1) Até onde sei, o Estado tomado como religião cria o mercado como um ambiente de sujeição, uma vez que os revolucionários, desde a Revolução Francesa, conceberam a liberdade como uma criação do Estado, como se ela viesse a partir do nada (a chamada liberdade pública), pois a sociedade passou a ser medida pelo Terceiro Estado, composta de uma classe de seres humanos ricos no amor de si até o desprezo de Deus e que fazem da riqueza sinal de salvação. É por meio do permanente conflito com a primeira e a segunda classe (a chamada luta de classes) que os revolucionários edificam liberdade com fins vazios, de tal maneira que as pessoas não mais contribuem para o bem comum, mas unicamente para os interesses da própria prole, a chamada proletarização geral da sociedade.
2.1) Se o país é tomado como um lar em Cristo, o Estado se sujeita aos ensinamentos da Igreja de tal maneira que a autoridade por Deus constituída aprimore a liberdade de tal maneira que o mercado seja um ambiente de encontro, a ponto de a santificação através do trabalho ser promovida de tal maneira que muitos tomem o país como um lar em Cristo, a ponto de todos irem para o Céu, uma vez que são livres em Cristo, por Cristo e para Cristo.
2.2) Esta seria a trindade fundada na relação entre Igreja, Estado e mercado, pois a coordenação do Estado e do Mercado está subordinada aos interesses daquilo que se funda na conformidade com o Todo que vem de Deus.
2.3) Assim, ocorre uma verdadeira concórdia entre as classes de tal maneira que clero, nobreza e povo vejam-se uns nos outros a figura de Cristo, a razão de ser que faz as pessoas amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Ele fundamento, já que Ele é a verdade em pessoa, a razão de ser dessa unidade, por ser o denominador comum. Dessa forma, a política será a continuação da santíssima trindade, a ponto de a Terra se ligar ao Céu, por conta dessa ponte construída dentro daquilo que é possível, por conta das circunstâncias temporais.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 2019.
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