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domingo, 20 de agosto de 2017

Notas sobre um modelo de negócio que adotaria, caso uma pessoa me peça um livro emprestado

1) Uma coisa que eu reparei no passado é que as pessoas não devolvem o livro que você empresta a elas. A razão pela qual se explica isso é que a cultura de confiança simplesmente não existe, aqui no Brasil. E para haver gratuidade, a cultura de confiança precisa existir primeiro.
 
2.1) Se você quer construir cultura de confiança e ao mesmo tempo proteger o investimento que você teve em livros diante deste tipo de abuso, então arbitre um aluguel. No começo, você empresta somente para aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas que você - e depois a quem realmente estiver interessado em conhecimento, de modo a amar e rejeitar as mesmas coisas que você.

2.2) Por exemplo, se alguém por exemplo me pedir um livro emprestado por, digamos, 30 dias, a pessoa pagará 30 reais (mais ou menos metade do preço que a pessoa pagaria, caso queira comprar um livro numa livraria que só trabalha com best-sellers). Caso a pessoa queira comprar o livro, basta adiantar três meses de aluguel (isso se o livro na loja sair por 60).

2.3) Eu tendo a vender mais caro porque não gosto de me desfazer dos meus livros. Além disso, Se te empresto um livro, é um custo de oportunidade para mim ficar privado de um bom material de pesquisa. Isso sem falar que nem sempre vou poder encontrar um material semelhante, no mesmo gênero, quantidade e qualidade.

2.4) Se o livro nas bibliotecas públicas são sempre mal cuidados, ao menos na minha biblioteca os livros estarão sempre em boas condições. E toda vez que eu digitalizar um livro, o livro físico ficará à disposição para empréstimo até o dia em que a pessoa resolva comprá-lo de mim, caso realmente queira.

3) Penso que esse seria o modelo de negócio que adotaria, localmente falando. Não é uma livraria, pois não trato livro como banana na feira, mas também não é biblioteca, pois você não encontrará livro detonado, já que na biblioteca pública ninguém cuida deles. E isso não sai de graça.

4) Eis aí um bom casamento de uma coisa com outra. E com um pouco de flexibilidade, o livro pode ser vendido por meio de alienação fiduciária.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de agosto de 2017.

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