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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Haroldo Monteiro e o perigo da virtualização do dinheiro

Haroldo Monteiro

1) O maior problema da virtualização do dinheiro é a impossibilidade pura e simples de se fazer poupança caseira. Se o governo quiser reduzir pessoas a mais absoluta miséria, basta só apertar um botão. Não haverá comércio - a não ser por aqueles autorizados pela justiça, por meio da Junta Comercial.  Isso é a condição sine qua non para o reino global.

2.1) Não haverá mais distinção possível entre Economia e Direito, pois a prática econômica se reduzirá uma convenção jurídica.  Eis aí a maravilha do direito positivo de Kelsen. 

2.2) Se tudo é, no fim, uma convenção jurídica, então nada poderá estar fora do estado,  a não ser os desafetos do Estado, que se esforçará cada vez mais em identificar o amigo do inimigo - esse é o Estado leviatã de Hobbes. E tudo isso está sendo proposto para um único fim: isolar os cristãos e esmagar-nos como se fôssemos baratas!

3) A Moral, o direito e a economia passarão a ser uma concessão estatal. Eis o mundo monopartidário -  o mundo sem classes!

José Octavio Dettmann

A economia de moeda física é que dá causa ao banco caseiro - e é do banco caseiro que pagamos o dízimo das Igrejas. A esmola que damos ao pobre se faz exatamente dessa forma pois a poupança caseira é um microcosmos da atividade bancária enquanto atividade salvífica. Pois o verdadeiro banco é a Igreja - os demais praticam usura, pois, como são filhos da ética protestante, então não há compatriotas, mas uma relação sistemática que se dá entre apátridas.

Haroldo Monteiro:

Deus é a base da família e a poupança caseira decorre das boas relações familiares.  A abolição de Deus do cenário social relativiza a família em "famílias" - e família relativizada, desestruturada é a base da abolição da propriedade hereditária. Sem a sucessão por força dos laços de sangue, relativiza-se o conceito de propriedade e esta acaba sendo, pela virtualização do dinheiro, uma natural propriedade do Estado, coisa que se estabelece por convenção e não por laços de sangue.

José Octavio Dettmann: E o mundo monopartidário será um mundo cosmopolitano. Por isso que Zolo chama a Nova Ordem Mundial de Cosmópolis, por influência de Toulmin - pois o cosmopolitismo é próprio do comércio, já que as relações são impessoais, movidas a dinheiro - o que relativiza as coisas, porque se reduziram a utilitarismo barato - e facilitam a regulação, por serem pragmáticas por levarem a uma cultura de interesses qualificada pela pretensão resistida, o que é à judicialização sistemática das relações sociais, pois a sociedade não mais crerá em fraternidade universal, tamanha é a força da crença no materialismo. E isso favorece o centralismo - como as questões de segurança nacional passarão a ser questões globais, então haverá a centralização de tudo nas mãos da ONU.

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