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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Weber deve ser lido como um retrato da mentalidade revolucionária, mas não como um documento científico

1) Os libertários são eternamente desconfiados das intenções do Estado - por outro lado, eles querem buscar algo utópico, vazio, que é edificar uma liberdade fora da liberdade em Cristo. Neste ponto, eles são extremamente incoerentes, pois tudo o que eles pensam é fundado em sabedoria humana dissociada da divina.

2) O universo libertário-conservantista é marcado pelo hedonismo, pelo relativismo moral e pelo materialismo - como essa ordem de coisas pede dinheiro, eles acham que a riqueza e o trabalho duro são a base da salvação para o mundo, marcado pela ausência da fraternidade universal.

3) O libertarismo, seja em sua forma clássica ou radical, é filho do calvinismo e do luteranismo. Se a ordem fundada no amor ao dinheiro como se fosse um Deus nasce da visão de mundo protestante, então ela é essencialmente revolucionária, pois ela vai querer se impor à ordem natural e verdadeira por meios violentos e/ou fraudulentos, tal como é o marxismo - e ao tomar esta falsidade como se fosse coisa, por conta da influência do positivismo nas Ciências Sociais, o trabalho de Weber acabou se tornando um mero retrato do que é a mentalidade revolucionária, em seu estágio mais embrionário, enquanto construtor da longa estrada para o abismo que é o comunismo - e ele deve ser visto apenas dessa forma. Pois foram os próprios libertários mesmo que edificaram um Estado sem Deus, laico, em que este não sujeita suas leis à autoridade do Sagrado Magistério da Igreja. Eles tiveram como ponto de partida a negação que os protestantes fizeram da autoridade da Igreja - e isso foi o que pavimentou o agigantamento do Estado, de modo a ser capaz de destruir todo o senso de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo e convertê-lo num senso de tomá-lo como se fosse religião, fazendo com que o poder e a legitimidade fossem servidos para fins vãos, vazios, de modo a só agradar aos caprichos dos tiranos, o que é extremamente odioso.

4) O trabalho de Weber só tem seu valor apenas como uma peça documental, um registro histórico - só tem valor informativo. Como registro científico, não tem valor algum, a não ser como uma pedra angular que, se for lida sem a devida orientação do Sagrado Magistério, serve para se edificar heresias e almas deformadas: se o protestantismo é revolucionário e seu subproduto -  o capitalismo, fundado na ética protestante - é revolucionário, então não faz sentido forjar um movimento político em algo que é fora da realidade, fora daquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

5) Tenho acompanhado muitos buscarem ler o trabalho de Weber, movidos pelo modismo intelectual que pulula pela Internet, pois o libertarismo mesmo se tornou uma moda intelectual, assim como o pseudoconservadorismo fundado na tradição anglo-americana, cujas bases não têm relação alguma com o Brasil, que foi fundado na Aliança do Altar com o Trono edificada desde Ourique. O sensato deve evitar esses modismos - se for para ler essa obra, ele deve buscar o apoio de pessoas experientes, formadas na Santa Tradição Católica, de modo a que possam aprender o máximo que puderem, sem correrem o risco de terem a alma deformada pela mentalidade revolucionária. Muitas pessoas são neófitas quanto a isso - e antes de se aventurarem nessas leituras, elas devem se pautar no apoio de gente mais experiente.

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