“O
município é o centro mais sentido da vida do povo, centro natural, com
os requisitos próprios para a amarração do homem na terra, e, por isso
mesmo, necessitando de ser robustecido, de ter rendas suficientes, cuja
parte substancial fique na terra, para benefícios da própria terra
alimentando o seu crescimento econômico, difundindo meios de educação,
promovendo o bem-estar da comunidade das famílias
que vivem em seu território. Talvez não haja, relativamente ao nosso
futuro, espetáculo administrativo mais inquietante (consagrado, aliás,
infelizmente, pela organização política do nosso país) do que aquele que
leva os nossos municípios a raquitismo, à morte lenta, à exaustão da
nossa vida municipal pela fuga das rendas fiscais para outros centros
que pouca participação tiveram na criação dos meios econômicos que as
fazem aparecer. Esse estilo de administração só serve para criar
desajustamentos. Ou então, para forçar o aparecimento da monstruosidade
que é um país crescendo sem harmonia no seu organismo: cabeças enormes -
as grandes cidades - ora vivendo no falso gozo das riquezas, ora se
torcendo no drama social quotidiano - e o resto do corpo com a pele em
cima dos ossos”.
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Cônego JOSÉ TÁVORA. A igreja e o Municipalismo (discurso proferido na missa campal oficiada em São Lourenço por ocasião do III Congresso Nacional dos Municípios), in. Revista Brasileira dos Municípios, n. 27, Ano VII, Jul-Set, 1954, p. 133.
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Cônego JOSÉ TÁVORA. A igreja e o Municipalismo (discurso proferido na missa campal oficiada em São Lourenço por ocasião do III Congresso Nacional dos Municípios), in. Revista Brasileira dos Municípios, n. 27, Ano VII, Jul-Set, 1954, p. 133.
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