1) No Império Romano, o ideal republicano se funda no fato de que nenhum homem terá poder sobre outro homem.
2) Esse ideal republicano só pode ser estabelecido dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus e não no materialismo utilitarista dos pagãos. Se nos amarmos uns aos outros tal como Jesus nos amou, então seremos escravos uns dos outros, tendo por base a conformidade com o Todo que vem de Deus. Se o amor é o mandamento de todas as coisas, então isso se funda na verdade, coisa que estabelece a liberdade. Por isso que não há santa liberdade sem caridade, sem santa escravidão - e como essa liberalidade, essa magnificência, foi tornada ordem por força de autoridade de Deus, que se fez homem e esteve entre nós, então isso é liberalismo, no sentido verdadeiro do termo. E esse liberalismo se mantém vivo porque conservá-lo é conveniente e sensato - e se funda na dor de Cristo, pois Ele deu sua vida para nos salvar do pecado.
3) Para que isso se materializasse de forma prática - já que política, quando organizada, promove a caridade -, Deus escolheu um homem honrado de modo a que servisse de exemplo para todo o povo. E esse homem exemplar, que imita sistematicamente a Cristo, é o servo dos servos ao ser o senhor dos senhores de sua pátria. Por isso, ele é o primeiro cidadão, o príncipe. E a função do príncipe é moderar a política, de modo a proteger o povo dos maus governantes.
4) Quando um mesmo povo habita outras localidades, localidades essas onde os moradores das cidades recém-fundadas mantêm vínculos familiares e comerciais com os habitantes de cidades mais antigas, então nós temos um reino. Por natureza lógica, reinos são territórios pequenos, equivalentes ao tamanho dos Estados da nossa federação - por conta disso, o Rei precisa estar sempre viajando.
5) Quando povos diferentes se juntam de modo a servir a Cristo em terras distantes, nós temos um Império, que é mais do que um Reino, pois precisa de toda uma estrutura burocrática funcionando, já que viajar por todas as terras do Império é impossível - eis o fundamento do governo de representação. Além disso, entre povos diferentes não há esses laços dinásticos, familiares, por conta da miscigenação - e a unidade entre esses povos se dá por conta do fato de que Cristo é o verdadeiro Senhor dessas terras - e por conta disso, Ele escolheu D. Afonso Henriques e seus sucessores como cabeças do Império, pois Cristo também quis um Império para si, já que combater a heresia islâmica pede exércitos dedicados ao manejo da espada e exércitos de colonos dedicados ao manejo do arado, além de um exército de sacerdotes prontos a manter esses guerreiros lutando e a manter os servos trabalhando, pois a vida dura do feudo pode perder o sentido, sem Cristo. Como são laços novos, transcendentes, isso leva necessariamente a uma verdadeira ordem global, coisa que se estende por toda a Terra. E isso vai muito além da natureza de um reino.
6) Como as relações no Império são mais complexas do que na República, manter o ideal republicano vivo só pode ser possível somente sob Cristo e tendo o Imperador como o modelo daquilo que é conforme o Todo que vem de Deus. Por isso, é crucial para o Império do Brasil que os imperadores sejam católicos devotos, pois o apostolado do exemplo é a marca do que foi edificado em Ourique.
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