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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Notas sobre o princípio da impessoalidade num mundo permeado pelo relativismo moral, cultural e religioso


1) No princípio da impessoalidade, o jurista dirá "crime é crime".

2.1) O problema da impessoalidade é que ninguém levará em conta as circunstâncias do agente e as circunstâncias da vítima, assim como o caráter do agente, de modo a praticar uma ação que é contra a lei.

2.2) Por exemplo, roubar a carga de um que serve à comunidade dos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - fato esse que leva o país como um todo a ser tomado como se fosse um lar em Cristo mais facilmente - é mais reprovável do que roubar a carga de uma empresa como a Nestlé, que já tem declarado suas intenções de corromper governos do mundo inteiro de modo a privatizar a água. E como água é vida, essa pretensão - que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus - é um atentado à lei natural. 

2.3) Como uma megacorporação edifica o caminho para o comunismo a longo prazo, então roubar a carga da Nestlé, por conta dessa pretensão, ensejaria até perdão judicial, uma vez que essa empresa terá, mais cedo ou mais tarde, poder de vida e morte a ponto de dizer quem merece viver ou não. 

2.4) A mesma coisa acontece com relação a quem rouba a casa de um sujeito como o Lula. Como Lula é bandido, é corrupto e genocida, então roubá-lo ou matá-lo ensejaria perdão judicial, uma vez que ele é inimigo de uma nação inteira.

3.1) Se a sociedade fosse só de cristãos, o fato em si seria reprovável. Mas num mundo onde a verdade foi relativizada, um dos primeiros passos para se restaurar a ordem fundada na verdade, na dor de Cristo, é saber quem é seu amigo e quem é seu inimigo. 

3.2.1) Os verdadeiros inimigos são os que rejeitam a Deus por escolha, a ponto de edificar uma ordem fundada no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

3.2.2) Por isso, um crime contra um herege nunca será um crime, mas um ato de sabotagem contra os heresiarcas. E todo ato de sabotagem contra os hereges é, pois, heroísmo, pois a pessoa, ao combater a heresia, está negando a negação por meio de seus atos heróicos.

4) Quando o Código Penal, com base no princípio da impessoalidade, pune o heroísmo, então isto é a prova cabal de que a civilização que edificou este país está perdida.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2017 (data da postagem original).

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