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quarta-feira, 24 de março de 2021

Evitem o termo bolsa de valores, por ser enganoso

1) Eu diria que o termo "bolsa de valores" é enganoso, pois ele dá a entender que os negócios são impessoais e não se fundam visando ao bem comum, uma vez que se tratam de conspiração contra o público. E quanto maior a impessoalidade de um negócio, maior a tendência da negociação entre ausentes, a tal ponto que cresce o arbítrio. Do arbítrio vem a usura, a cobrança de bens e serviços fora dos ditames da verdade, da caridade, da justiça e do bem comum, a ponto de semear justiça na sociedade. E isso edifica ordem com fins vazios, a ponto de fazer da riqueza sinal de salvação, a ponto de dividir os homens entre eleitos e condenados, criando assim uma sociedade de castas, semelhante à da Índia.

2.1) Por essa razão, prefiro outra nomenclatura: o mercado de títulos de crédito. 

2.2) Os títulos de crédito são feitos para circular e são para servir confiança, uma vez que o produtor tende a aperfeiçoar a liberdade de quem consome. Além disso, a verdadeira natureza do mercado é de encontro, não de sujeição, a ponto de ser um encontro olhos nos olhos, onde as partes podem discutir as cláusulas do contrato livremente, por serem iguais, perante a figura do Divino Pai Eterno. Se os negociantes não amam e não rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, como poderão agir com lealdade um para com o outro?

2.3.1) Se há encontro e se há confiança, então há empréstimo para fins produtivos, a ponto de maximizar riqueza. E neste ponto há investimento. 

2.3.2) Como a riqueza produzia com fins justos faz o país ser tomado como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, juros podem ser cobrados, em razão do princípio da lealdade que o produtor deve para com seus investidores, pois ele prestou um juramento de fidelidade, ao ver Cristo na figura de seus investidores.

3) É dentro destes princípios - além da cartularidade, da literalidade e da portabilidade - que o mercado de títulos de crédito atende ao mercado moral.  Os títulos precisam passar pela figura do padre de modo que sejam abençoados, de modo que aperfeiçoem a liberdade de muitos e sirvam ao bem comum. E o que é abençoado, é garantido, já que é palavra de honra dada perante o Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro,  24 de março de 2021 (data da postagem original).

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