1) Se a avaliação de uma instituição de ensino pede que você se faça às vezes de aluno, então para avaliar a realidade de uma família você precisa ser membro de uma família, principalmente estar na condição de cabeça do lar.
2.1) Eu só poderia perceber se a sociedade está progredindo materialmente ou não conversando com outras pessoas que estão na mesma situação em que me encontro, enquanto pai de família. Mas de nada vale o progresso material se não há um apreço pela verdade, a ponto de as pessoas com as quais eu converso amarem e rejeitarem as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento.
2.2) Além disso, para se ter uma boa conversa, é preciso conhecer - e isso implica partilhar da mesma mesa, ouvir atentamente seus dramas, suas histórias, suas dificuldades, seus sonhos e a vida pregressa. E tudo isso pede que você seja amigo desta pessoa - afinal, a amizade é a base da sociedade.
3.1) Não existe melhor forma de avaliar uma realidade sociológica de um lar do que sendo amigo dos que habitam uma determinada casa ou uma determinada rua, pois a vida comunitária é a confluência desses lares para a vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.
3.2) Como eu sozinho só posso cobrir uma determinada fração da realidade nacional, então é preciso que pelo menos haja um avaliador dessas realidades familiares em cada esquina, em cada rua do país de modo a levantar um quadro preciso do que realmente ocorre. E isso pede necessariamente que o IBGE seja uma instituição privada, sem fins lucrativos. Se ela for um instituto governamental, ela vai trabalhar com métodos impessoais - o que leva ao uso de estatística e outros métodos quantitativos, que podem ser fraudados.
4.1) A verdadeira avaliação é qualitativa e presencial - e isso pede o contrário do princípio da impessoalidade.
4.2) Isso faz com que a amizade como a base da sociedade política seja reafirmada, tal como pensou Aristóteles.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2017 (data da postagem original).
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