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terça-feira, 22 de agosto de 2017

Por que o termo "conservative" em inglês não é conservadorismo, no sentido luso-greco-latino do termo?

1) Quando uma atividade organizada é voltada para si mesma, nós temos ativismo. E esse ativismo é tomado como se fosse coisa até se tornar uma religião, em que tudo está no homem para o homem. E desse humanismo vem a filantropia, do homem pelo homem.
 
2) É neste sentido que Aristóteles dirá que o fim da polis é ser o lugar da felicidade do homem, já que a polis serva e a si mesma. E nesse ponto, nacionidade (tomar o país como um lar) e nacionalidade ( tomar o país como religião) se equivalem, uma vez que a polis terá um culto doméstico sistemático, já que todos os cidadãos são partes de uma mesma família (por isso que muitas das polis tinham monarquias - e por causa do paganismo, muitas delas se corrompiam em tirania).

3) Quando Santo Tomás de Aquino diz que a função da polis é servir para algo maior do que ela mesma, coisa que aponta para a conformidade que vem de Deus, eis aí que surge a política como a ordenação e organização da vida da cidade de modo que ela seja tomada como um lar em Cristo, coisa que nos prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu.

4) Conservar o que é conveniente e sensato se torna uma atividade organizada - e do acúmulo do conhecimento das verdades conhecidas que obedecemos às coisas, uma vez que Deus já se fez carne e passou a habitar em nós. E é por meio da eucaristia que conservamos a dor de Cristo - é por ter o Cristo em mim que tenho a lei mosaica no meu coração e passo a viver a liberdade em Cristo.

5.1) O sentido greco-latino do conservadorismo é muito diferente do sentido anglo-saxão, que é um ativismo conservantista, em que se conserva o que é conveniente e dissociado da verdade.

5.2) É desse ativismo conservantista que o cristianismo se torna mais judaizante. E neste ponto, a civilização judaico-cristã, da qual emerge o falso liberalismo (a ordem libertário-conservantista, como eu chamo), é uma anticivilização, uma vez que pretende tomar o lugar da ordem decorrente do casamento de Jerusalém, Roma e Atenas, a qual se chama civilização greco-latina. E essa civilização esvazia a ordem espiritual, a ponto de imanentizar tudo, criando um vácuo para que os muçulmanos ocupem tudo e destruam tudo, a ponto de criar um fim da História, no dizer de Francis Fukuyama.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2017.

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