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segunda-feira, 20 de junho de 2016

A Igreja e O municipalismo

“O município é o centro mais sentido da vida do povo, centro natural, com os requisitos próprios para a amarração do homem na terra, e, por isso mesmo, necessitando de ser robustecido, de ter rendas suficientes, cuja parte substancial fique na terra, para benefícios da própria terra alimentando o seu crescimento econômico, difundindo meios de educação, promovendo o bem-estar da comunidade das famílias que vivem em seu território. Talvez não haja, relativamente ao nosso futuro, espetáculo administrativo mais inquietante (consagrado, aliás, infelizmente, pela organização política do nosso país) do que aquele que leva os nossos municípios a raquitismo, à morte lenta, à exaustão da nossa vida municipal pela fuga das rendas fiscais para outros centros que pouca participação tiveram na criação dos meios econômicos que as fazem aparecer. Esse estilo de administração só serve para criar desajustamentos. Ou então, para forçar o aparecimento da monstruosidade que é um país crescendo sem harmonia no seu organismo: cabeças enormes - as grandes cidades - ora vivendo no falso gozo das riquezas, ora se torcendo no drama social quotidiano - e o resto do corpo com a pele em cima dos ossos”.
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Cônego JOSÉ TÁVORA. A igreja e o Municipalismo (discurso proferido na missa campal oficiada em São Lourenço por ocasião do III Congresso Nacional dos Municípios), in. Revista Brasileira dos Municípios, n. 27, Ano VII, Jul-Set, 1954, p. 133.

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