1) No The Guild 2, eu costumo jogar com um craftsman e quase sempre costumo abrir uma tecelagem. Se eu me caso com uma mulher da classe patron (que é a classe dos fazendeiros), eu tenho suprimento de lã garantido, o que faz com que eu corte o atravessamento do mercado; se eu me caso com uma mulher da classe dos scholars (a dos intelectuais e sacerdotes), eu tenho mão-de-obra para as minhas empresas.
2.1) Embora não seja realisticamente correto, era comum no jogo eu casar com uma mulher da classe dos scholars. Ela se tornava sacerdotisa (e ela podia ser sacerdotisa da Igreja Católica ou da seita protestante). Era um absurdo do jogo - e para evitar polêmicas, ficaram nesse igualitarismo tolo e ridículo, como se o protestantismo e o catolicismo fossem a mesma coisa, o que não é verdade.
2.2) Se o trabalho de evangelização fosse bom, a paróquia ficava lotada de gente da minha religião - e dentre os mais pobres eu recrutava mão-de-obra para a minha tecelagem. Quando se junta gente que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, as coisas ficam ainda mais fáceis.
3.1) Trazendo isso para o plano da realidade, se tivesse um negócio, eu recrutava meus trabalhadores da paróquia próxima.
3.2) Os mais inteligentes e que gostam de estudar, eu investiria neles de modo que pudessem exercer funções mais qualificadas, como ser contador, administrador ou mesmo advogado de modo a defender a empresa numa demanda trabalhista. Esses fariam curso superior e se preparariam para a prova da OAB e de outros conselhos profissionais de modo que pudessem exercer suas funções para o bem da empresa.
3.3) Investir no empregado e treiná-lo de modo que este possa melhor servir naquilo que é necessário à empresa é uma forma de liderança - e isso é um tipo de distributivismo. Isso seria uma forma de combater a cultura do diploma e a impessoalidade decorrente desse sistema. Afinal, do jeito como andam as nossas faculdades, não vale a pena recrutar dessa forma pragmática, pois há uma cultura de quebra de confiança sistemática; nela, o dinheiro é mais amado do que a Deus, o que prepara o terreno para o totalitarismo.
4.1) Com o tempo, eu vou formando minha própria faculdade de modo que os meus melhores funcionários, os mais experientes, formassem os mais novos. E se tivesse muitos filhos, os que estivessem interessados na vida religiosa seriam incentivados a fazê-lo.
4.2) E para evitar que a Igreja onde recruto a mão-de-obra da minha empresa não fique na mão de um herege, eu iria chamar o bispo para uma conversa de modo que colocasse um padre bem católico para cuidar dessa paróquia. Se esse excelente padre for um dos meus filhos, melhor ainda.
4.3) Quando se faz da Igreja o centro de todas as suas atividades organizadas, o país será tomado como se fosse um lar, pois o macro é conseqüência do micro. É isso que faria, se tivesse circunstância favoráveis para isso.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 13 de agosto de 2017.
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