1) Vamos supor que eu tenha uma reserva florestal dividida em 28 lotes. Cada lote representa um aniversário da poupança. Para cada mil árvores no lote, o jardineiro, que é meu empregado, se compromete a plantar 4 árvores pra mim.
2.1) Eu tenho 4 lotes onde tenho pelo menos mil árvores. Digamos que em um desses quatro lotes eu tire 10 árvores. Em três meses, 12 árvores serão replantadas naquele lote. Como tenho 4 lotes, então eu desmato 40 árvores - 10 de cada lote nessas condições, de modo a produzir algo que seja do meu interesse. O jardineiro repõe tudo isso e ainda planta mais 8 árvores, dentro de um espaço de três meses - como são doze meses, então eu posso fazer essa operação nesses lotes 4 vezes ao ano, uma vez a cada estação. Ao longo do ano, terei 160 árvores no estoque - e com elas posso construir o que quiser.
3.1) Se o que faço com essas árvores me for benéfico, então esse consumo é justo, porque é sustentado pela força de replantio da reserva. Por essa razão o empréstimo é produtivo, pois se trata de uma troca heterônoma entre homem e Deus, uma vez que precisamos ver o que não se vê.
3.2.1) Como a mão que produz e a mão que preserva são da mesma pessoa, trata-se de uma troca em que tomador e emprestador estão reunidos na mesma pessoa, o que fomenta um tremendo senso de responsabilidade pessoal - o primeiro grau antes de se ter responsabilidade para com os outros, uma vez que o senso de responsabilidade histórica se dá a partir do preenchimento de círculos concêntricos.
3.2.2) Tudo o que tenho por força do meu trabalho decorre de Deus - por isso devo ser responsável com tudo aquilo que adquiri por força do meu trabalho, já que Ele é o lastro sobre o qual se versa todo trabalho honrado e digno.
3.3) É através daí que a fé move montanhas - ela começa sendo escavada a partir de pequenas pedras, como diria Confúcio. É a partir de pequenas tomadas que vou dispondo de recursos de modo a fazer o que desejo, até mesmo para fazer grandes projetos de construção em tempos de crise, como foram as obras faraônicas, a ponto de haver uma Idade de Ouro em meio à Idade das Trevas.
3.4.1) O consumo das árvores deve ser sustentado pela força de replantio da reserva. Assim a reserva se expande, enquanto ela é explorada. Trata-se, pois, de manejo ambiental.
3.4.2) Esta é uma analogia que pode ser feita com relação ao manejo financeiro.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário