo, em que aquele que patrocina a atividade do empregado vê nele o Cristo trabalhando de carpinteiro, ao passo que o empregado vê o empregador como um irmão necessitado de seus serviços, de seus dons, de seus talentos.

3) O problema dos nossos tempos é mentalidade - se aquilo que pensamos decorre do modo como a realidade se entranha na nossa carne, então o grande problema dela é que precisamos mais de Cristo, já que vivemos em tempos de liberdade voltada para o nada, fundada no amor ao dinheiro. E é só em Cristo que teremos todas as mudanças necessárias.

4) A crise na Igreja se resolve formando padres mais comprometidos com a sua vocação. família estruturada, de uma Igreja doméstica.E é este o problema - a liberdade para o nada faz da sociedade familiar uma sociedade empresária como outra qualquer. E o amor se esvai, posto que é falso

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Notas sobre a confiança como base para se entender o governo de representação e a seguridade social

1) Se você faz um trabalho digno de nota, confiável, naturalmente as pessoas contribuirão para manter você funcionando, dentro daquilo que é da sua competência - no meu caso, escrever de modo a semear consciência nesta terra.

2) Algumas delas, por conta de sua generosidade, farão uma assinatura não escrita de seu trabalho, pois chegarão a ponto de agendar 12 pagamentos por ano - um a cada mês - de modo a acompanhar toda a produção que você terá daqui pra frente. Trata-se de um verdadeiro cheque em branco, algo cada vez mais raro hoje em dia.

3) Servir a quem confia em você só reforça a tese da responsabilidade de escrever bem e de modo a reforçar a consciência das pessoas. O lado bom da confiança é que você tem algo certo e você poderá planejar a vida - o que cria uma tremenda segurança, fundada numa sólida sensação de liberdade real, de poder fazer aquilo que você deseja por força do investimento que fazem no seu trabalho. Essa liberdade é limitada aos limites da força do investimento que fazem em você, por conta daquilo que você faz de melhor - tanto é verdade que se trata de um verdadeiro governo de representação. Para quem empreende, isso é uma espécie de seguridade social.